Review LG K52: uma sensação de déjà vu
LG K52 é um celular intermediário com design atraente, mas permanece com erros da linha K anterior
LG K52 é um celular intermediário com design atraente, mas permanece com erros da linha K anterior
Em outubro de 2020, a LG apresentou no Brasil três novos smartphones da linha K, entre eles está o LG K52 que também é conhecido como K42 em outros mercados. A fabricante não explicou o porquê da mudança de nomenclatura, porém ressaltou que o aparelho evoluiu em relação aos modelos lançados há cinco meses.
Tela de 6,6 polegadas, bateria de 4.000 mAh, quatro câmeras e botão dedicado para o Google Assistente são os destaques do LG K52. Até aqui, nenhuma novidade para quem já conhece os celulares da marca. Mas vale a pena desembolsar os R$ 1.500 que a LG cobra? Chegou a hora de trocar o K41S por esse aparelho? Eu respondo essas e outras perguntas neste review.
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O K52 foi fornecido pela LG por empréstimo. O produto será devolvido à empresa após os testes.
Enquanto as versões “mais potentes” ganharam um design “mais limpo” que remete aos modelos atuais da Samsung, o K52 se distanciou e recebeu uma traseira ondulada e fosca, consequentemente, ele está bem protegido do acúmulo de marcas de dedo. É bom ressaltar que o aparelho é todo trabalhado em plástico, embora pareça metal. A LG ainda adotou o estilo cooktop para acolher as câmeras no canto superior esquerdo.
As laterais são em plástico brilhante, contribuindo para um acabamento mais premium. Há quatro botões ali: os de volume e o dedicado para o Google Assistente estão na lateral esquerda acompanhados da gaveta para o chip e o cartão de memória, que possibilita usar dois cartões nano-SIM e um MicroSD juntos.
Do outro lado, está o botão de liga/desliga, também utilizado para desbloquear o telefone com a digital e, durante os meus testes, ele apresentou uma boa velocidade de desbloqueio.
A parte inferior abriga uma entrada USB Tipo C, uma entrada de fone de ouvido e o alto-falante. Como de costume, a LG sempre evidencia a resistência militar que não é sinônimo de superproteção. O celular pode quebrar em situações extremas, é bom ressaltar.
A tela do LG K52 é do tipo TFT LCD de 6,6 polegadas com resolução HD+ (1600 x 720 pixels), proporção 20:9 com um furo no topo para a câmera de selfie. Não é um painel ruim, mas poderia ser melhor, ainda mais levando em conta a experiência da marca nessa área com televisores. Você pode esperar por cores fracas e a visualização sob ângulos variados só é satisfatória com o brilho perto do máximo.
Pelo menos a tela grande propicia uma experiência generosa ao assistir filmes e séries. No review do K51S eu critiquei o modo de tela cheia do aparelho que não deixava o conteúdo da Netflix ocupar todo o display, apenas jogos e vídeos do YouTube. Felizmente, a LG parece ter corrigido isso, o que favoreceu ainda mais a imersão.
Falando em consumo de mídia, o alto-falante presente no K52 não é potente e deixa de entregar um som alto. Com um fone de ouvido conectado, você consegue ativar o DTS:X 3D Surround que, neste aparelho, passou a se chamar apenas “Som LG 3D”. Trata-se de um recurso que deixa o áudio imersivo — muito útil para filmes, músicas e podcasts.
No software ele passa uma impressão de progresso, mas com ressalvas. A linha K anterior, apresentada em julho de 2020, chegou ao mercado com Android 9 Pie, um sistema de dois anos atrás. Agora os fãs da marca podem comemorar, pois o K52 chega às vitrines com Android 10.
Então isso significa que o Android 11 pode estar a caminho, também? Não, por enquanto a LG não sabe dizer se a versão mais recente do sistema operacional do Google desembarcará neste telefone.
Mas vamos ao que interessa: a interface continua muito parecida com a versão encontrada no K41S, no K51S e no K61. Ela ainda lembra a One UI da Samsung, isso porque o app de câmera é muito semelhante, assim como o app de ajustes e a barra de notificações.
Porém, existe um problema aqui: essa área onde são exibidas as notificações é transparente e, por consequência, ela conflita com as informações do fundo. Faltou um refino.
O sistema vem com muitos aplicativos pré-instalados. Alguns sem necessidade, mas é possível desinstalar, se assim desejar. Estão baixados: um app de hotéis, app da própria LG e alguns joguinhos como Asphalt Nitro, DragonMania, entre outros.
