Review iPhone 14 Pro: Dynamic Island é estrela, mas câmera faz a diferença
Versão Pro da linha iPhone 14 traz tudo o que você espera do modelo, mas Apple deveria entregar um pouco mais
Versão Pro da linha iPhone 14 traz tudo o que você espera do modelo, mas Apple deveria entregar um pouco mais
Em novembro, o Tecnoblog publicou o review do iPhone 14. Agora é a vez de Emerson Alecrim realizar o teste do iPhone 14 Pro. Neste ano, a Apple mudou sua linha de smartphone por dentro e por fora: além do conjunto de câmeras renovado, os modelos Pro têm um novo notch e trazem os chips mais recentes.
Os modelos 14 Pro e Pro Max abandonam a câmera principal de 12 MP e trazem um novo sensor de 48 MP com quad pixel. O novo notch tem um recurso batizado de Dynamic Island, que transforma o local onde está a câmera e os sensores do FaceID em um atalho rápido para aplicativos em execução.
Essas mudanças fazem do iPhone 14 Pro (e Pro Max) a versão definitiva para quem quer um novo iPhone ou entrar no ecossistema Apple? Depende. Os motivos você confere a seguir.
Aviso de Ética
Este iPhone 14 Pro foi cedido pela Apple por empréstimo. Os reviews do Tecnoblog não têm intenção publicitária. Para conhecer nossa política editorial, acesse tecnoblog.net/etica
Assim como o modelo “básico”, o iPhone 14 Pro é praticamente idêntico ao seu antecessor. Por causa das novas câmeras e notch (que falaremos mais para frente), o smartphone ficou mais grosso e tem uma ilha de câmeras mais protuberante. Apesar das mínimas diferenças, imperceptíveis aos olhos, as capas do iPhone 13 Pro não encaixam no iPhone 14 Pro.
O iPhone 14 Pro tem 147,5 mm de altura (era 146,7 mm na geração passada), 7,85 mm de espessura (contra 7,65 mm) e pesa 206 g (era 203 g no 13 Pro) — a largura se manteve em 71,5 mm.
Na parte das cores, o iPhone 14 Pro e a versão Pro Max têm quatro opções de cores: roxo-profundo (versão testada pelo Tecnoblog), dourado, prateado e preto-espacial — o azul sierra foi descontinuado.
A estrutura das bordas do iPhone utiliza aço inoxidável “de qualidade cirúrgica”, conforme destacado pela Apple. A resistência continua no nível IP68, com a tela protegida pela tecnologia Ceramic Shield, presente nos smartphones da Apple desde o iPhone 12.
O iPhone 14 Pro possui diferenças em seu design de acordo com o país onde é vendido. Nos Estados Unidos, a linha Pro não possui gaveta de chip, já que no país eles só funcionam com o eSIM. Aqui no Brasil, os modelos ainda possuem entrada para o cartão nano-SIM — mas você pode usar a versão eSIM em seu smartphone.
Se o design é um filme com versão estendida, a tela é uma boa sequência — não um O Poderoso Chefão II. Ela mantém a tecnologia ProMotion com taxa de atualização adaptativa de 120 Hz e painel Super Retina XDR, mas o display tem um salto absurdo de brilho.
Enquanto o brilho máximo padrão é de 1.000 nits, o pico de brilho em HDR é de 1.600 nits. Já em ambiente externo, essa especificação chega a 2.000 nits — o mesmo que algumas TVs QLED. Para quem tem o hábito de tirar muitas fotos na rua, principalmente em praias e outros ambientes com muita iluminação, o brilho de 2.000 nits deixará a visualização da tela bem fácil.
O painel OLED mantém o seu tamanho de 6,1 polegadas, mas chega com uma resolução de 2556 x 1179 pixels (pouco maior que o iPhone 13 Pro) a 460 ppp e traz modo Tela Sempre Ativa, conhecido também como Always On Display (AOD).
O modo permite que o usuário deixe a tela de bloqueio — que é customizável — sempre ligada, mostrando as horas, widgets e notificações. No AOD, o brilho da tela fica reduzido e a taxa de atualização cai para 1 Hz.
Com isso, a Apple promete que a Tela Sempre Ativa não prejudica a autonomia da bateria. O recurso existe há um bom tempo nos dispositivos Android. Só que, nesses aparelhos, boa parte da tela fica apagada. No iPhone 14 Pro, todo o display é mostrado e você pode ver o papel de parede.
Ainda assim, o recurso pode não ser muito útil para todo mundo. Ele é um diferencial para quem está na dúvida entre um Pro ou “normal”. O AOD pode ser desativado na parte de “Ajustes” do iPhone.
E claro, a cereja do bolo na tela é a Dynamic Island. Ou talvez o ponto que mais deixa o consumidor curioso. Esse recurso merece uma seção só dela na análise. Vamos lá.
O iPhone 14 Pro e 14 Pro Max abandonaram o antigo notch. O design do entalhe “entrando” na tela dá lugar ao furo no display, algo comum nos smartphones Android — mas a Apple fez diferente.
