Polícia chinesa compra vírus para espionar celulares e divulga os detalhes do contrato no próprio site
A tentativa de aprofundar a transparência dos gastos públicos não deu muito certo na cidade chinesa de Wenzhou. A polícia local divulgou em seu site um contrato de 24 mil dólares para desenvolver softwares que invadam telefones celulares. Uma intensa movimentação nas redes sociais fez com que as autoridades de Wenzhou removessem rapidamente a informação do site.
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Os relatórios divulgados registram que no dia 15 de dezembro a polícia comprou por quase 8 mil dólares um software que injeta cavalos de tróia em iPhones e celulares que rodem Android. Outro investimento de 16 mil dólares foi destinado à aquisição de um produto que “permite monitorar conversas telefônicas, mensagens de textos e fotos em tempo real”.
A descoberta deve abalar a imagem de Wenzhou, considerada um modelo de “cidade inteligente” pelo governo chinês porque possui sistemas de telecomunicações interligadas e trabalha muito com computação em nuvem.
Este é mais um episódio desgastante para a ditadura chinesa que segue se esforçando na tentativa de manter a internet sob controle. A preocupação de Pequim com a rede aumenta junto com as dificuldades em decidir quais informações podem circular entre seus cidadãos resultando, por exemplo, nos recentes bloqueios de serviços como o Gmail e o buscador do Google.
O regime chinês anunciou que é totalmente contra todas as formas de pirataria e que em muitos casos também é vítima. No entanto, nenhuma atitude foi anunciada para investigar o que a polícia de Wenzhou está fazendo.
Com informações: Reuters