Para quem gosta, o modo escuro está disponível e funciona com os aplicativos que suportam o recurso.
O K52 veio na esteira do sucesso dos módulos de câmera em formato cooktop, contribuindo para um visual mais premium e alinhado às tendências do ano. O celular recebeu uma câmera principal de 13 megapixels, uma ultrawide de 5 megapixels, uma lente macro de 2 megapixels e um sensor de profundidade de 2 megapixels.
A principal tenta se aproximar do natural, tem exposição equilibrada, realça os tons escuros e as sombras, porém não chega a abusar na saturação. Por outro lado, senti que a nitidez tende a ser reduzida e você consegue perceber isso ao dar um leve zoom na imagem produzida.
Tanto na frente como atrás o efeito de desfoque apresenta algumas falhas. Ao utilizar o sensor de profundidade, consumidores mais detalhistas podem notar a definição prejudicada com ruídos sobressaindo. A câmera ultrawide apresentou um resultado muito parecido da principal: as cores ficam próximas do natural e as bordas são levemente distorcidas.
Muito provavelmente você não vai usar a lente macro do K52. Com apenas 2 megapixels de resolução, essa câmera produz imagens com nitidez precária e a fotografia sempre sai escura ou superexposta.
Em condições de baixa luminosidade, as câmeras do aparelho não conseguem entregar fotos boas, tampouco o processador irá fazer milagre para melhorar a situação.
O desfoque através da câmera frontal apresenta um certo exagero no pós-processamento, já que é possível notar um “efeito artificial” grande. Apesar disso, eu gostei da maioria das selfies obtidas, pois o modo de embelezamento é quase imperceptível e as cores tendem a ser fiéis.
No hardware não houve evolução. A LG novamente escolheu o MediaTek Helio P22 octa-core de 2,0 GHz aliado a 3 GB de RAM. Trata-se de um processador antigo, de 2018, que também equipa o K41S e até modelos mais antigos como K40S e o K12 Max.
O K52 vai conseguir rodar aplicativos de redes sociais, WhatsApp e de streaming, mas engasgos pontuais sempre vão aparecer. Por exemplo, o celular travou completamente enquanto eu fazia stories no Instagram.
A maioria dos aplicativos abre rapidamente e possíveis dificuldades podem ser sentidas principalmente na multitarefa. Aí o K52 pode perder o fôlego. A GPU é PowerVR GE8320 e, sim, o smartphone até consegue rodar jogos pesados como Asphalt 9 com alguns travamentos em cenas mais complexas, mesmo com as configurações gráficas no padrão.
Para armazenar as fotos, músicas e outros dados, a memória interna disponível é de 64 GB, mas é possível inserir um cartão MicroSD de até 2 TB.
Sem surpresas, a bateria continua sendo um ponto forte nos intermediários da LG, afinal são 4.000 mAh e uma fonte de 10 watts acompanha o produto. Totalmente descarregado, o K52 marcou 50% depois de 56 minutos e mais 1h17min para cravar 100%. É um bom tempo, mas espero que a LG passe a investir mais em carregadores rápidos como faz a Motorola com os seus intermediários.
Quanto ao consumo, passei duas na Netflix, uma hora no YouTube, 46 minutos de GPS via Google Maps e 1 hora de Spotify. Comecei a avaliação com 100% e restaram 59% após essas atividades. Um resultado excelente!
O LG K52 tem carroceria completamente nova, mas continua com motor antigo. Eu esperava um aprimoramento no conjunto fotográfico, na tela e o desempenho é o que mais pode decepcionar, a fabricante perdeu a oportunidade de atualizar o processador. Apesar disso, eu recomendo esse aparelho para consumidores menos exigentes, que não ligam tanto para a performance e está em busca de um telefone para o uso básico.
Mas não acaba aqui. Ainda que os preços de smartphones atualmente não estejam tão favoráveis devido à combinação dólar nas alturas e pandemia, você vai conseguir achar opções melhores por menos de R$ 1.500. Analise, por exemplo, o Galaxy A21s, o Motorola Moto G9 Play, o Xiaomi Redmi Note 9 ou o Motorola One Fusion que já teve preço reduzido no varejo.
É claro, o K52 tem lá os pontos fortes: a bateria de 4.000 mAh, o botão dedicado para o Google Assistente e o design que é bonito e foge do padrão do mercado.