ChatGPT, “irmão” do Dall-E, conversa como uma pessoa e até escreve código

Treinado com textos da web, ChatGPT usa inteligência artificial para dar respostas, resolver problemas e explicar soluções com coerência

Emerson Alecrim
• Atualizado há 1 ano e 2 meses

Quando o assunto é chatbot, nos lembramos daqueles chats automáticos que pouco ajudam quando entramos em contato com uma empresa. Mas o ChatGPT é diferente. Por ter como base um mecanismo de inteligência artificial avançado, ele pode dar respostas coerentes, como se fosse um humano.

Código em Python escrito pelo ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Código em Python escrito pelo ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

O projeto é mantido pela OpenAI, a mesma organização que está por trás de outra inteligência artificial que tem dado o que falar: o Dall-E. A diferença básica é que, enquanto este último lida com imagens, o ChatGPT é focado em linguagem natural na forma de texto.

Para testar a novidade, é preciso apenas acessar o site do ChatGPT e fazer login. Se você não tiver uma conta, é possível criar uma rapidamente. Depois, é só digitar uma pergunta ou pedir para a ferramenta realizar alguma tarefa, como uma operação matemática.

Embora as respostas possam ser vagas ou incoerentes algumas vezes, de modo geral, os resultados são muito convincentes. É como se você estivesse interagindo com uma assistente como a Alexa ou a Siri, só que em texto e com um vocabulário muito mais amplo.

Eis a resposta que o ChatGPT deu quando pedi para ele “falar-me sobre sobre a vida”:

ChatGPT respondendo a "fale-me sobre a vida" (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
ChatGPT respondendo a “fale-me sobre a vida” (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Como isso é possível? A base principal do ChatGPT é o GPT-3.5. Trata-se da nova versão de um modelo de inteligência artificial capaz de gerar textos parecidos com os que são escritos por humanos.

O ChatGPT pode até “programar”

A parte mais interessante é que o ChatGPT pode ir muito além de comentários sobre amenidades. Se bem instruída, a ferramenta é capaz até de resolver problemas matemáticos ou escrever código de programação.

Eu perguntei ao ChatGPT como escrever “Hello, World” em C++. Ele explicou:

"Hello, World" em C++ escrito pelo ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
“Hello, World” em C++ escrito pelo ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Mas ele também é capaz de gerar ações mais complexas, como corrigir um bug e explicar como isso foi feito, como demonstra Amjad Masad, CEO da Replit:

Ah, sim: o ChatGPT fala outros idiomas, incluindo o português do Brasil. Olha só:

ChatGPT também conversa em português (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
ChatGPT também conversa em português (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Posso confiar nas respostas?

O BleepingComputer explica que o ChatGPT é capaz de realizar várias outras ações, desde se passar por um computador Linux até reescrever um código de uma linguagem de programação para outra. Mas é prudente não confiar totalmente na ferramenta.

A maior parte do que a novidade é capaz de fazer tem como base o conteúdo que o GPT-3.5 usou em seu treinamento — uma enorme quantidade de textos da web.

Isso significa que a ferramenta tem limites. A própria OpenAI alerta que respostas incorretas podem ser dadas pelo ChatGPT ocasionalmente e que a sua base de conhecimento é restrita para eventos ocorridos depois de 2021.

Nesse sentido, o ChatGPT está mais para uma ferramenta de apoio, da mesma forma que o Google o é quando queremos traduzir um texto ou realizar uma conversão de moeda. Você até pode usá-lo para gerar um algoritmo, por exemplo, mas deve revisar o código resultante depois disso.

Por ora, o objetivo principal da OpenAI com o GPT-3.5 e o ChatGPT é fazer a inteligência artificial avançar, principalmente no campo do processamento de linguagem natural (NLP, na sigla em inglês).

Leia | Prompt em IA Generativa: o que é, para que serve e como usar

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Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.