CEO da Cruise diz que, no futuro, apoiaria proibição de motoristas humanos

Kyle Vogt acha que carros sem motoristas serão mais seguros e que não fará mais sentido permitir pessoas ao volante em zonas com muitos pedestres e ciclistas

Giovanni Santa Rosa
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Carro autônomo da Cruise (imagem: divulgação/Cruise)
Carro autônomo da Cruise (imagem: Divulgação/Cruise)

A direção autônoma ainda está dando seus primeiros passos, e muito se discute sobre proibi-la ou liberá-la. Kyle Vogt, CEO e co-fundador da empresa de carros autônomos Cruise, já está pensando no próximo passo: banir os motoristas humanos, ainda que parcialmente.

“Se você extrapolar para o futuro e vir que o custo [dos veículos autônomos] diminuiu, que a segurança melhorou, que eles se adaptaram melhor às cidades, que há mais viagens com caronas, a questão será: ainda queremos carros dirigidos por humanos?”, provocou o executivo.

“Se eu disser que, daqui a cinco anos, os veículos autônomos serão 100 vezes mais seguros, e que você tem regiões da sua cidade com alto tráfego de pedestres e ciclistas, seria imprudente para um urbanista permitir uma versão do transporte que é 100 vezes menos segura”, opinou o CEO da Cruise.

A declaração de Vogt foi dada no evento TechCrunch Disrupt. Quando perguntado se a Cruise faria lobby para eliminar veículos dirigidos por humanos dos centros urbanos, Vogt respondeu que a companhia “ficaria honrada por se juntar a essa luta e ajudar de alguma maneira”.

Mesmo assim, o executivo acha que isso não seria necessário. Ele acredita que, com o desenvolvimento da tecnologia, os próprios cidadãos vão exigir a mudança.

Táxis autônomos da Cruise já estão em San Francisco

A cidade de San Francisco, na Califórnia (EUA), autorizou a operação de robotáxis da Cruise (subsidiária da GM) e da Waymo (subsidiária da Alphabet, que também é dona do Google). Desde agosto de 2023, eles podem operar 24h por dia. Antes, havia uma restrição de horário, de 22h a 6h.

Os carros da Cruise já se envolveram em alguns pequenos acidentes. Um deles, por exemplo, não foi capaz de reconhecer concreto fresco e acabou atolado.

Carro com câmera do teto e as duas rodas da frente enterradas no piso de concreto. Dois trabalhadores observam.
Robotaxi da Cruise se enfiou no concreto fresco (Imagem: @Name_Is_Nobody/Twitter)

Além disso, há algumas situações em que a tecnologia mostrou ainda não estar preparada para lidar com algumas situações sozinha.

Os robotáxis atrapalharam a saída de um festival de música. Segundo a Cruise, um problema de conectividade sem fio impediu o cálculo das rotas.

Um problema mais sério ocorreu após uma batida de carro. Os veículos autônomos não estavam envolvidos no acidente, mas dois deles ficaram parados próximos ao local, causando congestionamento e atrasando a chegada de uma ambulância. O paciente resgatado faleceu entre 20 a 30 minutos após dar entrada no hospital.

Com informações: TechCrunch

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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