Review MacBook Pro (Apple M1 Max): um notch e muito poder

Projetado para usuários profissionais, MacBook Pro com M1 Max tem desempenho excepcional, tela muito brilhante e boa autonomia

Darlan Helder
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• Atualizado há 10 meses
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Após impressionar o mercado com o seu poderoso M1 — de primeira geração —, a Apple provou que dava para ir mais longe. Em outubro de 2021, a plataforma Apple Silicon evoluiu e trouxe dois novos chips furiosos: M1 Pro e M1 Max, que equipam os MacBooks Pro mais recentes. Como a própria empresa destaca em sua comunicação, os dispositivos com esses processadores visam atender pessoas que se envolvem em projetos profissionais, exigindo muito poder da máquina. 

Tela mini-LED com taxa de atualização de 120 Hz, SSD de 1 TB, 64 GB de memória RAM (!) e carregador de 140 watts. Essa é só uma parte das especificações do MacBook Pro de 16 polegadas com M1 Max que passou pelas minhas mãos. No Brasil, essa configuração sai por R$ 48.552 (sei lá, dá para comprar um carro com esse montante). Será que vale a pena? Eu venho usando o notebook da Apple há cerca de três meses e conto a minha experiência de uso neste review.  

Análise do MacBook Pro M1 Max em vídeo 

Aviso de ética 

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O MacBook Pro M1 Max foi fornecido pela Apple por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica

Design e conectividade 

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Uma primeira olhada no visual do novo MacBook Pro e você já nota uma ausência significativa: adeus, Touch Bar. Deve-se reconhecer, porém, que muitas pessoas acham desnecessário ter esse atalho para ações rápidas próximo ao teclado. E, pelo visto, a empresa estava bem ciente da rejeição quando projetou o laptop atual. Mas não foi só isso que despertou a nossa atenção por aqui.  

Analisando o design como um todo, o MacBook Pro com M1 Max ganhou um visual imponente, com construção robusta e detalhes que ajudam a diferenciar do Pro M1. Eu devo reconhecer que ele não é um notebook tranquilo de se transportar no dia a dia, levando em conta o seu peso de mais de 2 kg. Mas é possível, claro, embora ocupe um espaço considerável na sua mochila.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O chassi está mais espesso. Talvez porque agora abriga mais conexões em suas laterais: três Thunderbolt 4, uma porta HDMI, slot para cartão SDXC e há uma entrada para fones de ouvido de 3,5 mm. Também há o retorno do MagSafe, mas falaremos sobre a conexão adiante. Agora, por que a Apple colocou tudo isso? Claramente a empresa quis acenar para os profissionais que necessitam dessas portas no cotidiano. Fez certo!  

O acabamento do laptop continua excelente e os materiais empregados ainda remetem aos modelos anteriores. O alumínio em todo o corpo ajuda a promover um visual luxuoso e sofisticado, assim como as cores disponíveis. São apenas duas: prateada, versão a qual tivemos acesso, e cinza-espacial com um tom mais escurecido.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Tela e som 

A área do display (Liquid Retina XDR) perdeu a clássica inscrição “MacBook Pro”, agora alocada na parte inferior do notebook. E há o notch, o maior causador de polêmica nessa geração. Como você já deve imaginar, ele não interfere consideravelmente na navegação, quase em nada, na minha opinião. Assim como no iPhone, no uso diário, eu mal lembrava da existência do entalhe ali. 

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

As telas dos MacBooks sempre me impressionaram e, mais recentemente, a Samsung causou um impacto parecido em mim com o Galaxy Book Pro de 2021, modelo equipado com AMOLED. Se desde o período Intel a Apple se sobressaia pela qualidade do painel, com essa versão o padrão de excelência não diferiria. Trata-se da melhor tela que você vai encontrar em um notebook hoje e a empresa acertou muito ao reduzir a bordas para favorecer o aproveitamento.  

A cereja do bolo, o Mini-LED, pode atingir até 1600 nits de brilho em conteúdos HDR, isso representa mais que o dobro do MacBook Pro de 2019. A resolução também mudou e me impressionou. No caso da variante de 16,2 polegadas, que nós testamos, ela passou a ser de 3456 x 2234 pixels com 1 bilhão de tons de cores.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Em ação, todos esses nomes e números complexos fazem o dispositivo ter brilho fortíssimo, um volume de cores excelente, preto muito profundo e contrastes precisos. O branco do conteúdo HDR, por exemplo, é tão vívido que incomodou os meus olhos. É tudo muito intenso, mas esse é um ótimo display, principalmente para quem trabalha com imagens. 

