Review Samsung Galaxy M31: baita intermediário e com muita bateria
Tela Super AMOLED de 6,4 polegadas, quatro câmeras e bateria de 6.000 mAh fazem o Galaxy M31 ser um intermediário competente
Tela Super AMOLED de 6,4 polegadas, quatro câmeras e bateria de 6.000 mAh fazem o Galaxy M31 ser um intermediário competente
Lançado no mercado indiano no começo deste ano, o Galaxy M31 é o novo intermediário da Samsung que só chegou ao Brasil no mês julho, com uma proposta bem agressiva e ficha técnica robusta. Comecemos pelo principal: o dispositivo tem bateria de 6.000 mAh (não, você não leu errado). Completam as especificações: uma tela Super AMOLED de 6,4 polegadas e quatro câmeras, sendo a principal de 64 MP.
Pode-se considerar que o Galaxy M31 é o “topo de linha” da família Galaxy M. Por outro lado, com essas especificações, ele fica posicionado entre o Galaxy A51 e o A71. No Brasil ele tem preço sugerido de R$ 2 mil e, considerando que esse valor pode cair nos próximos meses, o novo aparelho da linha M poderá dar trabalho para a concorrência.
Enfim, vale a pena ter o Galaxy M31? A bateria é tudo isso mesmo? E as câmeras? Eu usei o aparelho nos últimos dias e vou responder essas e outras perguntas nos próximos parágrafos.
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O Galaxy M31 foi fornecido pela Samsung por empréstimo. O produto foi devolvido à empresa após os testes.
O Galaxy M31 segue com o design semelhante ao de outros smartphones de 2020 da Samsung. No entanto, muito provavelmente para deixá-lo mais barato, a sul-coreana optou por um acabamento mais simples, com plástico na parte traseira e nas laterais. Não que isso seja um problema.
Com relação às cores, o smartphone está disponível em três opções: preto, vermelho (quase vinho) e azul. Para o Tecnoblog, a Samsung enviou o M31 preto — que parece realçar ainda mais o acabamento mais simples. Ele também acumula bastante marcas de dedo, por isso recomendo o uso de capinha. Ah, infelizmente, a Samsung não envia o acessório na caixa.
Diferentemente do Galaxy M30, a disposição das lentes aqui no M31 segue no formato “dominó”, que me agrada muito. Já o leitor de impressões digitais poderia ficar um pouco mais afastado das câmeras, a posição dele não favorece muito na hora de fazer o desbloqueio. Faltou um cuidado aqui.
Fora isso, não tive problemas para desbloquear o aparelho, o recurso respondeu rapidamente na maioria das vezes. Para completar o sistema de segurança, é possível utilizar a tecnologia de reconhecimento facial, que se saiu melhor no teste, tendo em vista que a posição do botão para a digital não é lá das melhores.
Os botões de volume e de desbloqueio encontram-se na lateral direita, enquanto na esquerda está a bandeja para você introduzir o Nano-SIM e o cartão de memória. E já que falei deles, nada de gaveta híbrida, é possível utilizar simultaneamente dois chips e um microSD. Entradas USB-C e para fone de ouvido estão na parte inferior do aparelho. Alto-falante e microfone para ligação também estão por ali.
O Galaxy M31 é mais pesadinho: são 191 gramas, o que é compreensível, afinal, esse celular recebeu uma super bateria.
O Galaxy M31 tem painel Super AMOLED de 6,4 polegadas, resolução Full HD+ (2340 x 1080 pixels) e proporção 19,5:9. A tela só é interrompida por um notch em formato de gota minimalista (Infinity-U), que não atrapalha na hora de consumir conteúdos da Netflix ou do YouTube.
Quanto à qualidade, a Samsung continua se destacando. E, graças ao AMOLED, o Galaxy M31 oferece ótimos ângulos de visão, as cores são intensas e os pretos são profundos. Detalhes de fotografias, jogos e filmes podem ser vistos sem muita dificuldade, o que me fez perceber que o forte desse aparelho não é só bateria.
Para ajudar na imersão de tela, as bordas do Galaxy M31 ficaram mais finas, porém não chega ao nível de aproveitamento frontal do A51 ou do A71. Mas, calma, isso não significa que você não terá uma boa imersão ao assistir filmes nessa tela, ok? O mesmo vale para jogos.
