Coreia do Sul quer migrar do Windows para Linux nos PCs do governo

Governo da Coreia do Sul espera poupar gastos com adoção do Linux em serviços públicos

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 9 meses
TmaxOS (Imagem: DaeHyun Sung)
TmaxOS (Imagem: DaeHyun Sung)

Não são só usuários domésticos. O fim do suporte ao Windows 7 pela Microsoft também afeta empresas e órgãos públicos de várias partes do mundo. É o caso da Coreia do Sul: esse cenário deve servir de incentivo para o governo do país executar o plano de migrar seus computadores para o Linux.

É um plano que existe há meses. Pelo menos desde maio de 2019 circulam informações sobre o interesse do governo sul-coreano de migrar seu parque de máquinas, mesmo que parcialmente, do Windows para o Linux como forma de reduzir custos com licenciamento ou suporte e diminuir a dependência de uma plataforma única.

A versão sul-coreana do ZDNet relata que, no início da semana, o Ministério da Administração Pública e Segurança do país informou que pretende dar os primeiros passos rumo à adoção de um sistema operacional aberto a partir deste mês.

Alguma mudança é mesmo necessária: a migração para o Windows 10 pode ter custos elevados; em máquinas antigas, permanecer com o Windows 7 também pode elevar os gastos, afinal, a manutenção do sistema dependeria de uma contrato extra de suporte com a Microsoft.

O processo de migração é vagaroso, até porque vários aspectos precisam ser analisados antes de uma decisão abrangente. O governo deve verificar se o Linux será capaz de dar conta de todas as demandas, se requisitos de segurança e disponibilidade serão respeitados, se os funcionários lidarão bem com a mudança e assim por diante.

Essa não é a primeira vez que um governo dá início a um plano de migração do Windows para o Linux. Porém, nenhum projeto do tipo parece ter levado ao resultado esperado, pelo menos não em larga escala. Um exemplo notável é o da cidade de Munique, que mudou para o Linux em 2014 e, três anos depois, decidiu voltar ao Windows.

No caso da Coreia do Sul, há mais um desafio: a migração também deve envolver a adoção de um modelo de serviço DaaS (Desktop as a Service) que, como tal, possibilita ao funcionário acessar uma área de trabalho virtual, assim, ele não ficaria dependente de um único computador. Soluções desse tipo não são de implementação fácil.

De todo modo, o governo sul-coreano parece determinado a levar a ideia adiante. Distribuições Linux como Harmonica OS (baseada no Ubuntu) e TmaxOS, ambas sul-coreanas, já estão sendo testadas. Se o plano funcionar, uma migração massiva deverá ocorrer até 2026.

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Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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