Paguei um café com uma pulseira NFC

Bradesco e Visa lançam pulseira inteligente para fazer pagamentos (e funciona)

Paulo Higa
• Atualizado há 9 meses

Bradesco e Visa apresentaram em parceria nesta quinta-feira (16) uma pulseira com NFC que funciona como cartão pré-pago. O acessório será uma das formas de pagamento nos Jogos Olímpicos Rio 2016, que acontecerão em agosto, onde todas as 4 mil maquininhas de cartão aceitarão a tecnologia. É uma maneira prática de pagar compras (e vários estabelecimentos já estão preparados para aceitá-la).

Cerca de três mil pessoas testarão a pulseira antes dos Jogos, entre as quais um grupo de jornalistas que receberam o acessório. Ela ainda será distribuída para os atletas que participarão das competições e também poderão pagar com um anel (mente poluída).

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O princípio de funcionamento da pulseira é o mesmo de outros métodos de pagamento do gênero: por meio de um processo conhecido como “tokenização”, os 16 dígitos do cartão e alguns dados de confirmação (como o código de segurança) são substituídos por um código único e exclusivo, fornecido pela bandeira do cartão. Isso permite que qualquer coisa, como um smartphone, um carro ou a manga da camisa, funcione como uma extensão do seu cartão de crédito ou débito.

A pulseira, inclusive, é apenas uma camuflagem para o que realmente é o método de pagamento: um pequeno chip NFC.

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Para fazer pagamentos com a pulseira, basta que a maquininha de cartão tenha NFC ativado. Atualmente, 80% dos terminais em uso no mercado brasileiro suportam a tecnologia, segundo o Bradesco. O vendedor deve acionar a função débito. Se o valor da compra for inferior a 50 reais, não é necessário digitar nenhuma senha. A recarga dos créditos pode ser feita no site da Pulseira Bradesco Visa, mesmo por quem não tem conta no Bradesco.

Para experimentar a pulseira no mundo real, testei o acessório para pagar um café depois de um almoço com colegas jornalistas — o almoço não foi pago com a pulseira porque a maquininha do restaurante, da Getnet, não suportava NFC. Foi curioso notar a cara de surpresa da vendedora, que de início não parecia acreditar que a pulseira realmente funcionava; ela inclusive chamou uma colega para observar o processo.

Foi selecionada a função débito na maquininha. Em vez de inserir o cartão e digitar a senha, bastou aproximar a pulseira do símbolo de pagamento contactless do terminal e apertar o botão verde. Como a compra era de valor baixo, não foi necessário digitar nenhuma senha e o recibo em papel foi emitido imediatamente.

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Um ponto a se notar é que, se você for um early adopter de pagamento por NFC, muito provavelmente terá que “ensinar” o vendedor a operar a máquina (e talvez convencê-lo de que você não está tentando hackear o terminal de pagamento da loja).

Quando perguntado sobre o preço da Pulseira Bradesco Visa para o consumidor final, o banco afirmou que ainda não há uma data para que as vendas comecem: essa fase de testes deve servir como experimento para ver como a tecnologia se comportará e até definir melhor algumas regras, como o limite de 50 reais para compras sem a digitação de senha. É fato que deve existir praticidade na hora da compra, mas a segurança não pode ser deixada de lado — tanto que, em alguns países, você consegue encontrar carteiras com bloqueador de RFID (!) nas lojas.

Apple, Google e Samsung: por favor, tragam logo seus meios de pagamento ao Brasil.

Leia | Cartão por aproximação é seguro? Conheça vantagens do pagamento contactless

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.