Review Xiaomi Redmi Note 11: um Note 10 disfarçado

Com poucos upgrades, Redmi Note 11 pode ser vantajoso para quem deseja entrar no ecossistema Xiaomi sem gastar muito

Darlan Helder
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• Atualizado há 1 ano e 3 meses
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Com mais de 200 milhões de aparelhos vendidos globalmente, é inegável: o Redmi Note 10 foi um sucesso. Agora, o Redmi Note 11 tem a missão de deixar a chama acesa e, para isso, a Xiaomi aposta em duas frentes que vêm fazendo a família incomodar bastante a concorrência. Estamos falando de uma estratégia que alia ficha técnica avançada a preços mais generosos. 

Nessa geração, você encontra uma tela AMOLED de 6,43 polegadas com taxa de 90 Hz, processador Snapdragon 680, bateria de 5.000 mAh, com carregador rápido, e um conjunto de quatro câmeras. Eu venho testando o novo aparelho da Xiaomi há alguns meses e compartilho a minha experiência de uso a partir de agora. 

Análise do Xiaomi Redmi Note 11 em vídeo 

Aviso de ética 

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O Redmi Note 11 foi adquirido pelo Tecnoblog no varejo. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica

Design 

Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Tradicionalmente, a Xiaomi sempre fez grandes alterações no visual da linha Redmi, basta ver imagens do Note 5 ao Note 9. Desta vez, a atual geração mantém uma linguagem visual que remete ao antecessor, com mudanças sutis.

Particularmente, a proposta do Note 10 com módulo escadinha ainda me agrada mais, enquanto o 11 me passa a sensação de ser básico demais. Apesar disso, eu consigo relevar, afinal esse é um aparelho de baixo custo. 

Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Suas laterais achatadas não são tão planas como nas imagens de divulgação, mas eu gosto da proposta. O telefone é todo construído em plástico e um ponto em que a Xiaomi se sobressai é na proteção. Para um modelo dessa categoria, sabemos que não é comum, mas a empresa fez questão de oferecer IP53, portanto alguns respingos d’água não vão danificar o produto. 

Ainda nas laterais, a Xiaomi não mexeu muito. Sendo assim, a conexão USB tipo C, o tradicional sensor infravermelho e a entrada para fones de ouvido de 3,5 mm continuam disponíveis. 

Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Tela e som 

Sua tela de 6,43 polegadas é do tipo AMOLED e a resolução é Full HD+ (2400 x 1080 pixels). É um excelente display, capaz de atender até usuários mais exigentes: há brilho forte, excelente definição e taxa de atualização de 90 Hz, para deixar a navegação ainda mais suave. Outro ponto de destaque é o Gorilla Glass 3, que garante uma dose extra de proteção ao produto. 

Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Este ano, a Xiaomi deu uma mexida no brilho, mas isso não necessariamente é um ponto negativo, pois a luminosidade continua excelente, até melhor quando comparada com alguns flagships, como o Moto Edge 30 Pro. Antes, no Redmi Note 10, você tinha 1.100 nits de brilho e 450 de padrão. O Note 11, porém, tem pico de 1.000 nits e 700 de padrão. 

Caso não queira usar a conexão para fones de ouvido, você pode aproveitar os alto-falantes que são estéreos. Eles são bem altos e muito envolventes, e ótimos para o consumo de filmes e jogos. 

Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Software 

Nós não sabemos se foi proposital ou não, mas, no mercado indiano, a Xiaomi realça em seu site que o Redmi Note 10 tem Android 11 com MIUI 12. No caso do Redmi Note 11, o destaque fica para a MIUI 13, apenas, sem citar a versão do sistema operacional. Mesmo lançado em 2022, a empresa colocou esse aparelho no mercado com o Android 11, decisão que ninguém estava esperando. 

Xiaomi Redmi Note 11 com MIUI 13 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 com MIUI 13 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Apesar disso, a chinesa não está ignorando as atualizações. O smartphone está na fila e deve receber o update nos próximos meses. Nós recebemos o Note 11 com a MIUI 13.0.1 e, em seguida, ele foi atualizado para a versão 13.0.9.0, que trouxe patch de segurança do Android. 

