Funcionários do Google não gostaram nada do anúncio do Bard

Reclamações de profissionais da marca mostra o descontentamento com a pressa em apresentar o projeto; enquanto isso, a Microsoft já oferece IA no Bing

Ricardo Syozi
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• Atualizado há 3 meses
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Google (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Após o anúncio do Bard, concorrente direto do ChatGPT da OpenAI, parece que o Google não está em seu melhor momento. Diversos relatos afirmam que funcionários da empresa não gostaram de como o produto foi oficializado, muitos considerando a apresentação “apressada” e um verdadeiro “botch”. O principal alvo das críticas foi o CEO da companhia, Sundar Pichai, por ter permitido o lançamento prematuro da IA.

De acordo com os relatos da CNBC, os profissionais da gigante de buscas usaram o fórum interno da marca para oferecerem suas opiniões e visões sobre a apresentação e o produto Bard. Os principais termos que acabaram surgindo nas postagens foram “apressado”, “botched” (algo como “fracassado”) e “sem a cara do Google”.

A empresa anunciou oficialmente o Bard no evento do dia 8 de fevereiro, o considerando um “serviço experimental de conversação usando inteligência artificial”. Dessa forma, ele será utilizado no sistema de buscas, respondendo perguntas dos usuários enquanto mantém uma conversa.

Entretanto, as mensagens no fórum foram cheias de críticas. Uma delas apontou que “o lançamento da IA e as demissões foram apressadas e fracassadas”. Esse post recebeu muitos “likes” de outros funcionários, representando o descontentamento com o projeto.

Houve algo ainda mais severo, com um tópico sugerindo que Sundar Pichai recebesse a nota mais baixa que a empresa oferece em seu sistema de avaliação de desempenho dos profissionais:

Sundar e as lideranças merecem um “Perf NI”. Eles estão sendo comicamente míopes e sem a cara do Google em sua busca por “aguçar o foco”.

Por fim, um usuário tocou na ferida de que a companhia “está validando o sentimento de desconfiança do mercado ao correr em pânico com o lançamento do Bard”.

Realmente as coisas não parecem animadoras.

Sundar Pichai (CEO) no Google I/O 2022 (imagem: divulgação/Google)
Sundar Pichai (imagem: divulgação/Google)

Início do projeto não está sendo fácil

Tudo indica que a apresentação do concorrente do ChatGPT foi feita para que o Google largasse na frente da Microsoft, mas as coisas não deram tão certo como a marca queria.

Primeiramente, a gigante de buscas postou uma demonstração em forma de GIF no Twitter. Nela, alguém perguntou ao Bard: “Quais novas descobertas do Telescópio Espacial James Webb posso dizer para meu filho de 9 anos?”. Uma das respostas foi que o objeto “tirou a primeira foto de um planeta de fora de nosso sistema solar”.

Contudo, diversos profissionais de astronomia logo apontaram que isso não é verdade, pois a primeira foto de um exoplaneta foi tirada em 2004, segundo a Nasa.

Para piorar, durante o anúncio no dia 8 de fevereiro, um dos apresentadores esqueceu de levar o smartphone que seria usado para demonstrar os recursos da inteligência artificial. Causando um desconforto geral entre usuários e espectadores.

Microsoft integrou o ChatGPT ao Bing

Enquanto o Google se sente frustrado, a dona do Windows está em um melhor momento, pelo menos no que se refere à inteligência artificial em seu serviço de buscas.

A companhia de Redmond anunciou no dia 7 de fevereiro que está integrando o ChatGPT ao Bing e ao Edge, seu navegador de internet. Sendo assim, a plataforma de buscas passará a responder de um jeito mais completo às perguntas do usuário.

O objetivo é de entregar uma experiência mais aprimorada, com cara de chat e capaz de gerar conteúdo. Segundo a Microsoft, o novo recurso já está disponível ao redor do mundo.

Com informações: The Verge.

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Ricardo Syozi

Ricardo Syozi

Ex-autor

Ricardo Syozi é jornalista apaixonado por tecnologia e especializado em games atuais e retrôs. Já escreveu para veículos como Nintendo World, WarpZone, MSN Jogos, Editora Europa e VGDB. No Tecnoblog, autor entre 2021 e 2023. Possui ampla experiência na cobertura de eventos, entrevistas, análises e produção de conteúdos no geral.

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