Cofundadores da empresa de táxis autônomos Cruise deixam seus cargos
Cruise vem sendo investigada após acidentes de trânsito e precisou suspender funcionamento dos carros. Kyle Vogt e Dan Kan fundaram empresa em 2013.
Cruise vem sendo investigada após acidentes de trânsito e precisou suspender funcionamento dos carros. Kyle Vogt e Dan Kan fundaram empresa em 2013.
Kyle Vogt e Dan Kan, cofundadores da empresa de táxis autônomos Cruise, deixaram seus cargos na companhia. Vogt atuava como CEO, e Kan, como CPO. A decisão de Vogt veio a público no domingo (19), e Kan saiu de sua posição nesta segunda-feira (20).
A Cruise foi vendida para a GM em 2016. Mary Barra, presidente e CEO da GM, promoveu uma série de mudanças no conselho e nos cargos de chefia da empresa de carros autônomos. O cargo de CEO, porém, continua vago.
Em um e-mail enviado para os funcionários da empresa, Vogt se diz “profundamente entristecido” por não trabalhar junto às equipes daqui em diante, mas animado para “ver o que a Cruise tem guardado para seu próximo capítulo”.
Vogt não foi o único CEO de uma empresa de tecnologia a deixar o cargo neste fim de semana. Sam Altman, cofundador e então CEO da OpenAI, também deixou sua empresa, mas não por decisão própria — o conselho de diretores o demitiu.
Vogt não apresentou os motivos que o levaram a decidir pela saída do cargo. Mesmo assim, seu trabalho estava sob escrutínio. Os EUA estão fazendo uma avaliação de segurança na frota de táxis autônomos da Cruise.
Em 2 de outubro, um dos carros da startup se envolveu em um acidente em San Francisco (EUA). Um veículo pilotado por um motorista humano atingiu uma mulher que atravessava uma rua. Com o impacto, ela foi atirada para a pista ao lado. Um Cruise autônomo que passava por ali atropelou a pedestre e parou sobre ela, com a roda traseira prendendo sua perna.
Antes disso, os táxis sem motorista já haviam causado outros problemas, como se atolar em concreto fresco e causar confusão na saída de shows.
Um desses episódios também está sob investigação: dois carros autônomos da companhia pararam em local indevido e causaram um congestionamento, atrapalhando uma ambulância a caminho de um resgate.
Do atropelamento de 2 de outubro em diante, o estado da Califórnia cassou a licença de operação da empresa, e a própria companhia iniciou uma revisão de segurança de seus carros, após suspender as atividades em todo o território dos EUA. A produção do novo modelo de robotaxi foi interrompida.
A Cruise também tomou várias medidas que desagradaram funcionários, como demissões em massa e a suspensão do programa de vendas de ações. Além disso, muitos reclamavam que a segurança não era uma prioridade da gestão da companhia.
Com informações: TechCrunch, Reuters