CEO da Epic Games critica líderes de big techs por se aliarem a Trump

Para Tim Sweeney, líderes de companhias como Google, Meta e Apple estão se alinhando a Donald Trump para "ganhar favores"

Emerson Alecrim
• Atualizado ontem às 15:45
Resumo
  • Tim Sweeney, CEO da Epic Games, criticou os líderes de big techs pelo alinhamento com Donald Trump, eleito para um novo mandato como presidente dos EUA.
  • Segundo Sweeney, a estratégia busca impedir a regulação do setor de tecnologia no país e eliminar a concorrência.
  • A Epic Games enfrenta uma batalha judicial contra Google e Apple pelas taxas de 30% em compras na App Store e Google Play, vistas como abusivas.

Como fundador e CEO da Epic Games, empresa responsável por franquias como Fortnite, Tim Sweeney é um forte crítico das big techs. A situação piorou após a eleição de Donald Trump. Para o executivo, líderes de companhias como Google, Meta e Apple tem se alinhado ao futuro presidente dos Estados Unidos para “ganhar favores” em troca do apoio.

A mudança de rumos mais visível veio da Meta. O próprio Mark Zuckerberg anunciou que redes sociais como Facebook e Instagram trocarão os procedimentos de checagem de fatos por “notas da comunidade”, mecanismo já adotado no X em que os próprios usuários sinalizam e corrigem publicações inconsistentes.

Essa e outras declarações dadas por Zuckerberg são vistas como uma manobra para alinhar as operações da Meta à política governamental de Trump, que assumirá seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2025.

Mas esse movimento não é isolado. Líderes de companhias como Apple (Tim Cook), Alphabet/Google (Sundar Pichai) e Amazon (Andy Jassy) também manifestaram apoio a Trump, seja por meio de doações para a sua campanha eleitoral ou posse, seja por encontros com o próprio futuro presidente.

Existe ainda a figura de Elon Musk. O bilionário nunca escondeu o seu apoio a Trump. A sua proximidade com o presidente eleito é tão profunda que Musk ocupará um cargo na Casa Branca: o de líder do novo Departamento de Eficiência Governamental.

As críticas de Tim Sweeney

Usando o X, Sweeney tem republicado várias mensagens com críticas às mudanças de rumos nas chamadas big techs. Mas o próprio executivo também vem se manifestando a respeito. Em mensagem publicada via X na sexta-feira (10/01), ele escreveu:

Depois de anos fingindo ser democratas, líderes de big techs agora fingem ser republicanos, na expectativa de ganhar favores com a nova administração. Tenha cautela com a desprezível campanha de monopólio para difamar a lei de concorrência, pois elas [as big techs] roubam os consumidores e esmagam os concorrentes.

Tim Sweeney, CEO da Epic Games

Ao citar “lei de concorrência”, o executivo provavelmente se refere às ações judiciais que a Epic Games move contra Google e Apple envolvendo o que a empresa considera práticas anticompetitivas.

Para a Epic, as taxas de até 30% aplicadas em compras feitas em aplicativos distribuídos via App Store e Google Play são abusivas e dificultam a concorrência, sendo esses os principais fatores para a abertura dos processos judiciais.

Tim Sweeney dá a entender que, ao se aliarem ao novo governo, as big techs tentarão frear ou até anular os esforços regulatórios iniciados na administração Biden que visam deixar o setor de tecnologia mais competitivo nos Estados Unidos.

Com informações de Newsweek

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Foi reconhecido nas edições 2023 e 2024 do Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.