A Segway se tornou mundialmente famosa com seus veículos leves de duas rodas. Mas fama não é garantia de sucesso, o que explica o fato de a empresa ter trocado de mãos várias vezes. No início do mês, a companhia foi vendida novamente. Seria apenas mais um mero negócio se não fosse um detalhe: a compradora é a chinesa Ninebot, que foi processada pela Segway por violação de patentes.

Na verdade, a ação acusa pelo menos seis fabricantes de infração de patentes relacionadas ao sistema de controle e ao design dos veículos. Mas, entre todos os casos, parece haver mais “coincidências” nos produtos da Ninebot.

Com o negócio, o processo deve cair por terra, pelo menos em relação à Ninebot: a compra inclui as mais de 400 patentes que a Segway detém em relação aos veículos de duas rodas.

Além da questão do processo, a aquisição chama atenção pelo fato de a Ninebot ser relativamente nova: a companhia surgiu há cerca de três anos e, pelo o que se sabe, ainda não apresentou lucro. Se é assim, de onde vem o dinheiro para a compra da Segway? Uma parte, da Xiaomi, provavelmente.

O anúncio da compra foi feito pouco tempo depois de a Xiaomi se juntar a um grupo que inclui Sequoia Capital e Shunwei Foundation que, recentemente, investiu US$ 80 milhões na Ninebot. Não se sabe, no entanto, qual a quantia paga pela Segway.

Mas o que importa mesmo é que este é um final feliz, certo? Não exatamente. A Ninebot assume a missão que a Segway não conseguiu cumprir em seus quase 15 anos de existência: ser rentável.

Fail
Fail

Os segways, como são popularmente chamados, são veículos bem interessantes (quem já não teve vontade de andar neles?), mas nunca foram um fenômeno de vendas porque são caros, não se dão bem com superfícies acidentadas (dependendo do modelo) e, em muitos lugares, têm uso restrito.

Para piorar, muita gente começou desconfiar da invenção quando o britânico Jimi Heselden, dono do grupo que comprou a Segway em 2009, faleceu após cair de um penhasco quando passeava com um dos veículos da marca ¯\_(ツ)_/¯

Com informações: Bloomberg, WSJ.com

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.