Anatel obriga operadoras a fornecerem serviço de teste de velocidade
A partir da quinta-feira passada as operadoras de banda larga fixa no Brasil foram obrigadas pela Agência de Telecomunicações (Anatel) a disponibilizar algum serviço ou software capaz de realizar a medição da velocidade de internet. A regra vale para provedores com mais de 50 mil clientes, então enquadradas na nova regra estão Oi, NET, Cabo Telecom, CTBC, GVT e CTBC.
Todas as operadoras optaram por utilizar a plataforma de medição da Ookla, o já conhecido site Speedtest.net. Oi e NET criaram servidores para os próprios clientes, localizados em São Paulo. A GVT já possui servidores nas principais capitais onde atua, embora apenas clientes da operadora conseguem enxergá-los e realizar a medição. CTBC e Cabo Telecom já possuíam servidores no site, enquanto a Telefônica não disponibilizou nenhum – apenas orienta que seus clientes façam a medição através do Speedtest.net.
A escolha do Speedtest.net, no entanto, não foi muito feliz: de acordo com a Anatel, o software precisa medir a latência, o jitter (média da latência), perda de pacotes e, finalmente, a velocidade de conexão. Para se aproximar das exigências da concessionária, é necessário utilizar outro serviço da Ookla, o Pingtest.net. Entretanto, a única das grandes operadoras que disponibilizam um servidor de testes no Pingtest é a CTBC, fora que as outras operadoras não indicam o serviço.
O Conselho Gestor da Internet no Brasil criticou a Anatel na escolha das exigências dos testes. Segundo a entidade, cabe às operadoras criar um sistema de medição que realize os testes entre a conexão do cliente e os PTTs, os pontos de troca de tráfego entre as operadoras. De nada adianta a operadora garantir a velocidade dentro de sua rede, enquanto fora dela a velocidade deixe a desejar.
Para ilustrar a situação, Demi Getschko, diretor do CGI fez uma comparação muito interessante. “É como medir a qualidade de um PABX apenas pelas chamadas entre dois ramais, sem levar em conta a capacidade de fazer ligações externas. E a opção do colegiado da Anatel pela medição nos PTTs parece considerar esse raciocínio”, afirmou Getschko ao Convergência Digital.
É a hora das operadoras abrirem seus olhos. Com a informação mais fácil de que existe alguma ferramenta para medir a velocidade da conexão, os clientes que notarem lentidão na internet vão começar a reclamar. Principalmente porque utilizaram o Speedtest, que permite o escolher qual servidor quer medir.