O notch do iPhone é grande e guarda a câmera de selfie e os sensores do FaceID — ele é até maior que o entalhe antigo, o que levou a Apple a deixar o iPhone 14 Pro mais alto. Para contornar o problema, a Apple lançou o Dynamic Island, um recurso que deixa o furão na tela… dinâmico — e divertido de usar.
O novo notch do iPhone Pro se tornou uma central de notificações e ações rápidas. O exemplo mais prático disso é na execução de músicas. Ao ouvir uma faixa no Spotify, por exemplo, o álbum da banda aparece de um lado e do outro você verá um ícone de equalização para mostrar que o áudio está sendo reproduzido.
Ao pressionar o notch por alguns instantes, abre um miniplayer do Spotify. Um toque rápido abre o aplicativo.
No Dynamic Island você também pode incluir mais de um app ao mesmo tempo. Por exemplo, você pode abrir o cronômetro e o app de música ao mesmo tempo. Em um canto você verá o reloginho rodando, do outro, o player de música.
As integrações dos apps com o Dynamic Island crescerá com o tempo. Os desenvolvedores podem criar recursos para a novidade por meio de API.
Conforme mais apps adotem a novidade, mais “obrigatório” ele se tornará nos iPhones — isso, é claro, até a Apple desenvolver o under display para seus sensores e câmera de selfie.
Além de ser maior, o novo notch fica mais abaixo do antigo entalhe, o que deixa um “fiapo de tela” inutilizável. Com o tempo de uso, o Dynamic Island entra na sua rotina de uso. Você não será atrapalhado pelo novo notch em jogos — o estranhamento com ele fica só nos primeiros momentos.
Nos vídeos e jogos, o notch, como em todos os aparelhos com esse design, deixa um espaço “morto” considerável na tela. Porém, você não será atrapalhado pelo notch durante a exibição de vídeos ou no gameplay.
Já vamos “spoilar” aqui: as câmeras são o fator decisivo na hora decidir comprar ou não o iPhone 14 Pro. As fotografias podem ter um nível profissional, então quem tira foto casualmente pode não usar o equipamento ao máximo — não tirando todo o proveito do investimento.
Mas vamos falar das especificações. Após sete anos, a Apple finalmente atualizou o sensor principal. Sai a câmera de 12 megapixels e entra a câmera de 48 MP. O conjunto de lentes é formado ainda por uma câmera ultrawide (12 MP) e teleobjetiva (12 MP). Há ainda um sensor LiDAR, responsável por medir a distância para o modo retrato.
O iPhone tem um histórico de produzir fotos de alta qualidade — e isso se mantém no iPhone 14 Pro. A câmera principal tem sensor quad-pixel, tecnologia que “une” quatro pixels para formar um pixel maior. Dessa maneira, a captura de luz é aprimorada e a foto fica mais detalhada.
Esse conjunto entrega imagens em ótimas qualidades, com brilho bom até mesmo em ambientes pouco iluminados ou durante a noite. As cores são vívidas e sem excesso na saturação. As fotos contam um nível de ruído bem baixo.
Entretanto, as maiores diferenças do iPhone 14 Pro para o iPhone 14 “básico” ou modelos da série iPhone 13 estão em situações específicas. Em ambientes pouco iluminados, você terá uma qualidade maior que os outros smartphones da série. Esse “vantagem” reafirma que a versão Pro atende os criadores de conteúdo ou fanáticos por fotografia.
Outro fator que “nicha” a linha Pro para o público mais ligado à fotografia é o modo ProRAW. Neste modo, a foto não sofre nenhuma redução de qualidade. Como indica o “raw” no nome, é a imagem “crua”, com todos os 48 megapixels e dados capturados na câmera. O “problema” é que uma “fotinho” no ProRAW ocupa muito espaço. Em um dos testes, o modo capturou uma imagem com 84,6 MB — mas dá para chegar a 100 MB.
A câmera teleobjetiva de 12 MP tem zoom óptico de 3x, o que é um pouco “decepcionante”. A câmera principal já tem um “zoom de 2x”, em que o sensor recorta a imagem para gerar um efeito de aproximação. Faria mais sentido que a teleobjetiva ganhasse, no mínimo, 1 “ponto extra” de zoom — subindo para 4x. O sensor é o mesmo do iPhone 13 Pro, com pequenas melhorias no processamento de imagem.
A ultra-angular, também com 12 MP, possui enquadramento de 0,5x, permitindo uma maior captura de detalhes em ambientes mais fechados, sendo uma alternativa para a captura panorâmica. Ela também funciona como uma lente macro.
A lente de selfie (12 MP) tem foco automático e abertura de f/1,9, entregando uma melhor captura de luz mesmo como novo notch. Câmeras em furos na tela tendem a capturar menos luz. No caso do iPhone 14 Pro, o tamanho grande do notch é até positivo para quem gosta de selfies. Inclusive, o modo retrato é muito preciso em identificar o contorno do rosto.
O processamento das imagens é realizado pela Photonic Engine, compatível com todas as câmeras. A tecnologia captura imagens com diferentes ajustes e as compara para formar uma foto o mais nítida e fiel possível. A Photonic Engine também realiza a captura das imagens noturnas, com um resultado bem detalhado e controlando o ruído.
