Os carros elétricos são silenciosos, limpos e relativamente sustentáveis, mas ainda são reféns de algumas particularidades de suas baterias. Enquanto a gasolina e o etanol não se importam com a temperatura exterior para fazer um carro entrar em movimento, as baterias dos veículos precisam ser refrigeradas ou aquecidas para funcionar adequadamente, o que paradoxalmente gasta eletricidade e diminui a autonomia do veículo.
A empresa A123 System espera resolver esse problema com uma nova geração de baterias batizada Nanophosphate EXT, apresentada na semana passada. Construídas com a clássica arquitetura de íons de lítio, os modelos são capazes de operar em temperaturas extremas sem pedir por complicados sistemas de gerenciamento de temperatura, além de terem sua vida útil ampliada consideravelmente frente aos modelos tradicionais.
A companhia afirma que sua nova bateria é capaz de reter “mais de 90% de sua carga inicial” mesmo depois de 2.000 ciclos operando a 45ºC e “20% mais energia que os modelos comuns” em a até -20ºC. Na prática isso significa que essas novas baterias oferecem menor risco de explosão no calor, descarregam menos no frio e têm vida útil de pelo menos 7 anos nos carros elétricos, enquanto os modelos tradicionais já precisam ser substituídos depois de 5 anos.
Ainda que não pareçam grandes preocupações, essa nova tecnologia de baterias poderá ter papel fundamental no futuro comercial dos veículos elétricos. Pela primeira vez na história vendendo bem, esses carros estão sendo vistos com alguma desconfiança depois que foram registrados alguns casos de explosões e incêndios que aconteceram por causa do superaquecimento das baterias.
Nos EUA, o Chevrolet Volt deve sua produção paralizada por alguns meses depois que dois veículos pegaram fogo enquanto estavam estacionados, enquanto o caro Fisker Karma passou por um recall depois que algumas unidades pegaram fogo.