A compra da Opera por US$ 1,2 bilhão deu errado

Consórcio chinês não conseguiu aprovação dos órgãos regulatórios a tempo e fez oferta alternativa

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas
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As empresas chinesas Beijing Kunlun Tech e Qihoo 360 anunciaram em fevereiro a compra da Opera Software por US$ 1,2 bilhão. Mas o negócio não deu certo. Nesta segunda-feira (18), a empresa do navegador norueguês informou que as agências regulatórias não aprovaram a compra até o prazo estabelecido, de 15 de julho, impedindo a conclusão da aquisição.

Em vez de comprar a Opera Software, o consórcio chinês vai fazer uma oferta menor, de US$ 600 milhões, para adquirir determinadas partes da empresa. Pelo acordo, serão vendidos os navegadores para computadores e dispositivos móveis, a tecnologia de licenciamento da Opera e a divisão de aplicativos de privacidade e desempenho. Os negócios de publicidade, TV e jogos da Opera não seriam mais vendidos.

Não sabemos quem ainda não havia aprovado a compra. A transação precisava receber o sinal verde das agências regulatórias dos Estados Unidos e da China. A agência de notícias Reuters diz que os norte-americanos estavam preocupados com questões de privacidade relacionadas a uma das empresas chinesas. Isso levaria a uma investigação, o que poderia atrasar a compra em até um ano.

Para não correr riscos, os chineses retiraram a oferta original. Eles acreditam que a compra de apenas uma parte da empresa pode facilitar a aprovação dos órgãos regulatórios. Oficialmente, a Opera Software diz que “nenhum regulador disse não”, e que eles apenas não receberam uma resposta das agências no prazo acordado por ambas as partes.

Como explicamos anteriormente, tanto a Beijing Kunlun Tech quanto a Qihoo 360 têm em seu histórico investimentos em outras empresas de tecnologia. A primeira trabalha no ramo de games online, enquanto a segunda é especializada em soluções de segurança. Mas a Qihoo 360, que está por trás do antivírus brasileiro PSafe, já se envolveu em polêmicas por práticas antiéticas e anticompetitivas — em 2015, por exemplo, foi pega trapaceando em testes de antivírus.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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