Google impõe novas regras para melhorar qualidade de apps do Wear OS

Wear OS costumava ficar abaixo de sistemas concorrentes, mas o Google quer mudar essa história — e isso envolve melhorar os apps para smartwatches

Giovanni Santa Rosa
• Atualizado há 2 anos e 10 meses

O Wear OS 3 já é realidade. A nova versão do sistema operacional é uma grande aposta do Google para tentar, enfim, emplacar nos smartwatches. Mas, como nenhum dispositivo faz sucesso sem ter bons apps, a empresa liberou uma atualização em suas diretrizes para desenvolvedores.

As novas instruções foram divulgadas na página de desenvolvedores do Android e ainda não estão disponíveis na versão em português. Elas têm como objetivo aumentar a qualidade dos aplicativos para relógios inteligentes. Há três níveis: compatibilidade básica, suporte completo (chamado de “Better”) e experiência diferenciada (“Best”).

As novas exigências do Wear OS

No primeiro nível, as notificações devem seguir os princípios do Material Design, não podem promover outros produtos, precisam estar divididas em canais e com prioridades corretas, agrupadas quando necessário e com tempo para desaparecer sempre que possível. Apps de mensagem devem usar notificações MessagingStyle, com suporte para respostas e atalhos de conversa.

O segundo nível, “Better”, é dedicado aos apps nativos do Wear OS. Eles devem ser testados em dois emuladores do sistema: o quadrado de 1,65” e o redondo de 1,84”. O layout deve ser apropriado para ambos os formatos, e o texto deve ter uma fonte mínima de 12 sp para garantir a legibilidade. 

A APK precisa rodar diretamente no relógio e aparecer na Play Store do aparelho. Para isso, o Google define que o aplicativo traga no mínimo uma captura de tela em sua página da loja. 

Até essas imagens têm padrões estritos: elas precisam ser na proporção 1:1 e mostrar apenas a interface do app, sem um “desenho” de relógio por cima, molduras ou transparências.

Diretrizes para capturas de tela de apps do Wear OS
Diretrizes para capturas de tela de apps do Wear OS (Imagem: Reprodução/Google)

O último nível, “Best”, inclui testes com pareamento tanto com Android quanto com iOS. Um app desse nível pode ser completamente independente — para isso, ele precisa ser funcional sem depender de nenhum app do smartphone, nem mesmo para login e autenticação.

O limite para colocar os aplicativos nesses parâmetros é 13 de outubro. Quem não adaptar seu app para estes padrões receberá uma notificação.

Novo Wear OS traz recursos de Fitbit e Tizen

O Wear OS foi bastante criticado por não estar à altura de concorrentes como o watchOS do Apple Watch e o Tizen do Samsung Galaxy Watch. O Google, porém, resolveu fazer uma investida maior nessa categoria de produtos nos últimos anos. Isso incluiu a compra da Fitbit, empresa de vestíveis com foco em saúde, e da tecnologia de smartwatches da fabricante de relógios Fossil.

O passo mais ousado, porém, foi anunciado em maio: um novo Wear OS juntando recursos do Google, da Fitbit e do Tizen da Samsung. Em agosto, a fabricante sul-coreana apresentou sua nova linha de smartwatches Galaxy Watch 4 já com o sistema recém-desenvolvido e com algumas soluções próprias, como a interface One UI Watch.

Com informações: Android Developers, Google Blog, 9to5Google, Android Central

Leia | Como atualizar o Apple Watch

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.