O sistema ainda traz taxa de atualização variável de até 120 Hz (ProMotion). É a primeira vez que essa tecnologia aparece em um MacBook. Confesso para você que deixei o ProMotion ativado o tempo todo, porém eu não senti diferenças significativas, talvez porque o sistema já é fluido demais.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Os alto-falantes fazem um ótimo trabalho e, como bônus, ele tem suporte ao áudio espacial com Dolby Atmos. Os quatro woofers e os dois tweeters são fiéis ao entregar um áudio definido e surpreendentemente envolvente. Mas eles não são perfeitos, e eu senti falta de um pouquinho mais de graves.  

Webcam, teclado e trackpad 

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O polêmico notch hospeda não só a webcam. Ali ainda estão um sensor e um LED indicador de câmera ativada. Por falar nela, assim como no iMac colorido, essa webcam tem resolução Full HD e, olha, eu fiz muitas reuniões no Zoom e no Google Meet, e gostei bastante da qualidade.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O teclado foi encolhido, fornecendo mais espaço para os falantes. A Apple incluiu ali três novos atalhos para o Spotlight, Ditado e Não Perturbe. As teclas do MacBook Pro permanecem silenciosas, confortáveis e são retroiluminadas, o que facilita a digitação no escuro. No entanto, o Magic Keyboard segue no padrão americano, portanto sem cedilha no Brasil. O Touch ID está alocado na extremidade direita e o recurso funcionou sem nenhum problema durante os meus testes.  

Por sua vez, o trackpad é admirável pelo amplo espaço fornecido, que dispensa o uso de um mouse, e pelo acabamento fosco que promove uma navegação suave e confortável. Os gestos multi-touch, de zoom inteligente, mission control, de rolagem e outros, respondem bem. Mesmo em trabalhos mais complexos e detalhistas, como de edição, eu acredito que ele será suficiente.  

Desempenho com o M1 Max e bateria 

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Os Macs com arquitetura ARM causaram e ainda causam um certo abalo na indústria devido à performance admirável, combinando uma eficiência energética nunca vista num Mac. O M1 Max consegue elevar isso a outro patamar, tornando a experiência de uso muito mais rápida e precisa para profissionais como desenvolvedores e editores/videomakers.  

O Max é um chip poderoso de 5 nanômetros. O modelo testado conta com 10 núcleos de CPU e GPU de 32 núcleos que, segundo a empresa, garante um desempenho gráfico quatro vezes mais rápido quando comparado ao M1. Essa unidade fornecida ao Tecnoblog, com 64 GB de memória unificada e SSD de 1 TB, sai por quase R$ 50 mil. No site da Apple, você pode configurar o SSD para até 8 TB, que sai por R$ 75 mil.

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Falando de performance em si, quando não estou no Windows, eu uso Mac no dia a dia apenas para escrever e acessar a páginas na web. Mas, durante esses três meses de M1 Max, além da escrita, eu fiz alguns testes pesados para identificar limites, mas sem sucesso. O Mac M1 Max é tão silencioso em tarefas que exigem mais da CPU que dá agonia. Ainda mais para quem estava acostumado a escutar a ventoinha girando forte durante uma reunião no Zoom ou no Google Meet no Mac Intel.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Adobe Premiere Pro 2022 abre na nossa unidade de teste em apenas 4 segundos. Para fins de comparação, no MacBook Pro M1 da nossa editora-audiovisual Raquel Igne, o mesmo software levou 7 segundos para abrir. Outros programas de edição, como Photoshop e Affinity Photo, precisam de apenas 2 segundos.

Ainda usando o Premiere Pro 2022, o Mac M1 Max levou 29min19s para renderizar um vídeo 4K a 60 fps de 30 minutos com codec Apple ProRes 422. Para o Ari Libório, nosso outro editor audiovisual aqui do Tecnoblog, um PC Windows com placa de vídeo dedicada levaria esse mesmo tempo.  

Foi nesse teste que eu notei, pela primeira vez, a ventoinha trabalhar forte. Assim que identifiquei o barulho, resolvi abrir dez páginas no Chrome e dez páginas no Edge. Além disso, Notion, Discord, o editor de texto Typora e o Apple Music também estavam abertos. Resultado: a performance não caiu em nenhum momento.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Se eu pudesse apontar algo negativo, diria que a Apple tinha que abrir mais o seu ecossistema para jogos. Infelizmente, eu não consegui instalar um Genshin Impact para analisar o poder da GPU.

