O que é HDR (High Dynamic Range)?

Entenda as diferenças entre o uso de HDR na TV e o HDR da fotografia, presente em câmeras de celular

Paulo Higa Ana Marques
• Atualizado há 1 ano e 5 meses

HDR significa High Dynamic Range. Essa tecnologia é usada em TVs, monitores, celulares e câmeras para reproduzir maior gama de cores e nível de contraste, resultando em uma imagem mais realista.

Como funciona o HDR na TV

O HDR em TVs e monitores utiliza metadados para aumentar o contraste entre áreas claras e escuras, exibir maior brilho e reproduzir um volume de cor mais amplo do que na faixa dinâmica padrão (SDR), melhorando a qualidade da imagem.

Metadados

Os metadados são informações embutidas no conteúdo em HDR que ajudam o dispositivo a determinar as configurações de imagem mais adequadas.

Tecnologias antigas, como o HDR10, trabalham com metadados estáticos, ou seja, o mesmo brilho e contraste é usado durante todo o filme ou episódio de uma série.

Já o HDR10+ e o Dolby Vision têm metadados dinâmicos, por isso, as cenas mais escuras de um filme são reproduzidas com um pico de brilho menor, enquanto as mais claras podem ter brilho mais alto.

O tipo de painel pode afetar o desempenho do HDR. Telas OLED geralmente são superiores por terem alta taxa de contraste, já que cada pixel emite sua própria luz e pode ser “desligado” para exibir o preto verdadeiro. A mesma vantagem pode ser encontrada no MicroLED.

Painéis LCD, por outro lado, dependem de um backlight mais avançado e técnicas como local dimming para melhorar o contraste. Essas características são superiores em telas de cristal líquido com iluminação em MiniLED, como nas linhas Samsung Neo QLED e LG QNED MiniLED.

Para uma boa experiência com HDR, um monitor ou TV deve suportar ampla gama de cores e ter alto nível de brilho, medido em nits, para aumentar o alcance dinâmico da imagem. Além disso, a tela precisa ser compatível com cabos HDMI 2.0a ou mais recentes para exibir conteúdos em HDR de um dispositivo externo.

É possível encontrar conteúdos em HDR na Netflix e várias outras plataformas de streaming, como YouTube, Amazon Prime Video e Disney+. Filmes em Blu-ray 4K Ultra HD também podem conter HDR e são reproduzidos em dispositivos como PlayStation 5 e Xbox Series X.

Tipos de HDR

Nosso comparativo mostra as diferenças entre os tipos de HDR existentes. De forma resumida, temos os seguintes padrões na indústria:

  • HDR: o padrão básico, que suporta até 8 bits de profundidade de cor e é usado por marcas como Samsung e Sony;
  • HDR10: versão aprimorada do HDR que amplia a profundidade de cor para 10 bits, resultando na exibição de até 1 bilhão de cores;
  • HDR10+: versão aprimorada do HDR10 com metadados dinâmicos que permitem ajustar as configurações da imagem em tempo real;
  • Dolby Vision: tecnologia proprietária da Dolby com até 68 bilhões de cores, profundidade de 12 bits e metadados dinâmicos, usada por marcas como Apple e LG;
  • HLG (Hybrid Log-Gamma): padrão desenvolvido para transmissões ao vivo e compatível com TVs HDR e SDR;
  • Advanced HDR: solução modular da Technicolor, também conhecida como SL-HDR, que combina diferentes tecnologias de HDR em um único formato.

Como funciona o modo HDR na câmera

O HDR para câmeras funciona por meio de um software que combina diferentes exposições da mesma imagem para obter uma foto com maior alcance dinâmico. Em termos práticos: a câmera tira várias fotos com diferentes configurações de luminosidade e contraste, e depois as mescla em uma única imagem.

O processo ajuda a equilibrar as áreas mais escuras e claras da foto, resultando em uma imagem mais realista. Ele também pode ser útil em situações de alta luminosidade e contraste, como em fotos de ambientes internos com janelas, para balancear a luz externa e a interna, evitando regiões “estouradas”.

Demonstração do HDR em uma fotografia com diferença de iluminação (Imagem: Vitor Pádua/Paulo Higa/Tecnoblog)
Demonstração do HDR em uma fotografia com diferença de iluminação (Imagem: Vitor Pádua/Paulo Higa/Tecnoblog)

Celulares de todas as faixas de preço costumam ter modo HDR, mas nem todos oferecem a mesma qualidade. Isso ocorre porque sensores de câmeras mais caros tendem a suportar maior alcance dinâmico, enquanto os mais baratos dependem mais do software para criar uma foto com HDR.

A quantidade de exposições diferentes que a câmera é capaz de capturar também influencia na qualidade do HDR. Algumas podem tirar apenas duas ou três fotos para criar o HDR, enquanto outras podem capturar cinco ou mais. Quanto mais níveis de exposição a câmera capturar, mais informações de luz e sombra serão usadas pelo software.

Quando usar o HDR em fotografias?

O modo HDR deve ser utilizado em situações com alto contraste e diferença de luminosidade, como em paisagens com céu claro e áreas sombreadas.

No entanto, o HDR pode não ser adequado para fotografar objetos em movimento, pois a combinação de várias exposições na mesma foto pode resultar em uma imagem borrada. Além disso, em situações de baixa luminosidade, o HDR pode gerar fotos com mais ruído.

Para obter os melhores resultados com o modo HDR, é recomendado o uso de um tripé e um cenário estático, o que evitará tremores e borrões. Além disso, algumas câmeras permitem ajustar as configurações do HDR, para personalizar a quantidade de exposições diferentes e a intensidade do efeito.

Perguntas frequentes

4K vs HDR: qual é a diferença?

4K refere-se à resolução da imagem, enquanto HDR está relacionado ao contraste, brilho e cores. Ambas as tecnologias podem trabalhar juntas para oferecer uma melhor qualidade de imagem.

Qual cabo HDMI suporta HDR?

Para suportar HDR, é necessário um cabo HDMI que suporte pelo menos 10,2 Gb/s de largura de banda. Idealmente, é recomendado um cabo HDMI 2.0 ou superior. Alguns cabos HDMI 1.4 também podem suportar HDR, mas com limitações de resolução e taxa de atualização.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.