ARM é vendida por US$ 32 bilhões
Grupo japonês SoftBank comprou a empresa que desenvolve 95% dos processadores dos smartphones
O grupo japonês de telecomunicações SoftBank fechou acordo nesta segunda-feira (18) para comprar a ARM, companhia de semicondutores que certamente está dentro do seu smartphone, roteador, carro ou televisor. Por 24,3 bilhões de libras esterlinas em dinheiro, o equivalente a mais de 120 bilhões de reais, a compra é uma aposta dos japoneses para se fortalecer no mercado de internet das coisas.
O negócio foi sério: a oferta da SoftBank está 40% acima do valor de fechamento das ações da ARM na sexta-feira (15). A empresa britânica não produz os processadores, tarefa que fica a cargo de empresas que licenciam a arquitetura, como Qualcomm, MediaTek, Samsung e Apple — em 2015, mais de 15 bilhões de processadores ARM foram vendidos, 3 bilhões a mais que em 2014.
Além de desenvolver CPUs e GPUs para mais de 95% (!) dos smartphones, a ARM também está dentro de roteadores Wi-Fi, fones de ouvido Bluetooth, modens 4G, câmeras de segurança e vários outros gadgets. Os chips da ARM são conhecidos pela alta eficiência energética, portanto, são um prato cheio para a internet das coisas, que deve somar muito para os 60 bilhões de processadores vendidos até o momento.
Segundo a Fortune, a ARM fez vários investimentos no mercado de internet das coisas nos últimos meses: comprou as empresas de segurança Sansa e Offspark, está desenvolvendo o sistema operacional mbed e adquiriu a Wicentric e a Sunrise, que produzem tecnologias Bluetooth.
Aliás, mais da metade dos 4,1 bilhões de chips que a ARM vendeu no primeiro trimestre de 2016 não foram para o mercado de smartphones — mas os celulares ainda representam dois terços dos royalties que a empresa ganha com licenciamento de arquitetura.
Segundo a SoftBank, o modelo de negócios da ARM permanecerá o mesmo, mas o número de funcionários vai dobrar no Reino Unido (a empresa tem sede em Cambridge) e também crescer fora do país nos próximos cinco anos. Por causa do Brexit, que derrubou a cotação da libra esterlina frente ao iene japonês, a SoftBank gastou 20% menos do que se tivesse comprado a ARM no início do ano.