Eu me surpreendi com a TV transparente da LG; veja a primeira impressão
Imagens parecem holograma na nova LG Signature OLED T, apresentada na CES 2024. TV roda sistema webOS e conta com caixinha wireless.
Imagens parecem holograma na nova LG Signature OLED T, apresentada na CES 2024. TV roda sistema webOS e conta com caixinha wireless.
Direto de Las Vegas, EUA – A primeira impressão é de um produto imponente: largura de quase 1,80 metro, altura de quase 1 metro, 77 polegadas de diagonal, painel OLED e taxa de atualização de 120 Hz. A coisa fica ainda mais impressionante quando o fundo da imagem desaparece, criando um efeito de transparência na sala de estar. Esta é a LG Signature OLED T apresentada na CES 2024. A feira acontece nos Estados Unidos, com a cobertura presencial do Tecnoblog.
Eu tive a oportunidade de brincar com este equipamento por alguns minutos. Entusiasta de tecnologia que sou, logo de cara pensei que a companhia está na vanguarda em termos de engenhosidade para a criação de novos equipamentos.
Que tal você vir comigo para entender o que tem na OLED T?
Representantes da LG me explicaram que o painel OLED é o mesmo visto em outras TVs da marca. O tamanho de 77 polegadas também está consolidado e presente em concorrentes.
O produto chama atenção pelo seu design. Todas as demonstrações aqui em Las Vegas incluem um belo e moderno móvel, no qual é possível posicionar peças decorativas.
A estrutura da TV transparente merece alguns parágrafos só para ela. Imagine que os pixels luminosos ficam numa espécie de cortina (chamemos assim) na parte da frente do display. Isto sim é transparente. Imediatamente atrás dela está outra cortina totalmente preta. O movimento de subir/descer deste componente é o que faz a imagem ficar translúcida.
A parte de baixo do display fica sempre preta. Ali existe uma espécie de base para todos os componentes internos. Me explicaram que a interface da TV terá notificações similares às de smartphone nesta área, de modo a dar utilidade para ela.
Ainda falando de estrutura: existem barras de LED na outra ponta do vigamento. Elas apontam para cima ou para baixo. Dá até para determinar a temperatura do branco, ao toque de um botão no controle.
O funcionamento da OLED TV é similar ao de outras TVs de ponta da gigante sul-coreana. O sistema webOS marca presença, mas também existe uma espécie de tela inicial com informações importantes para o cotidiano: horário e previsão do tempo. A LG disse que a paisagem combina com o que está acontecendo do lado de fora da casa (num dia de chuva, ela ficaria “molhada”).
A interface do webOS fica muito bonita no modo transparente. Dá para abrir os tradicionais suspeitos: canais ao vivo, ajustes, hub de casa conectada, apps de streaming. Eu não pude testar todos os recursos pois a TV não estava conectada à internet, mas a tendência é que funcione conforme os demais produtos com este sistema. Não há nenhuma adaptação especial.
Cada pessoa da casa pode ter um perfil diferente. São aceitos no máximo 16 usuários, segundo a fabricante.
Um botão no controle remoto permite subir ou descer o tal do filtro preto. Ao menos aqui em Las Vegas, a recomendação era para não interromper este movimento – realizado por um motor interno – porque as coisas ficam mais lentas.
A LG OLED TV me surpreendeu pela alta qualidade de imagem, tanto no modo transparente quanto no modo tradicional. A fabricante não divulgou muitos detalhes de ficha técnica, mas é sabido que a TV conta com resolução 4K.
Todos os conteúdos são muito nítidos e brilhantes, sem prejuízos quando comparados à LG OLED Evo C3 que eu conheço bem. Não tenho como comentar sobre a taxa de contraste porque todas as exibições ocorreram em salas bastante iluminadas, enquanto sabemos que a sessão de cinema domiciliar costuma ocorrer com tudo apagado.
Meu principal receio diz respeito à qualidade do filtro preto. Notei que ele precisa ficar muito bem esticado, senão pode criar o efeito de bolsões/ondulações na tela – como se fosse um edredom que não foi totalmente esticado na cama. Precisaremos ver como isso vai ficar depois de muitos movimentos de subir/descer na casa dos consumidores.
O som é absolutamente potente e encorpado. Percebi que os graves são muito intensos, o que pode ser explicado pela presença de subwoofers naquela base que mencionei mais cedo.
O sistema da OLED T detecta quando a pessoa deu play num filme ou série, e automaticamente sobe a cortina preta. As demonstrações ocorreram com imagens da série A Roda do Tempo, do Amazon Prime Video (cuja segunda temporada deixou bastante a desejar, apesar da sempre brilhante Rosamund Pike).
Além da TV em si, o consumidor leva para casa uma caixinha wireless. É ela quem recebe todos os fios de variados fontes (TV por assinatura, PlayStation 5, Apple TV etc). Esta peça já existe em outras smart TVs da marca e costuma ficar escondida em algum canto do ambiente ou da mobília.
O sinal é transmitido por um protocolo sem fio proprietário (me disseram que não é Wi-Fi nem Bluetooth). Pelo que vi aqui, não há lag/atraso na apresentação das imagens.
Consigo imaginar clientes endinheirados buscando este produto diretamente dos parceiros comerciais da LG. Hoje em dia já existem TVs de altíssimo padrão, que podem custar mais de R$ 250 mil no Brasil. Empresários, celebridades e pessoas sem qualquer preocupação financeira costumam procurá-las quando estão construindo ou reformando a sala de estar, por exemplo.
A própria LG me contou que dá para personalizar o móvel da TV transparente com mais ou menos prateleiras, na configuração de preferência da clientela.
Pelo que vi aqui no Las Vegas Convention Center, acredito que a TV transparente fique melhor numa sala ampla, já que o efeito de profundidade é mais bem percebido quando ela não está colada na parede.
Também há espaço para uso comercial. Deixá-la na sala de espera de consultório médico ou em alguma área de shopping certamente irá atrair o olhar de curiosos – ainda mais se os conteúdos forem desenvolvidos tendo em vista a brincadeira de ligar/desligar a transparência.
É útil? Certamente não, mas é legal ver até onde pode chegar a tecnologia de televisores. Cada vez mais, nem tudo é sobre os bits e bytes.
Importante avisar que esta tecnologia estava em desenvolvimento há pelo menos sete anos, virou conceito de produto agora e está em fase de pré-produção. Algumas coisas podem mudar nas próximas semanas e meses. Ainda não se sabe quando ele chega ao mercado americano. Imagine então no Brasil: nenhum detalhe.
Preço? Mistério total. Eu apostaria em algo na casa de meio milhão de reais. Vejamos se a LG se anima a trazê-la para o Brasil. Teria tudo a ver com a presença da marca na Casa Cor de São Paulo, evento anual com tendências de arquitetura e decoração.
Thássius Veloso viajou aos Estados Unidos a convite da LG