O Galaxy M31 tem um alto-falante na parte inferior que é bem alto, sendo possível ouvir músicas e podcasts sem dificuldades em ambientes grandes. Com o volume no máximo, não notei distorções, mas senti uma leve perda dos graves.
O Dolby Atmos está por aqui e pode ser ativado ao plugar um fone de ouvido. Ele gera uma experiência de som 3D, mas a impressão que tive é que, ao ativá-lo, só houve um “aumento” do volume. Ainda acredito que o DTS: X 3D Surround presente nos smartphones da LG se sobressai.
O Samsung Galaxy M31 vem rodando Android 10 e a interface é a One UI Core 2.0 e não a One UI 2.0 — isso significa que alguns recursos ficaram de fora, em comparação a outros smartphones mais recentes da Samsung. Pasta Segura e Samsung Pay não são suportados por aqui; o Samsung Galaxy M31 não tem NFC (Near Field Communication).
Embora seja mais simples, a interface do M31 me agradou bastante. Em alguns momentos, parecia que eu estava mexendo num aparelho topo de linha. É claro que o processador e a tela AMOLED contribuem para gerar essa “sensação”. Se eu tivesse que mudar algo, talvez a barra de notificações poderia ser um pouco mais limpa: o excesso de features pode atrapalhar e confundir o usuário.
O aparelho já vem com alguns aplicativos pré-instalados: pacote de apps do Google, TikTok, ReinoDisney, Candy Crush Saga e apps da Microsoft (Office, OneDrive, LinkedIn e Outlook). A sul-coreana também possui seus próprios apps, estão aqui: Samsung Max, Smart Tutor, Smart Switch, Samsung Members e o navegador próprio (que curto bastante).
Comandos já conhecidos em outros smartphones Samsung estão presentes no M31: toque duplo para acionar a tela; leitura gestual, que permite fazer captura de tela com a palma da mão; e, ao apertar duas vezes o botão de bloqueio, você aciona o app de câmera. E por falar em câmera…
Já que o M31 é o modelo mais caro da linha M atualmente (no Brasil), nada mais justo do que trazer um conjunto fotográfico completo. Pois é, a Samsung fez isso. Partindo da principal, ela tem 64 megapixels e abertura de f/1,8 — como você pode ver nas imagens do produto, a empresa está ressaltando esse número “absurdo” na parte traseira, afinal, isso ajuda no marketing. Mas será que ela é boa?
Sim. Em ambientes com boa iluminação, ela consegue entregar belas imagens com nível de detalhamento ok e nitidez consistente. Mas há ressalvas: o pós-processamento abusa (e muito) na saturação. Eu vejo isso como um problema, porque você terá que reduzir a saturação num aplicativo de edição de fotos, para não estragar a sua imagem ao adicionar um filtro.
Em ambientes escuros, ao ativar o modo noturno, o Galaxy M31 até que consegue um resultado ok. Ele trabalha para remover os ruídos e deixa as imagens com um “efeito pintura”.
Para os retratos, há um sensor de profundidade de 5 megapixels (f/2,2), gerando o Foco Dinâmico, que foca no objeto/pessoa em primeiro plano e desfoca o fundo. Obtive ótimos retratos com essa câmera e o foco até que funcionou bem, a exceção, como sempre, fica para fios de cabelo.
A ultrawide tem 8 megapixels, poderia ser 12 megapixels, assim como o A51 e o A71, ou 16 megapixels seria excelente. Ela tem abertura de f/2,2 e campo de visão de 123 graus. Apesar do excesso na saturação (outra vez), essa lente me permitiu brincar bastante.
O Galaxy M31 também traz uma lente macro de 5 megapixels (f/2,4) e não 2 MP, como encontramos em outros aparelhos do mercado. Para fazer os registros, o objeto precisa estar a uma distância de 3 a 5 cm. Sobre a qualidade, até que obtive boas imagens com ela, mas não em ambientes fechados. Essa é uma câmera que entregará um resultado melhor em áreas externas com boa iluminação.
Para as selfies, a câmera frontal tem 32 megapixels (f/2,0) e entrega imagens com saturação equilibrada, mas o pós-processamento exagera um pouco ao tentar fazer ajustes no rosto, dando a impressão de que a pessoa passou maquiagem antes de tirar a foto.
