Google impõe novas regras para melhorar qualidade de apps do Wear OS
Wear OS costumava ficar abaixo de sistemas concorrentes, mas o Google quer mudar essa história — e isso envolve melhorar os apps para smartwatches
Wear OS costumava ficar abaixo de sistemas concorrentes, mas o Google quer mudar essa história — e isso envolve melhorar os apps para smartwatches
O Wear OS 3 já é realidade. A nova versão do sistema operacional é uma grande aposta do Google para tentar, enfim, emplacar nos smartwatches. Mas, como nenhum dispositivo faz sucesso sem ter bons apps, a empresa liberou uma atualização em suas diretrizes para desenvolvedores.
As novas instruções foram divulgadas na página de desenvolvedores do Android e ainda não estão disponíveis na versão em português. Elas têm como objetivo aumentar a qualidade dos aplicativos para relógios inteligentes. Há três níveis: compatibilidade básica, suporte completo (chamado de “Better”) e experiência diferenciada (“Best”).
No primeiro nível, as notificações devem seguir os princípios do Material Design, não podem promover outros produtos, precisam estar divididas em canais e com prioridades corretas, agrupadas quando necessário e com tempo para desaparecer sempre que possível. Apps de mensagem devem usar notificações MessagingStyle, com suporte para respostas e atalhos de conversa.
O segundo nível, “Better”, é dedicado aos apps nativos do Wear OS. Eles devem ser testados em dois emuladores do sistema: o quadrado de 1,65” e o redondo de 1,84”. O layout deve ser apropriado para ambos os formatos, e o texto deve ter uma fonte mínima de 12 sp para garantir a legibilidade.
A APK precisa rodar diretamente no relógio e aparecer na Play Store do aparelho. Para isso, o Google define que o aplicativo traga no mínimo uma captura de tela em sua página da loja.
Até essas imagens têm padrões estritos: elas precisam ser na proporção 1:1 e mostrar apenas a interface do app, sem um “desenho” de relógio por cima, molduras ou transparências.
O último nível, “Best”, inclui testes com pareamento tanto com Android quanto com iOS. Um app desse nível pode ser completamente independente — para isso, ele precisa ser funcional sem depender de nenhum app do smartphone, nem mesmo para login e autenticação.
O limite para colocar os aplicativos nesses parâmetros é 13 de outubro. Quem não adaptar seu app para estes padrões receberá uma notificação.
O Wear OS foi bastante criticado por não estar à altura de concorrentes como o watchOS do Apple Watch e o Tizen do Samsung Galaxy Watch. O Google, porém, resolveu fazer uma investida maior nessa categoria de produtos nos últimos anos. Isso incluiu a compra da Fitbit, empresa de vestíveis com foco em saúde, e da tecnologia de smartwatches da fabricante de relógios Fossil.
O passo mais ousado, porém, foi anunciado em maio: um novo Wear OS juntando recursos do Google, da Fitbit e do Tizen da Samsung. Em agosto, a fabricante sul-coreana apresentou sua nova linha de smartwatches Galaxy Watch 4 já com o sistema recém-desenvolvido e com algumas soluções próprias, como a interface One UI Watch.
Com informações: Android Developers, Google Blog, 9to5Google, Android Central
Leia | Como atualizar o Apple Watch