ARM anuncia transição para pôr fim a apps de Android em 32 bits
ARM licencia design para processadores de celulares Android, incluindo Qualcomm Snapdragon, Samsung Exynos e MediaTek
ARM licencia design para processadores de celulares Android, incluindo Qualcomm Snapdragon, Samsung Exynos e MediaTek
A ARM avisou nesta quarta-feira (7) que seus futuros designs de processador não terão suporte a instruções de 32 bits nos núcleos Cortex mais poderosos. Esta transição, que deve começar em 2022, deve ajudar a aumentar o desempenho em 30% comparado à geração atual. A empresa, que está em processo de aquisição pela Nvidia, licencia sua tecnologia para chips da Qualcomm, Samsung e MediaTek usados em celulares Android.
Funciona assim: a ARM projeta designs de processadores para celular e os licencia para terceiros. Eles geralmente usam a arquitetura big.LITTLE, composta de núcleos mais potentes acompanhados por núcleos que consomem menos energia para tarefas simples.
Os núcleos mais poderosos da ARM perderão suporte a 32 bits na geração de 2022, chamada internamente de Makalu. Enquanto isso, os núcleos mais simples como o Cortex-A55 continuarão a rodar instruções desse tipo; neste caso, a transição deve levar mais tempo.
Ainda assim, a ARM está dando o aviso com bastante antecedência para não pegar os desenvolvedores de surpresa. Ela recomenda que os apps e jogos sejam adaptados o quanto antes para 64 bits, e diz que isso traz benefícios como tempos de carregamento mais rápidos, gráficos mais fluidos e recursos de segurança aprimorados.
CPUs de 64 bits podem ter desempenho maior por conseguirem encontrar, mover e processar volumes maiores de dados em um intervalo de tempo menor do que um chip de 32 bits. É algo crucial para tarefas mais pesadas como inteligência artificial, jogos imersivos para celular, ou até mesmo exibição de imagens em telas de altíssima definição.
Desde agosto de 2019, o Google exige que apps enviados à Play Store tenham versões de 64 bits. (Eles podem manter versões de 32 bits também.) Segundo a ARM, apenas 60% dos aplicativos rodam em 64 bits; no entanto, a maior parte das exceções está em mercados como a China, que tem suas lojas próprias.
O Android ganhou suporte a 64 bits na versão 5.0 Lollipop em 2014, mas ainda pode funcionar em modo legado se o processador não tiver suporte; o sistema também roda apps de 32 bits. O Google talvez mude de ideia agora que a ARM anunciou seus planos.
A Apple, que faz seus próprios processadores, já passou por essa transição há alguns anos. Ela passou a exigir em 2015 que todos os aplicativos enviados à App Store rodassem em 64 bits; e removeu suporte a apps de 32 bits no iOS 11, em 2017.
Com informações: ARM, Android Authority.
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