Apple, Xiaomi e Samsung crescem em wearables graças a fones de ouvido sem fio

Apple lidera mercado de vestíveis com Apple Watch e AirPods; Mi Band contribui para crescimento da Xiaomi

Paulo Higa
• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Apple AirPods (2019)
Apple AirPods (2019) e Samsung Galaxy Buds

Um estudo da IDC referente ao terceiro trimestre de 2019 mostra que o mercado de dispositivos vestíveis no mundo cresceu 94,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, gerando um recorde de 84,5 milhões de produtos vendidos. Apple, Xiaomi e Samsung, que lideram o setor, tiveram ganhos de até 195% no número de unidades enviadas. Os responsáveis pelo crescimento expressivo? Fones de ouvido sem fio.

A IDC tem um conceito mais amplo de wearables: ela considera, além dos smartwatches e as pulseiras fitness, os chamados “hearables”, que incluem os fones de ouvido sem fio. Segundo a consultoria, esse mercado cresceu devido à remoção do conector de 3,5 mm por várias fabricantes, à inclusão de recursos para melhorar a experiência de áudio e à redução dos preços, sendo que alguns modelos são vendidos por menos de US$ 20.

A Apple teve um aumento expressivo entre o terceiro trimestre de 2018 e o mesmo período de 2019, passando de 23% para 35% de fatia de mercado em unidades vendidas. A empresa tem o smartwatch mais popular do mercado, o Apple Watch, enquanto os AirPods se tornaram o segundo maior lançamento da marca, ultrapassando o iPhone. A linha foi complementada pelos AirPods Pro de R$ 2.249 com cancelamento de ruído, que chegam ao Brasil até o final do ano.

Apple AirPods Pro

Apple AirPods Pro

Já a Xiaomi conseguiu vender mais, mas cresceu menos que as concorrentes e, por isso, perdeu espaço: o número de unidades passou de 7,4 milhões para 12,4 milhões, mas sua participação caiu de 17,1% para 14,6%. De acordo com a IDC, o maior responsável pela segunda colocação da chinesa é a pulseira fitness Mi Band: foram mais de 10 milhões de unidades enviadas no trimestre. É o mesmo que dizer que, a cada dez wearables produzidos pela Xiaomi, oito eram Mi Bands.

Quem também se deu bem com o aumento da procura por fones de ouvido foi a Samsung: ela “obteve sucesso com seus bundles de smartwatches e Galaxy Buds com smartphones, e essa estratégia valeu a pena, já que muitas operadoras em todo o mundo ajudaram a promover a linha da Samsung”, diz a IDC. No Brasil, os primeiros compradores do Galaxy S10 ganharam um Galaxy Watch Active ou Galaxy Buds, enquanto os do Galaxy Note 10 puderam resgatar um smartwatch e carregador sem fio.

Samsung Galaxy Buds

Samsung Galaxy Buds

O top 5 é complementado pela Huawei que, apesar de enfrentar sanções dos Estados Unidos, cresceu 202,6% graças ao fortalecimento na China, que representa 80% de suas vendas; e pela Fitbit, que estagnou entre 2018 e 2019, mas pode ter um novo futuro nas mãos do Google, que comprou a empresa por US$ 2,1 bilhões.

Estas foram as empresas que mais venderam wearables no terceiro trimestre de 2019 no mundo:

  1. Apple: 35% (29,5 milhões de unidades)
  2. Xiaomi: 14,6% (12,4 milhões)
  3. Samsung: 9,8% (8,3 milhões)
  4. Huawei: 8,4% (7,1 milhões)
  5. Fitbit: 4,1% (3,5 milhões)
  6. O resto: 28,1% (23,8 milhões)

Os vestíveis de áudio foram os que mais cresceram: foram apenas 11,9 milhões de unidades vendidas no terceiro trimestre de 2018, número que passou para 40,7 milhões um ano depois. Eles já representam quase metade de todos os wearables comercializados no mundo. O setor é dividido assim, segundo a consultoria:

  1. Vestíveis de áudio: 48,1% (40,7 milhões de unidades)
  2. Pulseiras inteligentes: 22,7% (19,2 milhões)
  3. Relógios inteligentes: 20,9% (17,6 milhões)
  4. Outros: 8,4% (7,1 milhões)

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.