iPhone 14 Pro quase teve chip gráfico para ray tracing, mas Apple cancelou

Suporte para essa tecnologia seria o recurso “UAU!” para a linha 14 Pro; mas problema no chip fez a empresa desistir da ideia

Felipe Freitas
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iPhone 14 Pro (Imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
iPhone 14 Pro (Imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

A Apple “quase” implementou a tecnologia ray tracing na GPU do chip A16 Bionic, usado nos iPhones da linha 14 Pro. Porém, o desenvolvimento do hardware com esse recurso não saiu como esperado, causando problemas de desempenho nos seus smartphones “premiums”.

O caso foi revelado pelo site The Information, que teve contato com “fontes que tem acesso imediato ao assunto” — provavelmente um ou mais funcionários da Apple que participaram do projeto. Segundo essas fontes, a GPU com suporte para ray tracing causou problemas de aquecimento e aumentava o consumo da bateria.

Apple cancelou suporte para Ray Tracing — e foi o certo a se fazer

Vendo que o uso de ray tracing na GPU derrubaria o desempenho do A16 Bionic, a Apple tomou a decisão de cancelar o recurso. A atitude foi a correta a se tomar — e segue uma tradição da Apple.

O problema do ray tracing no chip A16 Bionic foi detectado na parte final do desenvolvimento, sem dar tempo de corrigir o superaquecimento e alto consumo da bateria. E não é nada inteligente lançar um recurso novo só para dizer que tem. Para não sair com a reputação queimada, a Apple encerrou a ideia de incluir o suporte para ray tracing.

Apesar de ser a decisão correta para não gerar um fiasco de vendas, o ray tracing faz “falta” no iPhone 14 Pro. Com falamos no review do modelo, ele é um iPhone 13 Pro melhorado, sem inovações que não causam um “momento UAU” ao ver o produto — o Dynamic Island é ótimo, mas não o bastante para sugerir que um usuário deva escolher o iPhone 14 Pro no lugar de qualquer outro modelo.

iPhone 14 Pro (Imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
iPhone 14 Pro (Imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Ainda assim, a Apple tem uma tradição de segurar algumas inovações para não lançar um produto com algum recurso meia-boca (alô marcas que lançam celulares com câmeras macro de 2 MP ou 5 MP). Vide a demora da Apple em trocar o notch: ela acertou no Dynamic Island e ainda corrigiu o problema do tamanho dele.

Outro exemplo dessa tradição: há rumores de que a Apple está testando tecnologias de smartphones dobráveis ao mesmo tempo que analisa a reação do mercado ao formato.

Voltando ao ray tracing, com mais tempo para corrigir as falhas, é questão de tempo até os leakers divulgarem se a Apple lançará ou não um A17 Bionic com suporte para a tecnologia.

A16 Bionic
A16 Bionic (Imagem: Reprodução/Apple)

Problemas com a GPU refletem impactos da saída de funcionários

O site The Information também relata que a Apple está perdendo seus principais engenheiros para a concorrência. Uma fonte do site explica que o vice-presidente sênior da divisão de hardware, Johny Srouji, é um bom líder, mas sofre com a “movimentação do mercado” do Vale do Silício.

A Apple perdeu alguns dos engenheiros mais talentosos para a Nuvia, fabricante de chips fundada por Gerard Williams III, ex-engenheiro da empresa da maçã e que atuava em um cargo de liderança. A Nuvia foi comprada pela Qualcomm em 2021. Ironias da vida: o substituto de Williams, Mike Filippo, acabou contratado pela Microsoft — a vaga segue em aberto.  

Com informações: MacRumors e Engadget

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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