O que é um financiamento FAT

Parcelamento ocorre quando valor total não é pago em 30 dias; saiba o que é um financiamento FAT e como lidar com essa condição

Luiza Xavier
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• Atualizado há 8 meses
O financiamento FAT ocorre quando você deixa de pagar o total da fatura do cartão no prazo de 30 dias. Anteriormente, o consumidor tinha a opção de pagar o valor mínimo da fatura todos os meses. Após a mudança feita no crédito rotativo pelo Banco Central em 2017, o financiamento se tornou uma opção para que o cidadão não aumente suas dívidas.
Definição de Financiamento FAT (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O financiamento FAT é resultado da mudança no crédito rotativo definida pelo Banco Central (BC) em 2017, e ocorre quando você deixa de pagar o total da fatura do cartão no prazo de 30 dias. A decisão de fazer alterações no crédito rotativo teve o objetivo de evitar o superendividamento dos usuários de cartão.

Antes das novas regras, o consumidor tinha a opção de pagar o valor mínimo da fatura todos os meses, e continuar a comprar, o que aumentava o risco de descontrole dos gastos.

A mudança só não atingiu os consumidores que utilizam o cartão de crédito consignado, produto destinado a aposentados e pensionistas do INSS, além de servidores públicos que possuam limite na margem consignável.

Embora o texto da resolução 4.549 do BC também não determine o financiamento automático dos débitos, na prática, é o que fazem bancos e operadoras de cartão de crédito. Sim, mesmo que você não tenha solicitado essa função.

O parcelamento automático da dívida –  normalmente em até 24 vezes – inclui, claro, a cobrança de juros. E nem sempre é a melhor opção de pagamento para o consumidor. Há, inclusive, quem pague a mais sem perceber.

É fundamental, portanto, observar todos os detalhes da fatura, que agora pode chegar por e-mail ou no app da empresa que emitiu o cartão. Talvez seja uma boa ideia imprimir o documento para identificar melhor seus gastos e as taxas que estão sendo cobradas.

O que é preciso saber

  • Você não é obrigado a aceitar o parcelamento automático. De acordo com a resolução do BC, o consumidor pode buscar o financiamento do seu débito na instituição que lhe oferecer condições mais vantajosas de crédito;
  • Leia com atenção o contrato antes de começar a utilizar o cartão. Observe se no documento está claro  que o débito será parcelado automaticamente, caso você entre no crédito rotativo e não consiga pagar a fatura total no próximo vencimento;
  • Risco de inadimplência. Se não houver o pagamento total do saldo devedor da fatura, já tiver financiado por 30 dias no crédito rotativo, ou se você não aceitar outra forma de parcelamento do débito, estará configurada a situação de inadimplência. Nesse caso, poderá ser aplicado o que está previsto no contrato para situações de inadimplência, incluindo o cancelamento do cartão;
  • Parcelamento tradicional. Essa condição não sofreu modificações. O parcelamento de fatura, sem prévio financiamento pelo crédito rotativo, pode continuar sendo feito normalmente. 

Como cancelar o financiamento FAT

O primeiro passo para cancelar o financiamento FAT é entrar em contato com o banco ou operadora que emitiu o cartão de crédito. Busque todos os meios disponíveis: mensagem pelo app ou site da instituição, chat online, perfis das empresas nas redes sociais e até o tradicional Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) por telefone.

É dever da instituição financeira colocar à disposição do cliente a opção de cancelamento. Se você não conseguir cancelar o parcelamento automático diretamente com a empresa, recorra à ouvidoria do Banco Central (site) e registre uma reclamação.

Outra alternativa é procurar orientação junto aos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon-SP (www.procon.sp.gov.br) e o Idec (idec.org.br), entre outros.

Mas, o melhor mesmo é fazer todo o possível para fugir do crédito rotativo, evitando assim o parcelamento automático da sua fatura.

Com informações: Associação das Empresas de Cartão e Banco Central 

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Luiza Xavier

Luiza Xavier

Ex-redatora

Luiza Xavier é jornalista graduada pela Faculdade de Comunicação Hélio Alonso. Já foi repórter e editora em veículos como O Globo e TV Bandeirantes. No Tecnoblog trabalhou em 2020 como redatora, produzindo pautas focadas em economia e finanças pessoais. Como assessora de comunicação, foi responsável por publicações corporativas de segmentos, como indústria de transporte internacional e metalurgia.

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