Para a gravação de vídeos, o iPhone 14 Pro filma em até 4K e 60 fps. Contudo, a sua configuração padrão é de 4K e 30 fps. Para chegar aos 60 fps, basta acessar os ajustes da câmera.
A estabilização da lente é ágil, permitindo que o usuário realize filmagens sem tremidas. O modo cinema, que funciona como uma espécie de modo retrato para vídeos, também grava em 4K e 30 fps.
Importante: devido ao espaço ocupado pelos vídeos em 4K, o modo ProRes no iPhone 14 Pro de 128 GB só permite filmagens em 1080p a 30 fps — a gravação em 4K só está disponível nos modelos de 256 GB ou mais.
As versões Pro do novo iPhone são equipadas com o SoC A16 Bionic. O novo chip traz diferenças sutis em relação ao A15 Bionic. As configurações de núcleos são as mesmas: seis núcleos de CPU e cinco de GPU. De novidade, a velocidade do clock e eficiência energética.
O iPhone 14 Pro tem 6 GB de RAM (via Geekbench5) e quatro opções de armazenamento: 128 GB, 256 GB, 512 GB e 1 TB.
No fim, a evolução do A16 Bionic, além de melhor processamento de imagens, traz milésimos de agilidade para o smartphone — e você provavelmente nem fará um comparativo entre um 14 Pro e 13 Pro para ver em quanto tempo o Instagram abre.
E se o A15 trabalha com sobras no iPhone 14, a mesma coisa vale para o A16 Bionic. Assim como no modelo básico, o iPhone 14 Pro rodou Asphalt 9 e Genshin Impact sem suar.
O iPhone 14 Pro tem uma bateria com 3.200 mAh — a Apple não revela esse dado, mas é a especificação que aparece na homologação do produto na Anatel, como o Tecnoblog apurou.
De acordo com os testes, é o suficiente para passar o dia inteiro longe do carregador. Mas é aquilo: você espera mais de um smartphone premium.
No primeiro teste realizado por Emerson Alecrim, ele usou o iPhone 14 Pro por quatro horas com Netflix e brilho máximo, 20 minutos de Genshin Impact, uma hora de redes sociais e mais hora de Spotify no alto-falante. No fim do dia, a bateria estava com 36% (de 100%).
Alecrim repetiu os testes com o recurso Always On Display ligado. A bateria terminou o dia com 31%. Contudo, não vale culpar só o AOD pelo “sumiço” dos 5% perdidos. Apps em segundo plano e a variação no uso da tela podem ter impactado o consumo da bateria.
O iPhone 14 Pro “mais barato” (128 GB) tem um preço salgado de R$ 9.499. Se o seu foco é capturar fotos e vídeos mais profissionais, o iPhone 14 Pro vale a pena. Para quem é um “fotógrafo de fim de semana”, um 14 Pro com 128 GB já é uma boa opção — ainda mais que o armazenamento em nuvem é muito popular.
O iPhone usado nos testes do Tecnoblog tem 1 TB de armazenamento e custa R$ 14.499. Essa versão é bem mais nichada. Criadores de conteúdo, que usarão regularmente a função ProRes e ProRAW, e influencers grandes (nível Jade Picon), que precisam armazenar muitos vídeos e fotos, farão o “valor se pagar”.
Por mais que o Dynamic Island seja um recurso muito divertido, que traz praticidade ao iPhone, não é ele que influencia a decisão de comprar um iPhone 14 Pro ou iPhone 14 “básico”. O Dynamic Island veio para ficar, não tenha dúvidas disso. Mas ele não compensa a diferença de preço entre os dois modelos.
No fim, é o seu interesse por fotografia que responderá qual o melhor smartphone para você — não a vontade de experimentar a Dynamic Island.
Para quem está no iPhone 13 Pro e pensa em atualizar para o 14 Pro, a verdade é que as diferenças não são grandes. Novamente, sendo bem repetitivo na tecla “câmera”, o upgrade só compensa se você quer o melhor desempenho nas câmeras. A evolução na parte de processamento não é perceptível — o iPhone 13 Pro já é um baita smartphone.
Por falar em baita smartphone, a mudança para o iPhone 14 Pro pode fazer sentido para usuários do iPhone 12 Pro. Mesmo com 2 anos de idade, ele ainda é um modelo com especificações atuais. Todavia, ele não tem tela de 120 Hz e a bateria pode já estar com uma saúde ruim. Pensando no custo-benefício, a atualização a se fazer é para o iPhone 13 Pro. Quer tudo deste modelo somado à melhor câmera? Abra a carteira e vá para o iPhone 14 Pro.
Agora, para quem quer migrar do Android ou de um iPhone antigo (tipo eu com o meu 6s), o iPhone 14 Pro pode ser um salto muito grande. Ele é um iPhone 13 Pro melhorado, com algumas inovações que não entregam uma experiência de uso amplamente renovada. Fora que o iPhone 14 Pro custa R$ 3.000 a mais. Se você se encaixa neste caso, o iPhone 13 Pro é o melhor custo-benefício.
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