Microsoft inicia campanha anti-Gmail
Vídeo cita privacidade e recomenda o uso do Outlook.com
Lembra-se do Gmail Man, aquele carteiro que lia todas as suas correspondências antes de entregá-las em casa? A campanha da Microsoft no ano passado causou o maior rebuliço. Com a mesma abordagem, a MS inicia nessa semana uma campanha midiática contra o Gmail. Pelos motivos de sempre. E recomenda que os usuários troquem o email do Google pelo Outlook.com.
“Don’t get Scroogled”. Eis o mote da campanha. A palavra scroogle significa ser tapeado pelo Google. Faz mais sentido em inglês do que em português, eu sei. O anúncio em vídeo mostra claramente a interface do Gmail, com destaque para os anúncios que “invadem a sua privacidade”.
A Microsoft explica (corretamente, devo acrescentar) que o Gmail lê cada palavra de cada email recebido ou enviado para exibir as propagandas que aparecem na tela. Não é como se um funcionário ficasse lendo tudo que a gente recebe. Em vez disso, são os robôs do Google que tomam conhecimento de assuntos particulares: mensagens sobre questões pessoais, decisões sobre a saúde e “sua família”.
Os publicitários vão além. Colocam uma frase de Eric Schmidt, o presidente do conselho administrativo do buscador, dizendo que a política de privacidade vai até “assustadora linha (creepy line), embora não a ultrapasse.
Lá no fim, a grande solução para o problema: usar o Outlook.com (você não achou que eles recomendariam o email da Aol, certo?). O serviço de email que tomou o lugar do Hotmail traz interface mais limpa, baseada quase integralmente em texto, nos moldes da identidade visual que a Microsoft vem seguindo. E o mais importante, a Microsoft afirma que não emprega robôs lendo as mensagens para posicionar anúncios mais relevantes e interessantes.
Claro que a Microsoft está usando as tradicionais armas da publicidade para fazer anúncios comparativos (ainda que não sejam proibidos, normalmente são vetados pelo Conar aqui no país) nos quais o concorrente tem o filme queimado.
Por sua vez, o Google poderia dizer que os anúncios fazem do Gmail um serviço gratuito. E mais: quem não gosta da ideia de sistemas automatizados lendo suas mensagens pode tranquilamente optar por outro email. E ainda mais: é sabido que eles fazem este esforço, tanto que a informação consta nos termos de uso e privacidade que ninguém lê, mas todos concordam ao topar usar os serviços do Gmail.
Uma petição online, preparada pela agência de publicidade da Microsoft, pede que o Google pare de xeretar as mensagens para vender anúncios. Somente 479 assinaram o texto até o momento e a meta foi fixada em 25 mil assinaturas. Será que chega lá?
Talvez eles não precisassem de uma campanha tão agressiva para convencer as pessoas a usarem o Outlook.com. Trata-se de uma solução de email bem boa. Eu continuo firme e forte com o Gmail até pelo histórico de mensagens, mas tenho recomendado o Outlook.com a parentes. É simples e fácil de usar. No ano passado publicamos um anúncio publicitário em que listamos cinco razões para experimentá-lo. Sim, é propaganda contratada pela Microsoft, mas as razões são legítimas.