Apple e Johnson & Johnson estudam se Apple Watch pode reduzir risco de AVC

Fibrilação atrial (AFib), detectada pelo Apple Watch, é a principal causa de acidente vascular cerebral

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Apple Watch / Heartline Study

As pesquisas de saúde com o Apple Watch continuam: nesta terça-feira (25), a Johnson & Johnson anunciou que trabalhará com a Apple para descobrir se o smartwatch pode ajudar a reduzir o risco de acidente vascular cerebral (AVC). O estudo, batizado de Heartline, se baseará em um aplicativo para iPhone e as informações cardíacas coletadas pelo relógio.

Tanto o Apple Watch Series 4 quanto o Series 5 têm um recurso de eletrocardiograma: eles podem analisar o ritmo dos seus batimentos do coração e identificar fibrilação atrial (AFib), um tipo de arritmia cardíaca. O AFib é a principal causa de AVC nos Estados Unidos, de acordo com a Johnson & Johnson, mas é difícil diagnosticá-lo com antecedência porque as pessoas não costumam apresentar sintomas.

O objetivo do estudo é descobrir “se o aplicativo Heartline Study no iPhone e os recursos de saúde do coração do Apple Watch podem melhorar os resultados em matéria de saúde, incluindo a redução do risco de derrame, com detecção precoce de fibrilação atrial”. Para isso, os voluntários deverão responder a questionários, compartilhar seus históricos de saúde e utilizar um Apple Watch.

A Johnson & Johnson diz que mais de 33 milhões de pessoas no mundo e 6 milhões de americanos têm fibrilação atrial. Como normalmente não há sintomas visíveis, 30% das pessoas com AFib não sabem que possuem o problema antes da ocorrência de um evento cardiovascular sério, como um AVC.

Apple Watch / Heartline Study

Como os voluntários poderão participar do estudo de forma remota, diretamente do iPhone e do Apple Watch, sem precisarem viajar para um local de ensaio clínico, a abordagem pode ajudar a economizar tempo e dinheiro, segundo a empresa farmacêutica.

O estudo, com duração total de três anos, é aberto para pessoas com mais de 65 anos que sejam residentes dos Estados Unidos, tenham um iPhone 6s ou superior com iOS 12.2 ou mais recente, e estejam inscritos no Medicare, sistema americano de seguros de saúde. À medida que completarem os testes, os voluntários receberão pontos que poderão ser trocados por US$ 150 ou mais em recompensas.

Apple Watch Series 5

Não é a primeira vez que a Apple conduz pesquisas sobre o coração. O Apple Heart Study foi o maior de sua espécie, com 419.297 voluntários. O estudo, em parceria com a Universidade Stanford, mostrou que 0,5% dos participantes receberam uma notificação de batimentos irregulares, que 84% deles realmente estavam com fibrilação atrial no momento (um tipo de arritmia cardíaca) e que, portanto, um smatwatch pode ajudar pessoas a detectarem uma condição que não apresenta sintomas visíveis.

Outras pesquisas de saúde estão em andamento nos Estados Unidos. O Apple Women’s Health Study quer entender melhor os ciclos menstruais e a saúde da mulher; o Apple Heart and Movement Study medirá a qualidade e quantidade dos movimentos das pessoas para verificar as relações com o estado de saúde atual e futuro; e o Apple Hearing Study coletará o nível de poluição sonora do ambiente e os dados de uso de fones de ouvido para descobrir como eles impactam no estresse e na saúde cardiovascular.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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