iOS 15 traz pedido da Apple para exibir anúncios personalizados no iPhone
Na próxima versão do sistema, a Apple vai exibir pop-up para solicitar permissão antes de exibir propagandas direcionadas de acordo com interesses do usuário
Na próxima versão do sistema, a Apple vai exibir pop-up para solicitar permissão antes de exibir propagandas direcionadas de acordo com interesses do usuário
A Apple é sempre enérgica ao abordar o tema privacidade em relação a desenvolvedores externos, mas no iOS 15 a empresa está levando algumas de suas próprias regras para si mesma. Até certo ponto, pelo menos. A responsável pelo iPhone começará a solicitar a permissão do usuário antes de exibir anúncios personalizados na App Store e no Apple News.
Até o iOS 14, a Apple coletava informações de uso por padrão para direcionar anúncios mais relevantes aos clientes. Com o novo OS, porém, a companhia deve se juntar aos demais desenvolvedores e deixar que o usuário decida se deseja receber propaganda personalizada ou não.
Para as demais empresas com aplicativos na App Store, a regra já era válida desde a implementação da nova política de transparência no rastreamento, com a chegada do 14.5. Entretanto, a abordagem da Apple para seus próprios anúncios é mais… “Delicada”, digamos assim.
Como ressaltou o The Verge, Em vez de citar “rastreamento”, a Apple introduz o pop-up com o título “Anúncios personalizados” — o que soa bem menos invasivo —, e gentilmente explica que ativar este tipo de recurso aumenta a relevância de anúncios mostrados pela empresa.
Além disso, a mensagem afirma que a privacidade do usuário é assegurada devido ao uso de “IDs gerados por dispositivos”, não vinculando informações de publicidade à sua Apple ID.
Para fins de comparação, o pop-up mostrado pelo Instagram diz que “esta versão do iOS requer solicitação de permissão para rastrear alguns dados do dispositivo”.
A ação descrita acima é mais um pequeno movimento da Apple em meio a diversas investigações antitruste enfrentadas pela empresa. No Reino Unido, a companhia é acusada, junto ao Google, de duopólio, por “prender” usuários em seu ecossistema.
Impulsionada por uma ação coletiva aberta nos Estados Unidos, a Apple anunciou, no fim de agosto, que iria fazer algumas mudanças nas regras que restringem pagamentos na App Store, como parte de um acordo extrajudicial com desenvolvedores.
Ontem mesmo, a Apple divulgou outro passo que visa contribuir para uma visão mais positiva sobre a empresa nesse sentido, ao permitir que os desenvolvedores incluam links para que os usuários possam se inscrever em serviços fora dos aplicativos — da mesma maneira, foi uma ação cautelosa, apenas para uma categoria específica.
Até que ponto a empresa está disposta a ceder, ainda não sabemos. Porém é perceptível o tanto que a Apple tem se movimentado para escapar de processos e melhorar sua imagem, enquanto é constantemente posta em xeque por outras empresas e autoridades governamentais.