Claro, TIM e Vivo querem R$ 3,2 bilhões de volta após compra da Oi Móvel
Oi discorda da solicitação, apontando erros de cálculos; empresa tem até 30 dias para recorrer da solicitação e adiantou que vai adotar as "medidas cabíveis"
Oi discorda da solicitação, apontando erros de cálculos; empresa tem até 30 dias para recorrer da solicitação e adiantou que vai adotar as "medidas cabíveis"
As operadoras Claro, TIM, e Vivo anunciaram que “refizeram as contas” e pediram uma redução no valor da Oi Móvel. As compradoras dizem que há divergências em informações técnicas sobre os ativos e pedem um desconto de aproximadamente R$ 3,2 bilhões da quantia combinada durante a aquisição. A Oi, por sua vez, informou que “discorda veementemente” da solicitação, apontando erros de cálculos e equívoco de metodologia.
De acordo com a TIM, as três compradoras contrataram um assessor econômico-financeiro independente para auxiliá-las nos procedimentos da compra da Oi Móvel.
Durante as análises e validações, a operadora alega que “foram identificadas divergências em premissas e critérios de cálculo”. Esses documentos, segundo a TIM, só chegaram “após o fechamento da transação”.
Entre tópicos postos em consideração, estão: ajustes habituais de capital de giro e dívida líquida, evidências de não conformidade com o volume mínimo na despesa com investimentos (CAPEX) e natureza das obrigações de investimentos da Oi.
A TIM também menciona sinais de não cumprimento das obrigações “relacionadas à manutenção de participação mínima da vendedora nas adições líquidas de linhas (ativações de novas linhas menos linhas desconectadas) do mercado de telefonia móvel”.
Como noticiamos, a compra da Oi Móvel foi concluída em fevereiro deste ano, mas o contrato previa um ajuste de contas ao final do processo.
Na verdade, ela já teria que devolver cerca de R$ 1,447 bilhão para as operadoras, dado que suas compradoras tinham retido uma quantia para possíveis ajustes de preço de fechamento ou indenizações.
Agora, além desse valor, as empresas querem que a Oi devolva o valor do ajuste pós-fechamento, cerca de R$ 1,739 bilhão — destes, R$ 383,5 milhões seriam para a Claro, R$ 587 milhões para a Vivo e R$ 769 milhões iriam para a TIM.
Em um comunicado, a Oi disse que “recebeu com surpresa” a notificação de suas compradoras sobre o valor do ajuste de preço pós-fechamento da venda.
“A companhia discorda veementemente dos valores apresentados pelas compradoras e tomará todas as medidas cabíveis no sentido de fazer prevalecer seus direitos”, informou.
A operadora disse entender que o ajuste poderia acontecer, mas enxergou “uma série de erros técnicos e processuais, além de equívocos na metodologia, nos critérios, nas premissas e na abordagem adotados.”
Para ela, o ajuste está “fora de qualquer base de razoabilidade” e concluiu dizendo que “a notificação […] carece de vários elementos necessários para o processo de ajuste pós-fechamento.”
Agora, a companhia tem 30 dias úteis para apresentar uma discordância formal, mas já disse que vai adotar as “medidas cabíveis”.
Além dessa redução que totaliza R$ 3,2 bilhões, a Claro, a TIM e a Vivo também pediram um adicional de R$ 353 milhões em indenização pela revisão dos ativos.
A Oi disse que vai apresentar uma objeção formal e fornecerá documentos e informações dentro do prazo estabelecido, que são de 10 dias úteis.
Depois disso, a empresa tem mais cinco dias para chegar a um acordo com suas rivais, antes que o caso pare na Justiça.
Com informações: Telesintese, Convergência Digital, InvestNews