Review Fone Bluetooth JBL Tune 215TWS: robusto e com muita bateria
Apesar do som mais tímido, o JBL Tune 215TWS é um fone de ouvido Bluetooth que agrada pela autonomia e conforto
Apesar do som mais tímido, o JBL Tune 215TWS é um fone de ouvido Bluetooth que agrada pela autonomia e conforto
Apresentado na CES 2021, a JBL não demorou muito e já trouxe o fone de ouvido Bluetooth Tune 215TWS para o Brasil. Ele tem um design robusto, Bluetooth 5.0, pode acionar assistentes virtuais e promete uma autonomia interessante para quem não quer ficar caçando tomada (são 25 horas de reprodução com o case).
Na mesma faixa de preço do Sony WF-XB700 e do Samsung Galaxy Buds, será que vale investir no modelo da JBL que é mais recente? Como é o som dele? Eu testei o Tune 215TWS nos últimos dias e compartilho a minha experiência neste review.
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O Tune 215TWS foi fornecido pela JBL por doação e não será devolvido à empresa. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
O JBL Tune 215TWS é um fone bem corpulento, mas não chega a pesar, o que já é um bom começo. Infelizmente, apenas a ponteira média se ajustou melhor à minha orelha. E, ainda assim, foi um pouco difícil manter os fones firmes — eu sempre tinha que regular para não cair durante o uso. Pode ser que isso não aconteça com você, mas é bom eu reforçar isso aqui, e a JBL só envia três pares de ponteiras na caixa.
Na construção, eu testei a versão preta que não traz nada de muito especial, mas também não é feia. O dispositivo é todo de plástico, enquanto as laterais receberam uma moldura, também de plástico, brilhante. A JBL adicionou botões físicos na parte externa e um LED que auxilia no pareamento e na carga da bateria.
Embora seja grande, o case do JBL Tune 215TWS é bonito e esse visual franzino faz com que ele não ocupe muito espaço na bolsa ou na mochila. A empresa introduziu três LEDs na parte frontal para o usuário acompanhar o nível de carga e, atrás, há uma entrada USB-C para abastecer a bateria de 660 mAh, o que também pode explicar os 51,3 gramas do case.
Em recursos e conectividade, faz falta um aplicativo dedicado para equalizar, configurar os fones e checar o nível da bateria. Felizmente o widget de bateria do iPhone 11, aparelho que usei na maior parte do tempo para testar o Tune 215TWS, informa a porcentagem dos dispositivos, o que me ajudou a acompanhar a autonomia.
O fone tem Bluetooth 5.0 e, na prática, a comunicação permaneceu estável, mesmo eu andando pela casa com algumas paredes no caminho. Para quem joga, o Tune 215TWS não é muito recomendado para essa finalidade devido à latência um pouco alta; esse delay também é sentido em vídeos.
Para controlar as faixas, o botão do fone esquerdo permite avançar para a próxima música ao apertar uma vez ou retrocede ao pressioná-lo por duas vezes. O botão no fone direito, por sua vez, deixa pausar e pode acionar assistentes virtuais quando você pressiona ele duas vezes seguidas (o modelo ainda é capaz de invocar o Google Assistente e a Bixby, da Samsung).
A qualidade sonora do JBL Tune 215TWS não deve agradar todo mundo, tendo em vista que ele não apresenta um equilíbrio entre as frequências como o Realme Buds Q, que entrega médios, graves e agudos balanceados. Para fins de comparação, o gadget da JBL tem driver de 6 mm, enquanto o produto da chinesa tem 10 mm com um reforço nos graves.
O 215TWS, no entanto, me lembrou o Beats Flex, modelo que avaliei aqui no Tecnoblog e que, embora deixe as batidas em segundo plano, eu cheguei a gostar da atuação. O fone da JBL tenta seguir por esse caminho: os médios são bem definidos e os agudos extremamente agudos da cantora Sia, em Chandelier, soam com clareza, mas o desempenho cai consideravelmente com o volume alto – é possível sentir alguns ruídos e o som fica estridente.
Uma faixa energética, como Back In Black, do AC/DC, é reproduzida com os médios sobressaindo mais que as outras frequências. O som da bateria não tem destaque, assim como o bumbo, mas a guitarra ganha ênfase durante os 4 minutos e 15 segundos de música. Levels, do Avicii, soa bem, sendo possível sentir cada detalhe da faixa, mas seria ainda melhor se os graves ganhassem um pouco mais de destaque.
Ao menos o cancelamento de ruído passivo é decente e consegue abafar até barulhos mais altos em ruas movimentadas. Em chamadas telefônicas, a atuação, outra vez, foi satisfatória e eu consegui ouvir e falar sem dificuldades durante os testes; o áudio é claro, sem interferências e não fica metalizado, o que é ótimo para videochamadas.
Já a bateria é o grande chamariz do vestível da JBL, afinal são 5 horas de reprodução com os fones e mais 20h com o case. Isso mostra que o gadget pode atender facilmente aqueles consumidores que usam fone com frequência ao longo do dia. Ainda vale notar que uma carga de apenas 15 minutos assegura mais 1 hora de som. Por aqui, eu consegui chegar perto de seis horas de reprodução, antes do Tune 215TWS desligar de vez, portanto um resultado acima do combinado; excelente!
Analisando o cenário atual com bons fones acessíveis no mercado, eu vejo que o JBL Tune 215TWS só faz sentido para quem gosta e já conhece o perfil de TWS da marca. Sem entregar um aplicativo, sem diferencial para se destacar no meio da concorrência e com som um pouco tímido, este não é o modelo que eu escolheria agora, mas pode valer a pena quando os preços baixarem.
Considerando a sua faixa de preço de R$ 500, eu analisaria o Galaxy Buds que, embora seja mais antigo, entrega bateria com seis horas de reprodução, aplicativo dedicado, permite equalizar e está R$ 100 mais barato que o 215TWS. O Realme Buds Q se saiu muito bem nos testes do Tecnoblog e é outro produto que eu indico: ele é acessível e tem sonoridade para agradar muitas pessoas.
O JBL Tune 215TWS não é um fone ruim, longe disso, mas considerando a marca e o preço um pouco elevado, devo admitir que eu esperava mais e torço para que eles consigam fazer isso na próxima geração.
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