O Hola é um serviço de VPN usado principalmente por quem deseja acessar conteúdos bloqueados para determinadas regiões — como acervos de outros países da Netflix. Extremamente fácil de usar, ele tem a vantagem de ser gratuito, diferente de outros serviços, que costumam cobrar mensalidades ou limitar o tráfego. Mas como o Hola se mantém? Simples: vendendo a sua conexão.

Pouca gente sabe, mas o Hola deixa claro na página oficial que fornece um serviço colaborativo, no qual cada usuário ajuda outro a acessar conteúdos específicos de determinados países. A mecânica é semelhante ao Tor, software livre que usa máquinas ao redor do mundo para oferecer conexão anônima. Quem não quiser compartilhar a conexão pode assinar o Hola Premium, que custa US$ 5 por mês.

Só esse fato isolado já seria um problema, porque muitos usuários não conhecem o modelo de negócios do Hola. E eles não têm culpa: a descrição da extensão do Hola para Chrome, que possui 7,1 milhões de usuários, não informa isso em momento algum. Em tese, um usuário do Hola poderia usar seu IP para consumir conteúdos ilegais, como pornografia infantil, trazendo problemas futuros para você.

Mas piora: o operador do 8chan diz ao TorrentFreak que o Hola está sendo usado para atacar os servidores do fórum de discussão. Os ataques foram feitos através do Luminati, serviço de VPN pago, voltado para empresas, que usa a conexão dos usuários do Hola. Foram feitas milhares de requisições para uma página do 8chan em apenas 30 segundos, o que derrubou o site.

O fundador da Hola, Ofer Vilenski, confirmou que as conexões dos usuários gratuitos são vendidas, e que o ataque poderia ser feito “por qualquer outra rede VPN comercial, mas [o atacante] escolheu usar o nosso serviço“. Apesar disso, Vilenski afirma que foram feitos ajustes na rede para evitar novos abusos.

No serviço gratuito, o serviço é você.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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