Humane busca comprador um mês após lançamento do AI Pin

Humane quer algo entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão para ser vendida, mas realidade sobre o AI Pin pode baixar preço final

Felipe Freitas
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Acessório branco fixado perto da gola de moletom
Humane, criadora do nada elogiado AI Pin, estaria pedindo entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão em venda (Imagem: Divulgação/Humane)

A Humane está em processo de venda, segundo a Bloomberg. O anúncio da busca por um comprador surge um mês depois do lançamento do AI Pin, produto da empresa que prometia ser uma gadget revolucionário, mas foi criticado nas reviews. A Bloomberg relata que a Humane está pedindo entre US$ 750 milhões (R$ 3,8 bilhões) e US$ 1 bilhão (R$ 5,1 bilhões) na venda.

A Humane, que foi fundada em 2018 pelos ex-funcionários da Apple Imran Chaudri e Bethany Bongiorno, recebeu US$ 230 milhões (R$ 1,1 bilhão) de investidores. Entre os empresários que colocaram dinheiro na empresa está Sam Altman, CEO e fundador da OpenAI. No ano passado, a Humane foi avaliada em US$ 850 milhões (R$ 4,3 bilhões).

Realidade do AI Pin pode dificultar vendas

É impossível falar da possível venda da Humane sem falar do AI Pin. O AI Pin é um dispositivo que, como explica o “pin” do seu nome, é usado com um broche na roupa. Assim, você tem um eletrônico que utiliza o LLM GPT e te ajuda — na teoria — em tarefas diárias sem precisar pegar o smartphone no bolso.

Mão aberta. Nela há uma interface azul com reprodução de uma música.
AI Pin utiliza projetor a laser para você navegar no seu menu, porém um smartphone com IA pode ser bem mais prático (Imagem: Divulgação/Humane)

Contudo, as análises do AI Pin foram negativas. Tão negativas que Marques Brownlee, maior influencer tech da atualidade, teve que gravar um vídeo dizendo que reviews não levam empresas à falência. Em sua análise, Brownlee disse que o AI Pin é o pior produto que ele já avaliou.

O gadget custa US$ 700 (R$ 3.586) na versão mais barata (a versão mais cara apenas tem uma cor diferente) e o usuário ainda precisa de uma assinatura mensal de US$ 24 (R$ 123) para usar o AI Pin. Apesar do alto preço, o produto é bem construído.

Porém, um celular faz tudo que o AI Pin faz — e muito melhor. E depois dos anúncios do GPT-4o e dos recursos multimodais do Gemini, a proposta do gadget da Humane fica para trás. O Projeto Astra do Google, pro exemplo, é uma das coisas que o AI Pin pode fazer

Pedindo um valor bilionário pela empresa e com um produto que chegou fraco, podemos apenas listar as companhias com cacife para comprar a Humane: Amazon, Apple, Google, Meta e Microsoft.

Essas são as big techs que estão investindo em IA generativa. Todavia, por estarem colocando recursos em soluções próprias (e melhores), não faria sentido que elas fossem atrás da Humane — muito menos para pagar o valor pedido.

Com informações: Bloomberg, The Verge e 9to5Google

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Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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