Review Beats Flex: fone para o dia a dia e agora mais acessível

Mais acessível, Beats Flex combina som equilibrado e versatilidade para usuários de iPhone e Android

Darlan Helder
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• Atualizado há 3 meses
Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Beats Flex é o fone de ouvido Bluetooth mais acessível da Beats atualmente. Para atingir a massa, a empresa teve de fazer alguns cortes, mas garante um design confortável, emparelhamento decente, bateria para até 12 horas de reprodução e outros benefícios do chip Apple W1, do primeiro Airpods. Nos Estados Unidos, o fone foi lançado por US$ 50 e no Brasil ele chegou por R$ 579.

Embora tenha sido anunciado no mesmo dia do lançamento do iPhone 12, o Beats Flex não é um fone exclusivo para clientes da Maçã, pelo contrário. Este é, também, um produto para usuários de Android, tanto que a Apple adotou o USB tipo C em vez do Lightning (ufa!). Mas será que agrada? Eu avaliei o sucessor do BeatsX e compartilho as minhas impressões a seguir.

Análise do Beats Flex em vídeo

Aviso de ética

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O Beats Flex foi fornecido pela Beats por doação e não será devolvido à empresa. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.

Design e conforto

Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Assim como o Powerbeats, o Beats Flex é um fone sem fio, mas não totalmente como o Powerbeats Pro. O modelo mais acessível tem a missão de substituir o BeatsX, lançado há quatro anos no Brasil por cerca de R$ 800, bem mais caro. Ambos são muito parecidos e esse design projetado para o pescoço tem algumas vantagens já conhecidas. O principal benefício diz respeito à segurança, você não vai perder o fone facilmente; ele fica bem preso na nuca e, por fim, o seu bolso agradece.

Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O cabo Flex-Form do Beats Flex é fabricado a partir de nitinol e passa uma sensação de resistência, o que é ótimo se você pretende economizar e usá-lo durante anos. Também me chamou a atenção a leveza: ele pesa apenas 18,6 gramas, enquanto o BeatsX tem 20g e o Powerbeats, 26 gramas, para fins de comparação. Mesmo com dois controles embutidos no cabo, não há incômodos e o produto se mantém leve e confortável.

Ao testar em uma corrida intensa em casa, eu notei que o Beats Flex pode cair da orelha com facilidade; em contrapartida, durante uma caminhada, eu senti uma estabilidade maior. Este pode não ser o melhor fone para o home office, mas eu tive uma experiência agradável e gostei bastante de usar o gadget no escritório. Talvez, se ele passasse muito dos 18,6 gramas, a situação poderia ser outra.

Recursos e conectividade

Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A Beats teve que abrir mão de algumas tecnologias para deixar este fone mais barato. A principal baixa está aqui dentro: ele recebeu o chip Apple W1, que é mais antigo e equipou o primeiro AirPods. Isso quer dizer que o Beats Flex não vai oferecer desligamento automático, para reduzir o consumo de energia, nem permite acionar a Siri por voz (“E aí, Siri”). Você só vai encontrar esses recursos em fones como o Powerbeats, Powerbeat Pro, Beats Solo Pro e AirPods Pro, equipados com o chip H1, mais avançado.

Seria legal ter o H1 neste fone? Seria, mas não vou considerar isso um ponto negativo, ainda mais considerando a categoria do produto. O W1 ainda faz um bom trabalho, ele tem Bluetooth 5.0 e a conectividade do Beats Flex é decente. Como sempre, a integração com os produtos Apple é ótima: assim que liguei ele pela primeira vez, surgiu uma animação na tela do iPhone 11 para conectar; depois, é possível visualizar a porcentagem da bateria.

Beats Flex conectado no iPhone 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Beats Flex conectado no iPhone 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

E toda essa comunicação permanece na interface do celular, com os ícones da Beats aparecendo no iPhone. Além disso, ele pode se conectar instantaneamente com os seus outros dispositivos da Maçã, graças à sincronização entre os devices a partir da sua conta iCloud. Durante os testes, eu alternei facilmente entre iPhone 11, 12 e iPad, sem precisar parear outra vez.

Se você usa Android, a experiência é outra e esse processo pode ser um pouco mais demorado na primeira vez, mas nada absurdo. Inclusive, a marca disponibiliza um app para clientes do robozinho, mas ele só serve para configurações e não deixa equalizar.

Aplicativo da Beats no Android (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Aplicativo da Beats no Android (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Eu consegui usar o Beats Flex normalmente no Realme 7 e, depois do primeiro contato, o fone passou a se conectar imediatamente quando eu ligava o Bluetooth do telefone. O alcance tanto no Android quanto no iOS (com Realme 7 e iPhone 12) foi estável: eu deixei os aparelhos no escritório e fui andando pela casa e, mesmo com várias paredes no caminho, a conexão permaneceu boa.

Para controlar as suas músicas e podcasts, a empresa adicionou os comandos no cabo. O controle direito só traz o botão off, também usado para emparelhamento; já o controle esquerdo tem os botões de volume e de reprodução que, ao mesmo tempo, permite acionar o Google Assistente e a Siri. A Beats adicionou ali a entrada USB-C para alimentação e ela poderia incluir uma capinha de proteção, como a do JBL Endurance RunBT, para proteger contra água e suor.

Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Os fones ainda contam com imãs responsáveis por pausar a música quando você une eles. E para voltar a tocar, basta desprendê-los. É um sistema legal herdado do BeatsX para compensar a ausência de pausa automática.

Qualidade de som

A qualidade sonora do Beats Flex não combina muito com o meu perfil, mas eu consegui gostar da proposta dele após vários dias de uso. Para quem não sabe, eu geralmente prefiro fones com som mais encorpado e este produto não vai oferecer isso. Os graves até aparecem, mas eles não ganham tanta ênfase como as outras frequências. Em eletrônica, por exemplo, é possível sentir as batidas, só que são os médios que se sobressaem.

Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Os agudos, pelo mesmo caminho, são ressaltados e soam com clareza. Isso me fez perceber que o Beats Flex vai agradar aquele consumidor que gosta de pop — o fone combina muito com esse gênero musical, tenho que reforçar. No rock, você pode sentir falta de mais graves, ainda assim a atuação dele é boa, e é possível sentir a bateria, a guitarra e o vocal com mais brilho.

Ao elevar o volume, ele tenta manter uma estabilidade e não distorce agressivamente, mas pode acontecer de congestionar apenas em partes agitadas da canção. Eu ainda gostei bastante da atuação com podcasts: a conversa é nítida e sem interferências ou chiados.

A Beats não colocou nenhuma tecnologia de cancelamento de ruído, mas isso não é um problema, as ponteiras enviadas na caixa ficam bem embutidas no canal auditivo e até isolam de barulhos menos estrondosos. A conversa em chamadas telefônicas é boa e a pessoa do outro lado consegue compreender o que você fala sem dificuldades; aliás, o microfone está bem visível no controle esquerdo.

Microfone do Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Microfone do Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Bateria

A Beats promete até 12 horas de reprodução, portanto 6 horas a mais que o Edifier W280BT e 3 horas a menos que o Sony WI-SP510. E o Beats Flex tem um sistema de carregamento rápido: uma alimentação de dez minutos garante mais 1,5h de som.

Beats Flex conectado no iPhone 12 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Beats Flex conectado no iPhone 12 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

De fato, a empresa da Apple cumpre o que promete na embalagem do produto. Totalmente abastecido, eu conectei ele num iPhone 12 e deixei tocando música: depois de 9h20min, ainda tinham 24% de bateria. E ele desligou de vez após 2h45min, totalizando, então, 12h5min de reprodução, excelente.

Cabo USB-C do Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Cabo USB-C do Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Na caixa, junto de três pares de ponteiras, a empresa adicionou um pequeno cabo USB-C para USB-C que carrega os fones, nada de Lightning, — essa é a hora que o usuário de Android abre um sorriso.

Beats Flex: vale a pena?

Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Beats Flex (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Beats Flex não é um fone de ouvido incrivelmente acessível, mas a proposta é interessante. Na minha opinião, o produto abre caminho para a liberdade total da marca — a Beats acerta ao adotar o USB tipo C e por tentar se aproximar ainda mais de usuários de Android, sem esquecer dos clientes da Apple por motivos óbvios. O fone tem uma construção firme, formato que passa uma sensação de segurança e não deixa de ser confortável.

A qualidade sonora é muito boa, mas ele não é para todo mundo. Eu acredito que a Beats poderia trabalhar para ressaltar mais os graves, mas tudo bem. A conectividade, pelo menos, é estável e, mesmo no Android, não houve problemas de emparelhamento.

Eu ainda senti falta de certificação IP para quem deseja usar o fone durante exercícios físicos sem preocupação; a proteção, vale ressaltar, está presente no Sony WI-SP510, no JBL Endurance Jump e no Jaybird X4.

Em resumo, eu gostei bastante do Beats Flex e vejo ele como uma boa opção para quem deseja entrar no ecossistema da marca sem gastar mais de R$ 1 mil. Se você não puder desembolsar os R$ 579 que a Beats cobra, vale analisar, então, o JBL Endurance RunBT que tem uma proposta semelhante e é muito mais barato.

Review Beats Flex

Prós

  • Design leve e confortável
  • Conectividade decente (no iPhone no Android)
  • Tem USB-C

Contras

  • Não tem certificação IP
Nota Final 8.9
Agudos
9
Bateria
9
Conectividade
10
Conforto
10
Design
9
Graves
8
Isolamento
8
Médios
9
Recursos
8

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Darlan Helder

Ex-autor

Darlan Helder é jornalista e escreve sobre tecnologia desde 2019. Já analisou mais de 200 produtos, de smartphones e TVs a fones de ouvido e lâmpadas inteligentes. Também cobriu eventos de gigantes do setor, como Apple, Samsung, Motorola, LG, Xiaomi, Google, MediaTek, dentre outras. No Tecnoblog, foi autor entre 2020 e 2022. Ganhou menção honrosa no 15º Prêmio SAE de Jornalismo 2021 com a reportagem "Onde estão os carros autônomos que nos prometeram?", publicada no Tecnoblog. 

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