Institutos do Brasil e Europa assinam acordo para desenvolver RISC-V
Instituto Eldorado e Barcelona Supercomputing Center vão trabalhar juntos em projeto. RISC-V é padrão aberto e atrai interesse da indústria de tecnologia.
Instituto Eldorado e Barcelona Supercomputing Center vão trabalhar juntos em projeto. RISC-V é padrão aberto e atrai interesse da indústria de tecnologia.
O Instituto Eldorado, com sede em Campinas (SP), e o Barcelona Supercomputing Center (BSC), da Espanha, serão parceiros em um projeto para desenvolver uma unidade de aceleração para multiplicação de matrizes integrada a um processador RISC-V.
O desenvolvimento do componente visa impulsionar os limites da computação de alto desempenho (HPC, na sigla em inglês) e inteligência artificial. A multiplicação de matrizes é essencial nestes campos.
O documento firmado entre o Eldorado e o BSC conta com apoio de pesquisadores da Unicamp e está alinhado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A iniciativa faz parte do Programa Prioritário de Interesse Nacional PPI-Softex.
Em fevereiro, o Brasil se tornou membro premier da aliança RISC-V International, que tem Google, IBM e Qualcomm como membros fundadores e também conta com a participação de Intel, AMD, Samsung, Nvidia, Meta, Microsoft e muitas outras empresas. Sediada na Suíça, a organização sem fins lucrativos é responsável pela neutralidade do desenvolvimento da arquitetura.
A RISC-V é uma arquitetura de processador do tipo RISC, que usa conjunto de instruções simples nas tarefas, o que resulta em maior eficiência energética. A arquitetura RISC mais importante é atualmente a Arm, de propriedade da Arm Ltd. Ela é usada por muitos dos chips de smartphone, além de estar presente em vestíveis, sistemas embarcados e grandes servidores.
A RISC-V (pronuncia-se “risk five”) não é uma arquitetura proprietária, mas sim de código aberto, iniciada em 2010, na Universidade da Califórnia, Berkley (Estados Unidos). Assim como a Arm, ela é versátil, e pode ser usada de microcontroladores até supercomputadores. No entanto, por ser de código aberto, não depende de licenciamento.
Por isso, a RISC-V atrai tanto interesse de empresas. Em 2022, a Intel anunciou a criação de um fundo de US$ 1 bilhão para incentivar o desenvolvimento de tecnologias para semicondutores, incluindo RISC-V. Outra companhia que está de olho na arquitetura é o Google. Em 2023, a empresa prometeu aumentar a compatibilidade do Android com CPUs baseadas em RISC-V. Em ambos os casos, a intenção é depender menos da Arm e evitar os custos de licenciamento.
Com informações: TeleSíntese, Instituto Eldorado
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