Microsoft compra GitHub e alguns desenvolvedores já procuram alternativas
O GitHub é um recurso essencial para milhões de programadores. Ele hospeda 80 milhões de repositórios, e permite colaborar em projetos privados ou de código aberto. A plataforma é usada por grandes empresas, incluindo a Microsoft — que se tornou sua nova dona.
A Microsoft anunciou nesta segunda-feira (4) a compra do GitHub por US$ 7,5 bilhões em ações. Isso já era dado como certo após uma reportagem da Bloomberg.
“Os desenvolvedores estão construindo uma nova era, escrevendo o código do mundo. E o GitHub é o lar deles”, escreve o CEO Satya Nadella. A Microsoft planeja acelerar a adoção da plataforma dentro de outras empresas, e promete que ela continuará aberta para todos.
Ainda assim, os desenvolvedores já estão reagindo. O concorrente GitLab tem uma ferramenta de importação para repositórios do GitHub, e diz que ela está sendo usada 10x a mais que o normal. “Estamos aumentando nossa capacidade para tentar permanecer no ar.”
O GitLab está promovendo a hashtag #movingtogitlab e oferecendo aos novos usuários um desconto de 75% nos pacotes Gold e Ultimate. Entre os concorrentes, há também o BitBucket, da Atlassian.
O GitHub é a maior plataforma de hospedagem de código-fonte no mundo, com 27 milhões de desenvolvedores de software. Ele foi avaliado em US$ 2 bilhões numa rodada de investimento em 2015.
No entanto, a empresa vem sofrendo prejuízo: ela perdeu US$ 66 milhões em três trimestres em 2016. Além disso, ela vem procurando um CEO para substituir Chris Wanstrath, um dos cofundadores. Desde agosto, o diretor de negócios Julio Avalos assumiu boa parte da liderança.
Uma fonte diz à Bloomberg que o GitHub preferiu vender a empresa para a Microsoft, em vez de abrir capital na bolsa de valores, porque ficou impressionado com Nadella.
O CEO vem reduzindo sua dependência do Windows, apostando em projetos de código-fonte aberto e até no Linux, e precisa de novas formas para se conectar com os desenvolvedores. Gritar “DEVELOPERS! DEVELOPERS! DEVELOPERS!” não adianta muito hoje em dia.
Com informações: Microsoft, Bloomberg, The Next Web.