Odyssey Z: o melhor notebook gamer da Samsung escorrega no preço

O Samsung Odyssey Z é realmente o melhor notebook gamer que a Samsung tem, com ótimo desempenho e preço igualmente poderoso.

André Fogaça
Por
• Atualizado há 11 meses

Depois de falar de notebooks que trabalham com a GTX 1050 Ti, que é uma placa de entrada com mais força para games que exigem um pouco mais do hardware, que está no Acer Aspire VX 15 e no Dell Inspiron 15 Gaming, está na hora de subir um degrau em GPUs e passar para uma GTX 1060.

Para essa tarefa recebemos o Odyssey Z, que é o notebook gamer mais potente que a Samsung tem no Brasil em 2018, entregando 24 GB de memória RAM, processador Core i7 e espaço interno apenas com SSD, por um preço bastante salgado e que custa mais do que o dobro do Odyssey comum.

Como não dá para comprar dois Odyssey e ligar em paralelo, nos próximos parágrafos eu te conto se este modelo vale o pesado investimento.

Em vídeo

Design e acabamento

Um ponto curioso para este notebook é que ele não tem o acabamento tradicional esperado de algo do público gamer. Não há cores piscantes e a única parte com alguma luz é o teclado – que está em uma posição horrível, mas falo sobre ele mais tarde.

Ah, o botão liga/desliga também é bem colorido e está em uma posição que me fez demorar para encontrá-lo na primeira vez que tirei o notebook da caixa.

Do lado de fora o computador mistura tampa em metal, com design em curvas que brincam com o reflexo, junto de outras partes em plástico de cor muito semelhante e, mesmo sendo mais potente, ele chega a ser mais leve e fino do que o Odyssey mais simples e barato.

Em conexões a vida não fica tão apertada. Este modelo vem com duas portas USB 3.0, uma USB 2.0 (que, por este preço, poderia ser tudo 3.0), uma USB-C que trabalha com padrão Thunderbolt 3 e que permite até mesmo o uso de uma GPU mais potente do lado de fora, HDMI em tamanho padrão, entrada para rede cabeada e saída para fones de ouvido que também permite um microfone embutido no mesmo cabo.

A parte que mais diferencia este de outros modelos da própria Samsung, além do metal na tampa e da cor cinza do conjunto, é a posição do teclado e do touchpad. Eu, sinceramente, esqueci que eles existem e utilizei o notebook o tempo todo com um mouse e teclado em porta USB.

Existe uma vantagem e também uma desvantagem ao colocar o teclado mais para baixo. A vantagem é que, nesta posição, sua mão não vai ficar perto das partes que mais esquentam do notebook.

Desta forma, as ventoinhas conseguem resfriar toda a parte interna com mais eficiência, jogando o ar quente para fora o mais rápido possível, já que o processador e a GPU ficam bem abaixo da principal saída de ar quente interno.

O lado negativo é que não existe apoio para os pulsos e o conforto é completamente esquecido. Justamente por isso que a minha recomendação é de conectar um monitor externo, teclado e mouse e utilizar o notebook como um gabinete que você transporta para todo lado com mais facilidade.

Tela e multimídia

A tela tem 15,6 polegadas, em resolução Full-HD e que garante a menor quantidade possível de reflexos no display. A qualidade de exibição de cores não é das melhores, com alguns momentos de tons lavados, mas o HDR ajuda a deixar algumas tonalidades mais vivas em certos momentos.

Algo que pode deixar alguns usuários frustrados é que por tanto dinheiro, o monitor não trabalha em 4K.

O desempenho agradece, mas se estamos falando do suprassumo da Samsung em jogos, seria interessante a possibilidade de mais pixels exibidos, mesmo que em detrimento da quantidade de fps do game.

Eu, sinceramente, prefiro ter mais fluidez em um jogo do que mais pixels, mas seria bacana ter a opção para atender mais usuários com pensamentos diferentes.

Os falantes parecem ficar na parte superior do teclado, mas as grelhas laterais são feitas para ajudar na entrada de ar, que também entra pela parte inferior. Todo o áudio é produzido embaixo do Odyssey Z, com resultados dentro do esperado para um notebook. Isso significa que quase não há graves e a experiência é pouco envolvente.

Dica do Fogaça: utilize fones de ouvido, o que também ajuda na hora de deixar o ruído das ventoinhas menos perceptível – elas são bem barulhentas em momentos de estresse.

Desempenho e bateria

Um notebook gamer é feito para jogos, então vamos lá. Ele vem com um processador Intel Core i7 8750H da série coffe lake (ou oitava geração) e que roda seis núcleos em até 4,1 GHz, 24 GB de memória RAM DDR4 e GPU GeForce GTX 1060 com 6 GB de RAM GDDR5 só para ela, com um SSD de 512 GB.

Utilizei alguns títulos separando em duas categorias: eSports e algo para fazer o bichinho fritar – a GPU chega fácil em 90 graus durante a jogatina.

