Google aceita mudar resultados de busca na Europa
Ainda não temos acesso a um documento do Google endereçado à Comissão Europeia (o órgão regula as relações de mercado naquele continente) que parece trazer um acordo entre o mais importante buscador do mundo e a comissão. O Google teria concordado em modificar seu algoritmo de busca para atender uma demanda governamental, se os relatos do jornal inglês Guardian estiverem corretos.
Faz tempo que a Comissão Europeia investiga o Google por acusações de truste — agir no mercado com o objetivo de garantir posição dominante. Artigo escrito por mim neste Tecnoblog em fevereiro de 2010 falava sobre o assunto e traz algumas explicações. Depois de muitas idas e vindas no processo, a Comissão ofereceu um acordo com o buscador desde que o Google respondesse quatro pontos principais que causam preocupação aos europeus. O documento entregue nessa semana por Eric Schmidt, chairman da empresa, deve apontar soluções para esses problemas.
A Comissão Europeia questiona o modo como o Google posiciona alguns recursos próprios nos resultados de busca. São eles: produtos, vídeos e mapas. “Concorrentes reclamam que o Google posiciona seus próprios recursos bem mais acima nessas listagens do que os rivais, dando a eles um tratamento injusto e uma vantagem ilegal quando internautas visualizam os resultados”, diz o jornal inglês. Tudo nos leva a crer que o Google concordou em modificar estes rankings. Baita vitória da Comissão Europeia se a informação se confirmar.
Investigações como essa acontecem em outros países, inclusive no Brasil. Um grupo de empresas de internet liderado pelo Buscapé questiona no Ministério da Justiça o destaque com que as recomendações de produtos aparecem nos resultados do Google quando são listas de compras fornecidas pela própria empresa. A FTC (Federal Trade Commission, ou Comissão Federal de Comércio) dos Estados Unidos também investiga o chamado googlepólio.
Enquanto responde a algumas críticas no Velho Continente, a mesma empresa já avisou que a recomendação inteligente de produtos para Estados Unidos será modificada dependendo do valor pago por fabricantes para que seus produtos apareçam com mais destaque. Seria o equivalente aos links patrocinados, porém aplicado a produtos com ficha completa e avaliação crítica a um clique de distância. Provavelmente os órgãos americanos também vão levar essa nova característica do algoritmo em consideração no momento em que julgarem o caso.
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