O que é Web 3.0 e quais as diferenças para a Web 2.0?

Mudança ou apenas troca de nome? Saiba o que é Web 3.0 e quais as diferenças para a Web 2.0, a versão atual de interação

Leandro Kovacs
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• Atualizado há 1 ano
O que é Web 3.0 (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Web 2.0 e Web 3.0 referem-se a iterações sucessivas da web, em comparação com a Web 1.0 original dos anos 1990 e início dos anos 2000. Veja abaixo, o que é Web 3.0 e quais são suas diferenças para a Web 2.0, a atual versão. Com o progresso, espera-se mudanças do uso da web, mas a grande pergunta é até onde podem chegar essas mudanças.

Web 3.0

A Web 3.0 representa a próxima fase da evolução da web/internet e potencialmente pode ser muito inovadora ao representar uma mudança de paradigma tão grande quanto a versão atual (Web 2.0). A versão 3.0 é construída sobre os conceitos centrais de descentralização, abertura e maior atuação do usuário.

Descentralização

Este é um princípio central da Web 3.0. Na Web 2.0, os computadores usam HTTP na forma de endereços exclusivos para encontrar informações, que são armazenadas em um local fixo, geralmente em um único servidor.

Na Web 3.0, como a informação seria encontrada com base em seu conteúdo, ela poderia ser armazenada em vários locais simultaneamente e, portanto, ser descentralizada.

Isso quebraria os enormes bancos de dados atualmente mantidos por gigantes da internet como Facebook (agora Meta) e Google, impedindo seu enriquecimento ao manter um maior controle sobre os usuários e seus dados.

Com a Web 3.0, os dados são gerados por recursos de computação diferentes e cada vez mais poderosos, incluindo smartphones, desktops, aparelhos, veículos e sensores. Os exemplos serão vendidos pelos usuários por meio de redes de dados descentralizadas. Essa ação garante aos usuários a manutenção do controle de propriedade.

Confiança direta

Além da descentralização e de ser baseada em software de código aberto, a Web 3.0 também será baseada em “confiança direta”, ou seja, a rede permitirá que os participantes interajam diretamente sem passar por um intermediário “confiável” mas que faz monitoração e controle de dados sobre interações.

Como resultado, os aplicativos da Web 3.0 serão executados em blockchains, redes peer-to-peer descentralizadas, ou uma combinação delas — os aplicativos descentralizados são chamados de dApps.

Inteligência artificial e machine learning

Os computadores serão capazes de compreender as informações de forma semelhante aos humanos, por meio de tecnologias baseadas em conceitos da web semântica (linguagem Web) e processamento de linguagem natural.

A Web 3.0 também usará o machine learning, que é um ramo da inteligência artificial (IA) que trabalha dados junto com algoritmos para imitar como os humanos aprendem, melhorando gradualmente sua precisão.

Os recursos permitirão que os computadores produzam resultados mais rápidos e relevantes em uma série de áreas, como desenvolvimento de medicamentos e novos materiais, ultrapassando a mera publicidade direcionada que constitui a maior parte dos uso atual.

Desafios da Web 3.0

A versão tem o potencial de fornecer muito mais utilidade e autonomia aos usuários, indo muito além das mídias sociais, streaming e compras online que compreendem a maioria dos aplicativos da Web 2.0 usados pelos consumidores.

Recursos como a web semântica, IA e machine learning que estão no centro da Web 3.0 têm o potencial de aumentar muito a aplicação em novas áreas e melhorar a interação do usuário. Os principais recursos da versão, como descentralização e sistemas menos manipuláveis, também darão aos usuários um controle muito maior sobre seus dados pessoais.

No entanto, a descentralização também traz consigo riscos legais e regulatórios significativos. Os crimes cibernéticos, discurso de ódio e desinformação já são difíceis de controlar e se tornarão ainda mais em uma estrutura descentralizada por causa da falta de monitoramento.

Uma rede descentralizada também dificultaria a regulamentação e a fiscalização. A título de exemplo, quais leis se aplicariam a um site específico com o conteúdo hospedado em vários países do mundo? Encontrar culpados e acioná-los juridicamente será muito difícil. É preciso pensar a questão com atenção suficiente.

O conceito de blockchain representa a descentralização da Web 3.0 (Imagem: Shubham Dhage/Unsplash)
O conceito de blockchain representa a descentralização da Web 3.0 (Imagem: Shubham Dhage/Unsplash)

Diferenças para a Web 2.0

A Web 2.0 é a que a maioria está acostumada a utilizar, pelo menos desde 2004. O crescimento exponencial dela foi impulsionado por inovações importantes, como acesso à Internet móvel e redes sociais, bem como a quase onipresença de dispositivos móveis de maior robustez, como iPhones e dispositivos com Android.

A Web 2.0 também foi drástica em mudanças para certos setores que não conseguiram se adaptar ao novo modelo de negócios centrado na web ou demoraram a alcançar. Por exemplo, o varejo, o entretenimento, a mídia e a publicidade foram os mais atingidos no início.

Podemos dizer que a Web 2.0 foi o criador e difusor da portabilidade e alcance da internet para o maior número de pessoas, mas ainda existem grupos controlando e manipulando o ambiente. A principal diferença para a Web 3.0 é que esta consolida a mobilidade, mas com maior controle sobre privacidade, por parte do usuário, e menor controle de grupos ou autoridades ao reduzir o uso de intermediários para interações.

Atualmente, estamos mais próximos da fronteira que divide os dois formatos de web — as criptomoedas e os NFTs, já começam a mostrar o potencial da evolução —, mas saber o que é a Web 3.0 pode ser uma boa preparação para se antecipar às mudanças. Boa sorte.

Com informação: Coindesk, Investopedia, Business standard.

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Leandro Kovacs

Leandro Kovacs

Ex-autor

Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos.

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