O primeiro foi Heroes of the Storm, que é mais leve e foi capaz de superar com muita facilidade os 60 fps em todos os momentos. A qualidade gráfica ficou configurada para Ultra e a resolução em Full-HD, nativa do próprio computador. Heroes é um título mais leve e que roda com facilidade mesmo em computadores mais antigos.

Passando para outro ainda em eSports, Overwatch rodou também liso e manteve 60 fps mesmo durante batalhas com partículas para todos os lados. A configuração está no máximo, chamado de Epic e que não demonstrou ser um desafio muito grande para o Odyssey.

Ok, passando para o segundo kit de games, eu coloquei The Witcher 3 – que nem é tão novo, mas ainda assim é muito mais pesado do que os outros dois. Ele rodou com médias de 40 fps quando as configurações gráficas estavam no máximo possível, subindo para 50-60 fps se você baixar do Ultra para o High, que ainda assim garante um visual belíssimo.

O último e mais novo da lista é Assassin’s Creed Origins, que no modo Very High manteve fácil taxas acima de 40 fps, subindo para 60 fps se diminuir alguns detalhes. Assim como no jogo anterior, o visual com as configurações mais altas testadas chega a ser superior ao que um PS4 consegue, ou o Xbox One.

A Samsung colocou um botão chamado Beast Mode, que fica logo acima do teclado e aumenta, segundo a fabricante, 17% do desempenho do computador durante os jogos.

Testando o botão, ele não faz nenhuma diferença dentro do Windows 10 e tudo roda como antes. Dentro de games, dá para ganhar mais ou menos 5 ou 10 fps extras com a função ativada – que deixa as ventoinhas ainda mais barulhentas.

O ganho de desempenho é realmente interessante, mas aumenta muito o consumo energético ao ponto em que a Samsung não permite que o Beast Mode seja ligado fora da tomada.

Há ainda outro botão, logo ao lado do Beast Mode e que faz as ventoinhas ficarem mais silenciosas. Funciona muito bem, faz diferença até mesmo no desempenho do computador de forma geral. É interessante para economizar energia ou utilizar o computador em locais onde o barulho pode atrapalhar alguma coisa.

Sobre a bateria, bem, este é um notebook gamer e as baterias sempre são o ponto mais fraco da curva. Durante um dia comum, com o Odyssey rodando algumas abas do Chrome e o Slack, a autonomia não passou de cinco horas e sem rodar nenhum jogo.

Quer jogar? Coloque na tomada. Sempre e até o desempenho geral agradece.

Conclusão

O Odyssey Z é realmente interessante, um passo bastante grande para quem está em um computador portátil que trabalha com uma GTX 1050, mas que é caro demais quando você olha a concorrência.

Um modelo próximo dele é o Dell G7 com o mesmo processador, GPU, 256 GB de SSD, 1 TB de HDD e 16 GB de memória RAM DDR4, custando quase a metade dos R$ 14 mil do Odyssey Z e tem desempenho muito, mas muito semelhante – além de ter o teclado em um local mais confortável.

Olhando ainda para a concorrência, não foi difícil encontrar na internet notebooks Alienware com uma GTX 1070, que é mais potente do que a 1060 do Odyssey Z, custando menos do que ele.

Os trunfos do computador da Samsung estão na proeza de ser mais fino e leve do que os outros Odyssey mais baratos, acabamento de melhor qualidade e por incluir um SSD no lugar do HDD, que aumenta bastante o desempenho em todos os pontos. O que ainda dói é o preço. Se ele bater na porta dos R$ 9 ou R$ 10 mil, começa a valer a pena.

Especificações técnicas

  • Processador: hexa-core Intel Core i7-8750H de 2,2 GHz;
  • Armazenamento: SSD de 512 GB;
  • Bateria: 54Wh;
  • Conectividade: 802.11ac, Bluetooth 4.1, 1 HDMI, 1 USB-C, 2 USB 3.0 padrão A, 1 USB 2.0 padrão A, fones de ouvido + microfone;
  • Dimensões (L x P x A): 37,6 x 25,5 x 1,8 cm;
  • Memória RAM: 24 GB de DDR4 (expansível);
  • Peso: 2,4 kg;
  • Placa de vídeo: GeForce® GTX 1060 com 6 GB GDDR5;
  • Teclado: padrão US com retroiluminação vermelho;
  • Tela: LED LCD de 15,6 polegadas;
  • Resolução: 1920×1080 pixels;
  • Sistema operacional: Windows 10 Home Single Language (64-bits);
  • Webcam: resolução de 720p.

Odyssey Z

Prós

  • GeForce GTX 1060 dá conta do recado
  • Mais fino e leve que outros Odyssey
  • Upgrade de RAM e armazenamento é fácil de fazer
  • Acabamento em metal é raro e belo neste segmento
  • Resfriamento é eficiente

Contras

  • Muito mais caro do que a concorrência
  • Teclado e touchpad em posição horrível
  • Bateria poderia ter maior desempenho
  • Tela não é 4K, mesmo com preço alto do notebook
Nota Final 8.3
Bateria
7
Desempenho
10
Design
10
Software
9
Teclado
6
Tela
8

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.

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