3 coisas que aconteceram no 1º dia dos supermercados Whole Foods sob o comando da Amazon

Comprada por US$ 13,7 bilhões, Whole Foods já passou por mudanças no primeiro dia sob nova direção

Paulo Higa
• Atualizado há 8 meses

A rede de supermercados Whole Foods foi adquirida pela Amazon em junho, depois de uma transação de US$ 13,7 bilhões. A empresa obteve recentemente a aprovação dos órgãos regulatórios para concluir a negociação, e as mais de 400 lojas da cadeia passaram a ser comandadas pela Amazon nesta segunda-feira (28). O que aconteceu no primeiro dia?

1. Obviamente o Amazon Echo invadiu as lojas

É claro que a Amazon não perderia a oportunidade de aproveitar os pontos de venda da Whole Foods para promover o alto-falante Echo. A versão mais completa da caixa de som com assistente pessoal Alexa estava em promoção por US$ 99,99 (ela custa normalmente US$ 179,99), enquanto o Echo Dot era vendido por US$ 44,99.

Foto: @wtop

Sim, a Whole Foods se tornou conhecida nos Estados Unidos por vender alimentos sem conservantes, corantes e aromatizantes, mas quem sabe você não aproveita também para levar um alto-falante na caixa, lacrada, fresquinha, sensação da estação?

2. E se a gente fizer propaganda na carne moída?

No Brasil, a Amazon comercializa apenas livros e Kindles. Lá, onde a empresa vende de tudo e ainda oferece serviços de música, filmes e armazenamento na nuvem, o Amazon Prime é bastante conhecido por trazer benefícios como entrega grátis para todo o território dos Estados Unidos em dois dias (ou até no mesmo dia em regiões selecionadas). Custa US$ 99 por ano.

Mas tem gente que ainda não conhece o serviço. O que fazer? Colocar um banner enorme em algum canto do supermercado? Encher a loja com vendedores perguntando se você quer contratar o cartão da Ren… digo, o Amazon Prime? Não, talvez seja mais chamativo fazer publicidade na carne moída (será que era prime rib?).

3. Os preços dos alimentos despencaram

Por fim, vamos para algo mais sério. É verdade que a Amazon tem um longo histórico de diminuir os ganhos para crescer mais rapidamente (Jeff Bezos conseguiu convencer os acionistas a continuarem investindo na empresa mesmo depois de anos sem lucros relevantes), e pelo visto a ideia está sendo bem aplicada à Whole Foods.

A Bloomberg fez uma pesquisa de preços na Whole Foods em Nova York e descobriu que houve uma queda de até 43% nos alimentos entre os dias 24 e 28 de agosto. As maçãs Fuji orgânicas tiveram a maior redução (de US$ 3,49 para US$ 1,99 por libra, o equivalente a 453 gramas), mas houve outras quedas boas:

  • a libra das bananas caiu de US$ 0,79 para US$ 0,49 (–38%);
  • a tilápia “cultivada de forma responsável” foi de US$ 11,99 para US$ 7,99 (–33%);
  • o abacate orgânico passou de US$ 2,79 para US$ 1,99 (–29%);
  • o pacote de alface teve redução mais modesta, de US$ 3,99 para US$ 3,49 (–13%).

Nos Estados Unidos, o Walmart é a principal concorrente da Whole Foods, e parece que as rivais terão que se mexer para não perder espaço. Uma das grandes barreiras da rede de supermercados adquirida por Jeff Bezos sempre foi o preço mais alto, e a declaração da Amazon ao assumir o comando da Whole Foods era que a empresa estava “determinada a tornar a comida orgânica e saudável acessível para todo mundo”.

Alguma chance disso acontecer com uma rede de supermercados que opere no Brasil?

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.