Em suma, eu gostei do conjunto fotográfico do Galaxy M31 e ele tem potencial para agradar até mesmo os consumidores mais exigentes nesse quesito. A saturação exagerada me gerou um certo incômodo, faltou equilíbrio, mas nada que um app de edição de fotos não possa resolver.
Internamente, o Samsung Galaxy M31 não decepciona. A sul-coreana escolheu o processador próprio Exynos 9611 octa-core de 2,3 GHz — o mesmo que equipa o Galaxy A51. Trata-se de um chip intermediário com ótimo desempenho, mas não é totalmente dedicado para quem curte jogos pesados.
Isso significa que o aparelho não vai rodar bem Asphalt 9 ou Call of Duty? Não, ele vai conseguir executar, mas pode haver pequenos engasgos aqui e ali.
O M31 ainda tem 6 GB de memória RAM, o que é excelente para esse aparelho. O armazenamento interno é de 128 GB, podendo expandir para até 1 TB através de um microSD.
Durante os testes, o Galaxy M31 não travou em nenhum momento. O smartphone responde rápido, aplicativos pesados abrem com agilidade e rodam com fluidez. Ao jogar Asphalt 9 com os níveis no médio, o desempenho foi ótimo, diferentemente de quando coloquei os gráficos no máximo: aí engasgou um pouco.
Bateria: eis aqui o ponto alto do Galaxy M31. E a Samsung não precisou remover peças para introduzir uma super bateria de 6.000 mAh. Ele traz entrada para fone de ouvido, todos os botões estão aqui e ainda teve espaço para colocar quatro câmeras. Estamos falando da maior capacidade em um smartphone da empresa.
Embora a Samsung tenha um certo receio em dizer que a bateria pode durar dois dias, você vai conseguir deixar esse aparelho longe da tomada por mais de 24 horas.
Mesmo com o brilho no máximo, o smartphone obteve ótimos resultados: 3 horas de Netflix fez a bateria sair dos 100% e chegar a 86%; mais 2 horas de YouTube fez a porcentagem cair para 79%, 1 hora de redes sociais e: 72% restantes. Spotify no alto-falante por 1h20 fez esse número cair para 69%. Finalizei a avaliação de bateria com 15 minutos de Asphalt 9. Resultado: ainda sobraram 65%.
Para você ter uma ideia do consumo, iniciei lá na Netflix às 9h e encerrei o uso por volta de 17h (com 65% sobrando). Detalhe: o smartphone estava conectado ao Wi-Fi durante todo o período de teste. Isso significa que, dependendo do uso, é possível ter bateria para dois dias e com folga. Nota 10!
Para alimentar a bateria e chegar em 100%, você vai precisar de 2 horas e 40 minutos, isso com uma fonte de 15 watts, que vem na caixa. Totalmente descarregado, cheguei a 50% em 1h12; depois mais 43 minutos para chegar em 80%. Poderia ser melhor.
A Samsung fez um ótimo trabalho aqui e posso dizer que o Galaxy M31 é um intermediário que tem tudo para agradar o consumidor que é exigente e também aqueles que não se importam tanto com especificações, e só querem o básico. Ainda assim, poderia trazer mais: faltou NFC e um software mais completo.
Em outros países, há a opção de 64 GB de armazenamento, que poderia ser atraente para quem está com o orçamento limitado aqui no Brasil.
Mesmo com os contras, o Galaxy M31 ainda se sobressai pela tela Super AMOLED, pela bateria excelente e pelas quatro câmeras. Manter a entrada padrão para fone de ouvido, opção de desbloquear o aparelho por digital e reconhecimento facial são recursos que ainda fundamentam a minha nota alta para esse smartphone.
O preço de lançamento de R$ 2 mil divide opiniões, é claro. Felizmente, já é possível encontrá-lo por cerca de R$ 1.800 em algumas lojas. Isso também significa que muito provavelmente o M31 estará com preço de R$ 1.500 em alguns meses, o que é muito positivo. Importante reforçar: ele só é vendido no varejo online, o que também explica o preço mais atraente.
Seu concorrente é o Xiaomi Redmi Note 9S e ainda dá para incluir nesse ringue o recém-lançado Motorola One Fusion e até o Galaxy A71, que é um pouco mais caro, porém a diferença não é tão absurda.
Se vale? Vale!