Fed diz que criptomoedas estatais devem coexistir com dinheiro físico

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, afirmou que criptomoedas de bancos centrais precisam coexistir com dinheiro físico

Bruno Ignacio
• Atualizado há 2 meses
Jerome Jerome Powell, presidente do Federal Reserve dos Estados Unidos, vê euforia preocupante no mercado de investimentos (Imagem: Brookings Institution/Flickr)Powell, presidente do Federal Reserve dos Estados Unidos (Imagem: Brookings Institution/Flickr)
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve dos Estados Unidos (Imagem: Brookings Institution/Flickr)

O presidente do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, Jerome Powell, afirmou que as chamadas CBDCs, ou criptomoedas de bancos centrais, teriam que ser integradas ao sistema de pagamentos existente e coexistir com dinheiro físico para terem sucesso. Durante discurso realizado nesta última quinta-feira (18), ele repassou as conclusões de um relatório formulado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), pelo Fed e por outros seis bancos centrais.

Sistema de pagamentos deve ser “inovador e flexível”

“Um relatório recente do Banco de Compensações Internacionais e de um grupo de sete bancos centrais, que inclui o Fed, avaliou a viabilidade das CBDCs em ajudar os bancos centrais a cumprirem seus objetivos de política pública”, disse Powell em seu discurso durante uma conferência em Basel, na Suíça.

Segundo o presidente do Fed, um dos três pontos destacados no relatório do grupo foi a necessidade de criptomoedas de bancos centrais “coexistirem com cédulas e com outros tipos dinheiro em um sistema de pagamentos flexível e inovador”.

Crise de COVID-19 acelerou processo de digitalização

Powell também ressaltou que a atual pandemia de coronavírus acelerou a necessidade de digitalização dos meios tradicionais de pagamentos. Hoje, pela quarentena e isolamento social, o sistema bancário viu um aumento exponencial na utilização de todos os serviços virtuais.

“A crise de COVID-19 destacou ainda mais nitidamente a necessidade de abordar as limitações de nossos sistemas atuais para pagamentos internacionais”, disse Powell. Ele também afirmou que a colaboração multilateral de órgãos reguladores do mundo todo provaram que mesmo com os desafios do ano passado, progressos importantes foram realizados nesta área.

Evolução nos pagamentos internacionais

Os possíveis usos das CBDCs ainda estão sendo discutidos. O que os bancos centrais de todo o mundo veem é a crescente necessidade de digitalização do dinheiro. Contudo, as criptomoedas estatais podem ser uma porta importante para a evolução do sistema tradicional de pagamentos internacionais, mas para isso múltiplos obstáculos devem ser enfrentados.

“Por definição, pagamentos transfronteiriços envolvem múltiplas jurisdições”, afirmou Powell. Segundo ele, para que um sistema desses avance, é necessário que os países trabalhem juntos na regulamentação através de fóruns internacionais e de tópicos a serem discutidos em grande encontros, como do G7 e G20.

Recentemente, o líder do banco central americano afirmou que um potencial dólar digital é um projeto de “alta prioridade” para os EUA, embora isso acarrete em muitos problemas técnicos e políticos. Powell também disse que como o Fed é emissor da “moeda mundial”, ele deve dar os primeiros passos bem sucedidos na criação de uma CBDC.

Com informações: Bloomberg

Relacionados

Escrito por

Bruno Ignacio

Bruno Ignacio

Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.