Sabemos que a MIUI não é a interface mais estável do mundo e é bom saber que a Xiaomi vem trabalhando constantemente para corrigir os problemas. Nos meus testes, felizmente eu não presenciei problemas gritantes. 

Xiaomi Redmi Note 11 com MIUI 13 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 com MIUI 13 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Vale observar que a Xiaomi dá muita liberdade para o usuário editar a interface como preferir, os ícones são bonitos e bem posicionados, enquanto a central de controles separada da área de notificações (“inspirada” no iOS) ajuda a deixar tudo mais organizado e fácil de navegar. 

Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Câmeras 

Equipado com quatro lentes, o Redmi Note 11 tem um conjunto fotográfico não muito atraente quando comparado ao do antecessor. Tirando a principal, as demais câmeras são idênticas ao do Redmi Note 10, passando uma sensação de reaproveitamento. 

Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Na geração atual, a principal produz imagens de 50 megapixels, há uma ultrawide de 8 megapixels com ângulo de visão de 118 graus, macro de 2 MP e um sensor de profundidade também de 2 MP. 

Em boas condições de iluminação, a principal produz fotografias com aspecto natural, ou seja, elas não ficam tão saturadas nem neutras demais. A definição é boa, assim como o brilho e os contrastes. O sensor de profundidade se mostra fiel, acertando no recorte sem parecer artificial em excesso. 

Foto tirada com a câmera principal do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal + sensor de profundidade do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal + sensor de profundidade do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal + sensor de profundidade do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal + sensor de profundidade do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A ultrawide, por sua vez, repete alguns problemas que eu identifiquei em outros smartphones da Xiaomi. Ela tenta manter a qualidade da principal, mas algumas áreas com sobras tendem a ficar muito escurecidas. Eu também percebi muitas aberrações acromáticas, sempre visíveis nos cantos da imagem. Em ambientes com pouca luz, as chances de surgir granulação são grandes. 

Foto tirada com a câmera ultrawide do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera ultrawide do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera ultrawide do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera ultrawide do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera ultrawide do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera ultrawide do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A macro se torna supérflua, pois foi adicionada no aparelho apenas para ressaltar números de câmeras. Infelizmente, não é possível ter fotos decentes com essa lente; a imagem reduzida carece de nitidez e vivacidade. 

Foto tirada com a câmera macro do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera macro do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera macro do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera macro do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal + modo Noite do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal + modo Noite do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal + modo Noite do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal + modo Noite do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Com relação ao modo Noite, o software oferece uma qualidade aceitável para um intermediário comum. Granulações são visíveis nos cantos da imagem, mas os registros tendem a ficar naturais e alguns até ficam legais para serem compartilhados nas redes sociais. 

E chegamos na câmera frontal: o componente também não mudou e permanece produzindo selfies de 13 megapixels. A lente tem abertura f/2,4; essa é uma das câmeras mais fechadas desse conjunto. Devido a isso, é possível perceber que as fotos ficam um pouco mais escuras, embora ainda seja viável extrair ótimos retratos. 

Foto tirada com a câmera principal do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Hardware e bateria 

Se até aqui você sentiu um ar de poucas modificações, no hardware essa impressão continua. A Xiaomi o equipou com o Snapdragon 680 4G, que é um chipset intermediário de 6 nanômetros. A unidade a qual tivemos acesso tem 4 GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento. A Xiaomi ainda comercializa versões que podem trazer 6 GB de RAM e 64 GB de espaço. 

Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A configuração que nós testamos dispõe de uma boa atuação em atividades básicas do dia a dia. Isso faz com que o aparelho seja ideal para pessoas que só querem acessar as redes sociais, mensageiros e assistir a conteúdos de streaming. Para quem joga, é recomendável deixar os gráficos no mínimo, já que no extremo o Note 11 pode apresentar engasgos constantes. 

Asphalt 9, no modo padrão, rodou por aqui com uma certa desenvoltura, mas apresentou queda na taxa de frames por segundo em cenas pontuais. Outros títulos leves da Play Store, porém, serão executados no telefone sem dificuldades. 

Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A bateria e o carregador são os mesmos do Redmi Note 10. Sendo assim, há uma célula de 5.000 mAh de capacidade e uma fonte de alimentação de 33 watts. Mesmo sem upgrades, o smartphone apresenta uma eficiência energética interessante. Em um dia de teste, com duas horas de Netflix, uma hora de redes sociais e 30 minutos de Asphalt 9, sempre com o brilho da tela no máximo e no modo de 90 Hz, a bateria saiu dos 100% e ficou em 76%. 

Do outro lado, o Note 11 pode levar cerca de uma hora para chegar aos 100%. Em outro dia de teste, às 15h20min ele tinha 2% de bateria; a carga total foi atingida às 16h35min, totalizando 1h15min, um tempo aceitável.  

Xiaomi Redmi Note 11 com MIUI 13 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 com MIUI 13 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Xiaomi Redmi Note 11: vale a pena? 

Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Redmi Note 11 é uma atualização sem graça do Redmi Note 10. A impressão que fica é que a Xiaomi correu para desenvolver e disponibilizar logo o aparelho, e, por isso, não houve mudanças de verdade. Para você, que está na geração passada, eu não recomendo migrar para o Note 11 e, talvez, um Poco possa ser a compra certa, no momento, principalmente para o público que gosta de jogar no celular. 

Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Xiaomi Redmi Note 11 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Mesmo sem graça para quem já está no ecossistema Xiaomi, o produto pode valer a pena para quem está com outro smartphone inferior. O Redmi Note 11 vai entregar uma ótima tela AMOLED com taxa de 90 Hz, alto-falantes duplos, proteção contra à água e um desempenho que não deve gerar dores de cabeça ao usuário. 

Entre as “milhares” de variantes que a Xiaomi deve disponibilizar este ano, a pessoa que deseja muito ter um Redmi do ano deve encontrar outras opções atraentes. Quem sabe no próximo ano a empresa não consiga oferecer algo melhor? Em 2022, eu pularia o Redmi Note 11. 

Xiaomi Redmi Note 11 – ficha técnica

Redmi Note 11
TelaAMOLED de 6,43 polegadas com resolução Full HD+ e taxa de atualização de 90 Hz
ProcessadorQualcomm Snapdragon 680
RAM4 GB e 6 GB (LPDDR4X)
Armazenamento64 GB e 128 GB (UFS 2.2)
Câmera traseira– principal: 50 megapixels
– ultrawide: 8 megapixels
– macro: 2 megapixels
– profundidade de campo: 2 megapixels
Câmera frontal13 megapixels
Bateria5.000 mAh (recarga de 33 watts)
Sistema operacionalMIUI 13
Conectividadeentrada dedicada para fones de ouvidos (3,5 mm), 4G, 3G, 2G, Wi-Fi, Bluetooth, GPS e NFC
Maisleitor de impressões digitais na lateral, certificação IP53 e emissor de infravermelho
Dimensões159,87 x 73,87 x 8,09 mm
Peso179 gramas
Coresazul, branco e cinza

Review Xiaomi Redmi Note 11

Prós

  • Painel AMOLED com taxa de 90 Hz é ótimo
  • Bateria de 5.000 mAh pode durar o dia todo
  • Tem proteção contra à agua e à poeira

Contras

  • Android 11 em 2022?
  • Esperávamos um conjunto fotográfico melhor
  • Hardware não avançou tanto assim
Nota Final 8
Bateria
9
Câmera
7
Conectividade
8
Desempenho
8
Design
8
Software
7
Tela
9

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Darlan Helder

Darlan Helder

Ex-autor

Darlan Helder é jornalista e escreve sobre tecnologia desde 2019. Já analisou mais de 200 produtos, de smartphones e TVs a fones de ouvido e lâmpadas inteligentes. Também cobriu eventos de gigantes do setor, como Apple, Samsung, Motorola, LG, Xiaomi, Google, MediaTek, dentre outras. No Tecnoblog, foi autor entre 2020 e 2022. Ganhou menção honrosa no 15º Prêmio SAE de Jornalismo 2021 com a reportagem "Onde estão os carros autônomos que nos prometeram?", publicada no Tecnoblog. 

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