Parece que o Ara já era: Google suspende projeto de smartphone modular
Apesar dos inúmeros atrasos, o smartphone modular do Google parecia bem encaminhado: ele já tinha data para chegar aos consumidores e um kit para desenvolvedores seria liberado nos próximos meses. Mas a agência de notícias Reuters informou nesta sexta-feira (2), citando duas fontes próximas ao Ara, que o Google interrompeu o desenvolvimento do projeto.
Segundo a Reuters, a decisão foi tomada para “simplificar os esforços de hardware da empresa”. Ainda há esperanças para o Ara, uma vez que o Google pode trabalhar com parceiros de hardware para levar a tecnologia do smartphone modular ao mercado por meio de acordos de licenciamento, mais ou menos como a empresa faz com o Tango, presente no Lenovo Phab 2 Pro.
Se o Ara morrer definitivamente, será o fim de um projeto que já estava cambaleando nos últimos meses. Para quem não lembra, o projeto foi anunciado em 2013 (!) — na época, ele foi revelado pela Motorola, que até então era comandada pelo Google. Desde então, o Ara sofreu várias modificações em relação à proposta original e não cumpriu muitas das promessas que o Google tinha feito.
A mudança mais recente no Ara foi a limitação dos módulos. Originalmente, o smartphone modular do Google permitiria que você comprasse apenas um esqueleto e trocasse processador, RAM ou armazenamento à medida que fosse necessário. Dessa forma, você não precisaria mais ficar comprando um novo aparelho a cada ano: bastaria fazer upgrades de hardware, como num desktop.
Entretanto, em maio, o Google anunciou que não seria mais possível trocar componentes internos. Em vez disso, a proposta do Ara seria muito mais parecida com a do Moto Z: você poderia apenas encaixar acessórios, como baterias, microfones ou alto-falantes. A Lenovo já tem um smartphone que faz exatamente isso, então eu nem sei se faria sentido o Google lançar outro igual.
Fato é que o Ara já estava demonstrando sinais de fraqueza há muito tempo. Pode até ser que ele sobreviva nas mãos de outra empresa — resta saber se alguém vai querer tocar o projeto.