Não sei vocês, mas se existe uma pessoa ansiosa feito criança para a estreia de Star Wars VII: O Despertar da Força, essa pessoa sou euzinha. Sim, mesmo com o dedinho da Disney na produção. E eu diria mais, eu diria que principalmente considerando o dedinho da Disney na produção. Se tem uma coisa que a Disney faz bem, além de filmes tocantes, essa coisa é marketing de criação de necessidades.

Consiste numa ação muito simples: algo que não teria a menor utilidade para você é colocado à venda e, do absoluto nada, sua vida não faz sentido sem aquilo.

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É o caso da réplica do BB-8, o companion droid (e parente dos R2) de O Despertar da Força. Poderia ser só uma cópia, um brinquedo imóvel a mais para enfeitar sua estante, mas sua produtora Sphero foi tão longe que adicionou ao boneco a função de ser controlável por smartphone. Sério, isso é tão incrível que eu não consigo escrever esse texto sem expressar minha aflição para tê-lo em casa. Nunca te encontrei, mas sempre te quis.

Do tamanho de uma laranja americana (?), o BB-8 pode ser pareado com o smartphone ou tablet de seu dono via Bluetooth e, além de reconhecer sua voz, respondendo a comandos, também possui uma personalidade moldável de acordo com sua programação. O mini-robô vem com uma câmera acoplada que permite gravar, enviar e exibir fotos e vídeos holográficos. É tipo o futuro do tamanho duma bola de tênis e licenciado pela Disney.

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O Tech Guide fez um vídeo do robô “acordado”, para termos uma ideia de como ele funciona:

Ademais, já existe também um site totalmente voltado para explicar a mecânica do personagem original, o How BB-8 Works, cujo nome é bem auto-explicativo. A página conta, entre outros detalhes, que BB-8 surgiu da genialidade de J. J. Abrams, diretor da série, que dispensou o uso de GCs para criar o android: a ideia era justamente criar um robô real, inspirado nos concept arts dos primeiros R2, feitos para a trilogia original por Ralph McQuarrie.

A partir disso, descobrimos que o brinquedo, que será vendido por vários países do mundo, como Chile, Bélgica e Singapura (mas não no Brasil, é claro), possui o mesmo motor de sua matriz: a bola Sphero, que curiosamente foi desenvolvida por uma startup também chamada Sphero — a segunda apoiada pelo programa de incentivo Disney Accelerator.

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E como é que essa bola vai andar por sua casa sem destruir tudo pelo caminho?

Pois bem, a engenhoca patenteada pela Disney possui um motor simples, mas aparentemente eficaz: há dentro da bola um giroscópio, que determina o pólo de gravidade do aparelho, além de duas rodas que geram a propulsão de movimento da esfera.

Sua bateria, que dura até uma hora, é recarregada por uma base de apoio, um contrapeso que mantém as rodas girando na metade de baixo da bola, que entram em contato com as paredes do objeto graças a um suporte vertical em seu centro. Sua “cabeça flutuante”, parte que mais abre precedentes para que acreditemos no uso de magia negra em sua construção, funciona, nada mais, nada menos, do que a partir de… imãs.

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Ocorre que a haste vertical interna da Sphero interage magneticamente com um elemento externo: a tal cabeça do pimpolho BB-8. Uma espécie de imã fica posicionado no cume da haste, enquanto outros imãs rotativos estão na base da cabeça.  Como dizia Joana Prado: não é feitiçaria, é tecnologia, mesmo.

“Mas gente, um trem desses deve valer dois rins!”, você pode pensar.

“Pare de buscar compradores de órgãos na internet agora mesmo!”, respondo eu. O protótipo, que deve ser lançado em breve, será vendido por US$ 150. E você pode cadastrar seu e-mail para receber novidades aqui. Obrigada por comprar a franquia de Star Wars, Disney. Só não estraga o resto dos filmes, por favor.

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Escrito por

Renata Persicheto

Renata Persicheto

Ex-redatora

Renata Persicheto é formada em marketing pela Anhembi Morumbi e trabalhou no Tecnoblog como redatora entre 2013 e 2015. Durante sua passagem, escreveu sobre jogos, inovação e tecnologia. Já fez parte da redação do portal Arena IG e também tem experiência como analista de inteligência de dados.