O hardware também foi pensado para entregar uma autonomia à altura. A tela tende a gastar uma energia considerável em qualquer laptop, agora imagina em um modelo com Mini-LED e 120 Hz? Esse MacBook Pro não vai fornecer uma autonomia de um Mac M1, mas ainda consegue ter uma eficiência energética muito boa.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A Apple diz que a versão testada pelo Tecnoblog aguenta 21 horas de reprodução de vídeo com apenas uma carga. É a mesma autonomia do recém-apresentado Galaxy Book 2 Pro, que eu estou bem ansioso para conhecer e comparar com esse MacBook Pro. Durante todo o período em que passei com o aparelho, a célula durava em média 6h30min, mesmo executando tarefas pesadas. Esse número pode ir ainda mais longe, isso porque eu preferi aproveitar ao máximo todas as tecnologias de tela que, óbvio, consomem mais bateria.

O MagSafe 3 é um excelente conector e fica tão firme no Mac que dificilmente alguém vai conseguir derrubá-lo pelo fio trançado. Vale notar que o acessório ainda é um trambolho, mas faz sentido considerando os 140 watts de potência. Toda essa abundância faz a máquina atingir os 50% em apenas 30 minutos. De fato, a alimentação é tão rápida que eu não via o tempo passar.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Carregador do MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Carregador do MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Software 

Ao longo da avaliação, nós usamos o macOS Monterey. Antes dele, eu estava com o Big Sur em outro MacBook Pro Intel que, infelizmente, não recebe mais atualizações devido à idade. Migrar de um para outro não foi uma tarefa difícil, pois, como sempre defendi, a Apple tem um sistema operacional muito bem resolvido.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Outra coisa que sempre ressalto positivamente são as configurações sempre muito acessíveis; diferente do Windows, eu não preciso acessar várias telas para enfim chegar na página que quero. A integração com iPhone, iPad, AirPods e fones da Beats é admirável e continua sendo um dos grandes acertos da Apple.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Com relação ao acesso de apps e programas, existe, sim, uma limitação chatinha da App Store, sem Instagram, Facebook, Netflix e outros apps populares que já estão disponíveis na Microsoft Store há um bom tempo. Mas o M1 Max foi desenvolvido para profissionais e, nesse sentido, não há o que reclamar.  

Muitos programas de edição — mas não só eles — já estão preparados para a nova arquitetura e acompanhamos de perto o empenho da Apple e outras empresas para agilizar esse processo.  

MacBook Pro (Apple M1 Max): vale a pena? 

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Se você usa notebook para escrever, assistir a streaming e acessar páginas na web, o MacBook Pro M1 Max não é para você. Tudo bem, qualquer “pessoa comum” com R$ 48 mil dando sopa pode comprar esse dispositivo, mas ele ainda assim não é para você. O que eu quero dizer é que o M1 Max é para um público específico, que precisa de muito poder de CPU e GPU para tarefas extremamente pesadas. Se você não é um editor audiovisual ou um desenvolvedor, o M1 já vai lhe atender muito bem.  

MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
MacBook Pro M1 Max (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Desembolsar todo esse dinheiro num laptop parece loucura, mas pode fazer sentido para esse público-alvo citado. E reforço: o investimento só vale a pena se você tiver esse montante disponível. Além disso, um provável comprador de M1 Max já deve estar dentro do ecossistema Apple, por isso eu vejo que essa máquina é direcionada justamente para esse profissional que usa os produtos da Maçã no cotidiano.  

Entendendo a sua proposta e ao analisar a sua performance como um todo, dá para concluir que esse é um excelente aparelho. Há desempenho de sobra, uma tela que impressiona qualquer pessoa, uma boa autonomia e um software que não é perfeito, mas se mostra estável e bonito. O MacBook Pro equipado com o M1 Max é o melhor que a Apple já fez. É o notebook definitivo.

Review MacBook Pro (Apple M1 Max)

Prós

  • Desempenho excelente em qualquer atividade
  • Design robusto
  • Tela fiel e muito brilhante
  • Eficiência energética interessante
  • Webcam muito boa e com resolução Full HD
  • Teclado e trackpad são precisos e confortáveis

Contras

  • Por que tão caro?
Nota Final 9.9
Bateria
10
Conectividade
10
Desempenho
10
Design
10
Software
9
Som
10
Teclado
10
Tela
10
Trackpad
10

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Darlan Helder

Ex-autor

Darlan Helder é jornalista e escreve sobre tecnologia desde 2019. Já analisou mais de 200 produtos, de smartphones e TVs a fones de ouvido e lâmpadas inteligentes. Também cobriu eventos de gigantes do setor, como Apple, Samsung, Motorola, LG, Xiaomi, Google, MediaTek, dentre outras. No Tecnoblog, foi autor entre 2020 e 2022. Ganhou menção honrosa no 15º Prêmio SAE de Jornalismo 2021 com a reportagem "Onde estão os carros autônomos que nos prometeram?", publicada no Tecnoblog. 

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