Matter finalmente sai do papel e versão 1.0 do protocolo é lançada

Protocolo que une Alexa, Google Assistente e Siri era testado desde 2019; objetivo do padrão é transformar dispositivos inteligentes compatíveis entre si

Yan Avelino
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• Atualizado há 11 meses
Logo do Matter (Imagem: Divulgação/Matter)
Logo do Matter (Imagem: Divulgação/Matter)

Após uma longa espera, a versão 1.0 do Matter finalmente está entre nós. O novo padrão de conectividade promete tornar os produtos para casas inteligentes compatíveis entre si independentemente de suas marcas — isto é, se eles possuírem suporte ao protocolo. A partir de hoje, portanto, as empresas podem vender novos dispositivos compatíveis ou atualizar os que já estão no mercado.

Na prática, o Matter busca resolver o maior problema dos dispositivos inteligentes: a incompatibilidade entre eles. O protocolo é desenvolvido por um grupo com mais de 200 empresas, como Apple, Google e Samsung, e foi fundado pela Connectivity Standards Alliance (CSA), antiga Zigbee Alliance.

O padrão combina o melhor do Zigbee, Thread, Wi-Fi e Bluetooth LE para servir como um “tradutor universal” de produtos domésticos inteligentes. Para usá-lo, no entanto, não é preciso baixar nenhum app, pois ele será incorporado à Alexa, ao Google Home, ao HomeKit e ao SmartThings gradualmente.

Como um “idioma comum” entre os dispositivos, os gadgets poderão ser controlados por mais de um ecossistema ou assistente de voz. Todavia, a versão 1.0 do padrão não chegará para todos os tipos de aparelhos. Em um comunicado, a CSA deixou claro que se trata de um “lançamento inicial”.

Por ora, ele será limitados aos seguintes gadgets inteligentes: dispositivos de mídia (incluindo TVs), fechaduras, interruptores, lâmpadas, luminárias, persianas, plugues, sensores e termostatos. A empresa disse ainda que está trabalhando no suporte para mais dispositivos, incluindo câmeras de segurança e aspiradores de pó.

Amazon Echo Dot (4ª geração) (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Amazon Echo Dot (4ª geração) é um dos dispositivos que suportará o Matter. (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Ainda assim, é uma boa notícia saber que grande parte dos dispositivos inteligentes serão compatíveis entre si. Agora, portanto, não deverá mais haver a necessidade de verificar o suporte de cada produto ao padrão que o usuário mais usa, devendo escolher o que for melhor para suas necessidades.

Um evento para celebrar o lançamento oficial do Matter está marcado para o dia 3 de novembro. Ainda assim, as empresas já podem lançar seus dispositivos compatíveis com o protocolo. Companhias que comercializam aparelhos que já suportam o padrão poderão atualizá-los para “desbloquear” a compatibilidade assim que forem certificados.

Demanda estava “maior que o esperado”

Desde 2019, quando começou seu desenvolvimento, o Matter passou por diversos adiamentos. Ele, na verdade, deveria ser lançado em 2020. Contudo, no final de 2021, foi adiado para a primavera/verão de 2022.

O mais recente dos adiamentos foi em março passado, quando CSA informou que o padrão chegaria no 3º trimestre deste ano. Segundo a entidade, a demanda estaria “acima da esperada” e era necessário “cautela” para que o protocolo fosse respeitado. Por isso, ela decidiu prorrogar a fase de testes.

Dispositivos inteligentes fabricados pela Apple, Google e Amazon deverão funcionar nativamente já nessa primeira versão do protocolo. Isso significa dizer que alto-falantes como o HomePod Mini, o Nest Audio e o Amazon Echo (4ª geração) estão na lista.

Além das gigantes, aparelhos de mais de 100 empresas também deverão ganhar suporte do Matter em breve. Entre as empresas conhecidas, estão: ecobee, iRobot, LG, Samsung, Signify, TCL, dentre outras.

Com informações: The Verge, Engadget e TechCrunch

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Yan Avelino

Yan Avelino

Ex-autor

Yan Avelino é natural de Recife (PE) e estuda Jornalismo na UNINASSAU. Foi repórter do Portal Tracklist em 2020 e do MacMagazine, onde cobriu a WWDC em 2021. Também passou pela TV Guararapes, emissora afiliada à RecordTV em Pernambuco, atuando como produtor de reportagem da versão local do Cidade Alerta. No Tecnoblog, foi autor em 2022.

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