Telegram é bloqueado no Irã e 40 milhões de usuários são afetados

Depois de ser usado para organizar protestos, app de mensagens foi banido para proteger a "segurança nacional"

Jean Prado
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• Atualizado há 2 semanas
Telegram no celular com pessoa pedindo silêncio

Depois de ser efetivamente bloqueado na Rússia há algumas semanas, o Telegram também foi banido no Irã para “proteger a segurança nacional”, segundo uma rede de televisão estatal. O aplicativo estima que 40 milhões de pessoas serão afetadas.

A justiça do país determinou o bloqueio do Telegram às operadoras, que deveriam cumprir a ordem até a última segunda-feira (30).

Segundo a justiça, a decisão foi motivada por reclamações dos usuários e cita o uso do app para disseminar “propaganda política contra o sistema, atividades terroristas, mentiras para influenciar a opinião pública, protestos contra o governo e pornografia”, como informa a agência de notícias local Mizan.

Não é a primeira vez que o Telegram é bloqueado no Irã. Logo no começo do ano, o país baniu o Telegram e o Instagram para “manter a tranquilidade e a segurança”, em meio a protestos contra o governo e a crise econômica. O app se recusou a desativar canais usados pelos manifestantes.

Assim como na Rússia, a justiça iraniana queria a colaboração do Telegram para acessar dados de usuários que usam o app para organizar protestos contra o governo e “cometer vários tipos de crimes”. Como o app não compartilha esse tipo de informação com terceiros, segundo sua política de privacidade, foi mais um motivo para o Irã bloqueá-lo de vez.

Na Rússia, o Telegram moveu suas operações para as nuvens da Amazon e do Google para evitar o bloqueio, mas o país também baniu 1,8 milhão de IPs dessas empresas, levando junto outros serviços que compartilhavam essa infraestrutrura. No Irã, segundo um jornalista local, o bloqueio também afetou os sites da Microsoft, Apple e IBM.

Com informações: Reuters, The Next Web, Mizan.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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