Claro cresce em número de clientes na banda larga; Vivo e Oi caem

Vivo e Oi perderam clientes de internet em 2020 e Claro fica estável; pequenos provedores adicionaram 3,5 milhões de acessos

Lucas Braga
• Atualizado há 2 anos e 11 meses
Operadoras querem remuneração de big techs por uso da rede
Pequenos provedores lideram crescimento de banda larga em 2020 (Imagem: jarmoluk/Pixabay)

A Anatel divulgou os dados de acessos de dezembro de 2020, e o balanço anual é positivo para o setor de banda larga: houve aumento de 3,1 milhões de contratos de internet fixa. Das grandes operadoras, apenas Claro, TIM e Algar registraram crescimento, enquanto Oi e Vivo encerraram o ano com menos clientes que em 2019.

Veja os dados de acessos de banda larga de dezembro de 2020, o comparativo com o mesmo período de 2019 e a participação de mercado:

Empresa Acessos em 2019 Acessos em 2020 Participação de mercado em 2020
Claro/NET 9,58 milhões 9,84 milhões 27,3%
Vivo 7,02 milhões 6,39 milhões 17,8%
Oi 5,26 milhões 5,1 milhões 14,2%
Algar 649,71 mil 698,32 mil 1,9%
TIM 583,66 mil 655,63 mil 1,8%
Brisanet 351,4 mil 624,31 mil 1,7%
Demais pequenos provedores 9,2 milhões 11,1 milhões 35,2%

Pequenos provedores lideram crescimento

Enquanto as grandes operadoras tiveram números tímidos, os pequenos provedores foram os protagonistas do crescimento de banda larga em 2020 no Brasil: somados, eles adicionaram 3,5 milhões de acessos durante o ano.

A maior parte das conexões é feita por fibra óptica, com 72,8%, seguida pelo rádio (15,6%) e cabos metálicos (7%). Os pequenos provedores são importantes por levarem conectividade para áreas negligenciadas por operadoras como Claro, Oi, TIM e Vivo – nesses locais, as grandes não possuem cobertura ou ainda utilizam tecnologias antigas.

Dos pequenos provedores, o maior destaque vai para a Brisanet, que atua em estados do Nordeste. A operadora encerrou o ano de 2020 com 624 mil acessos, alta de 273 mil no comparativo anual. Se continuar nesse ritmo, a empresa pode ultrapassar a TIM e Algar, que são consideradas pela Anatel como empresas de grande porte.

Claro NET Virtua manteve liderança e cresceu pouco

Ainda que tenha sido uma das operadoras mais reclamadas durante o começo da pandemia, a Claro continua na liderança de banda larga com 9,84 milhões de modems, alta de 0,26 milhão em relação a 2019.

Cable Modem da banda larga Claro NET Virtua. Foto: Lucas Braga/Tecnoblog

Modem da Claro NET Virtua. (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

A maior parte das conexões são feitas com cabo coaxial (DOCSIS), que representam 94,3% de todos os acessos. A fibra óptica é a solução usada nas novas cidades e está presente em 4,7% dos modems.

Por sinal, a maior parte das adições da Claro são nas cidades com fibra; no cabo coaxial, a empresa cresceu 0,07 milhão de acessos.

Vivo perdeu clientes de internet, mas cresce na fibra

A situação da Vivo é menos confortável: a empresa perdeu muitos clientes conectados com tecnologia xDSL e encerrou o ano com menos acessos que em dezembro de 2019.

A banda larga por fibra teve alta de 0,9 milhão de acessos, o que não foi suficiente para conter as desconexões de clientes metálicos. Já são mais clientes com Vivo Fibra do que xDSL, com diferença de 0,6 milhão entre as tecnologias.

Oi Fibra adicionou 1,4 milhão de clientes em 2020

A Oi também teve crescimento com fibra óptica em 2020: entre janeiro e dezembro houve aumento de 1,4 milhão de clientes conectados com FTTH. Por outro lado, o desligamento do xDSL deixou o balanço no negativo: a empresa desconectou 1,6 milhão de acessos por cabos metálicos.

Modem utilizado pela Oi Fibra (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

Modem utilizado pela Oi Fibra (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

A empresa, que passa por processo de recuperação judicial, vendeu a unidade móvel para as concorrentes Claro, TIM e Vivo por R$ 16,5 bilhões, e dividiu o negócio de fibra em outra empresa de rede neutra.

No passado, o vice-presidente de clientes da Oi, Bernardo Winick, revelou que apenas 20% da base de fibra da operadora são clientes que foram migrados do cobre – ou seja, 80% dos acessos são novas assinaturas. A projeção da tele é terminar o ano de 2021 com 4 milhões de clientes e 94 novas cidades.

Relacionados

Escrito por

Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.