A Apple anunciou na segunda-feira (13/02) que iniciou uma auditoria “sem precedentes” sobre as condições de trabalho encontradas nas principais empresas que fazem parte de sua cadeia de fornecedores. Mais de 170 empresas instaladas no sudeste asiático – sobretudo na China – serão avaliadas pela Fair Labour Association, organização sem fins lucrativos que promove o respeito às leis internacionais do trabalho em diversos países.
“As inspeções já estão em andamento e não têm precedentes na indústria da tecnologia, seja em escada ou escopo”, afirmou o CEO Tim Cook em um comunicado oficial. De acordo com a empresa da maçã, o grupo destacado irá entrevistar “milhares” de trabalhadores, inspecionará áreas de produção, dormitórios, refeitórios e investigará documentos que possam comprovar irregularidades como jornadas de trabalho excessivamente longas, salários demasiadamente baixos ou uso de mão de obra infantil.
Em janeiro, em uma atitude inédita, a Apple divulgou um documento em que listava 156 companhias que representavam 97% de seu gasto total com manufatura. Na ocasião, afirmou que em 2011 fez “80% mais inspeções” em seus fornecedores do que em relação a 2010.
Seus números indicavam que foram feitas auditorias em 229 empresas, e que, dessas, 108 não faziam pagamento de horas extra, 93 excediam jornadas semanais de 60 horas em 6 dias de trabalho regulamentadas pela Apple (!!), 42 atrasavam salários e cinco faziam uso de mão de obra infantil. A divulgação desses números deram início a protestos contra as condições de trabalho na China nos EUA e Europa, principais mercados da companhia da maçã.
A primeira empresa a ser analisada pela Fair Labour Association é a Foxconn, famosa pelos casos de suicídio em sua planta em Shangzen e pela explosão que matou três pessoas na cidade de Chengdu. Outras gigantes como Quanta e Pegatron também serão auditadas. Até o momento, a Apple não afirmou quais serão as medidas adotadas para sanar eventuais irregularidades que sejam encontradas.
Com informações IBI Times, Guardian