Dona de PUBG processa Garena, Apple e Google por causa de Free Fire

Krafton acusa Garena de plagiar PUBG: Battlegrounds com Free Fire e exige que o Battle Royale seja bloqueado nas lojas de aplicativos do Google e da Apple

Murilo Tunholi
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• Atualizado há 3 meses
Free Fire Max é uma versão melhorada do popular Battle Royale para celulares Android e iPhone (iOS) (Imagem: Divulgação/Garena)
Free Fire Max é uma versão melhorada do popular Battle Royale para celulares Android e iPhone (iOS) (Imagem: Divulgação/Garena)

A desenvolvedora de PUBG: Battlegrounds — a Krafton — processou a criadora de Free Fire e Free Fire Max — a Garena — por plágio. Além disso, o Google e a Apple foram incluídas como rés na ação judicial por distribuírem os jogos em suas lojas de aplicativos. No documento, a Krafton exige o bloqueio de Free Fire, assim como o pagamento de indenização, que inclui os lucros da Garena com o Battle Royale.

Free Fire é um dos jogos mais populares do mundo entre os títulos do gênero Battle Royale. O game existe desde 2017 e faz muito mais sucesso que PUBG, principalmente no Brasil e em outros países em desenvolvimento, como a Índia — onde PUBG é banido. Após quase cinco anos sem falar nada, a Krafton decidiu que Free Fire estaria violando a propriedade intelectual de PUBG: Battlegrounds.

A Krafton alegou que tanto Free Fire quanto Free Fire Max estariam plagiando elementos de PUBG e lucrando “centenas de milhões de dólares” com microtransações. Na petição do processo movido no Tribunal da Califórnia, nos EUA, a empresa disse que:

Free Fire e Free Fire Max copiam extensivamente vários elementos de PUBG: Battlegrounds, tanto individualmente quanto em conjunto, incluindo o recurso exclusivo de “queda do céu” no início das partidas — que é protegido pelos direitos autorais de PUBG: Battlegrounds —, a estrutura do jogo, a combinação e seleção de armas, armaduras e objetos únicos, locais e a escolha geral de esquemas de cores, materiais e texturas”.

Krafton.

Em comunicado enviado ao Tecnoblog, a Krafton disse o seguinte:

“Ainda que não possamos entrar em detalhes sobre o processo em andamento, infrações à propriedade intelectual são um assunto sério e que causa entraves ao desenvolvimento produtivo da indústria de jogos. A KRAFTON apoia os direitos de empresas de desenvolvimento de jogos de proteger a criatividade e originalidade do ecossistemas de games”.

Krafton.

Krafton pediu o bloqueio de Free Fire antes do processo

Em seu argumento, a Krafton ainda declarou que tinha pedido à Garena, em 21 de dezembro de 2021, para encerrar imediatamente as atividades de Free Fire e Free Fire Max“. Contudo, pelo o que parece, Garena ignorou o apelo. Depois, a criadora de PUBG solicitou ao Google e à Apple que parassem de distribuir as duas versões Free Fire, mas nada aconteceu.

Por fim, a Krafton buscou o YouTube para remover todos os vídeos com gameplays de Free Fire ou Free Fire Max que “infringissem flagrantemente PUBG: Battlegrounds ou tivessem elementos do longa-metragem Biubiubiu“. O filme citado no processo é uma produção chinesa e conta a história de um streamer de Battle Royale que monta um time de esports com amigos de infância.

Como não conseguiu resolver na conversa, a Krafton recorreu à Justiça e processou a Garena, a Apple e o Google, com o YouTube incluso. O processo exige que as empresas interrompam a distribuição de Free Fire, removam todos os vídeos do jogo e paguem uma indenização referente a todo lucro recebido com o Battle Royale nos últimos cinco anos.

Com informações: The Verge, XDA Developers.

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.

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