Microsoft Airband promete levar internet via satélite a 10 milhões de pessoas

Microsoft fechou parceria com Viasat para internet via satélite em lugares remotos; companhia quer chegar a 250 milhões de usuários em 2025

Emerson Alecrim
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Satélite para acesso à internet (imagem: divulgação/Viasat)
Satélite para acesso à internet (imagem: divulgação/Viasat)

Depois de Google e Facebook tentarem (e fracassarem), chegou a vez da Microsoft anunciar um projeto de internet em lugares remotos. Mas, em vez de apostar em uma tecnologia de acesso nova, a companhia decidiu unir forças com a Viasat, empresa de internet por satélite. A parceria faz parte de um programa chamado Airband.

O objetivo não é nada modesto: oferecer acesso à internet para cerca de 10 milhões de pessoas. 5 milhões estão na África. O plano é disponibilizar o serviço em países como Angola, Egito, Nigéria e Senegal. Os outros 5 milhões estão nas Américas. A cobertura deve chegar a países como Estados Unidos, Guatemala e México.

Atender a 10 milhões de pessoas parece ser um grande desafio. Mas a Microsoft tem experiência com isso. A iniciativa Airband foi criada em 2017 e, de lá para cá, já teve mais de 50 milhões de usuários em várias partes do mundo. A parceria com a Viasat é, digamos, um relançamento do programa.

Internet por satélite

Internet por satélite sempre gera desconfiança. Embora esse tipo de tecnologia ofereça banda larga, a latência pode ser alta demais para determinadas aplicações. Além disso, fatores climáticos podem interferir na qualidade da conexão.

Por outro lado, satélites são uma forma prática de acesso à internet em lugares remotos ou com pouca infraestrutura de telecomunicações. São justamente locais com essas características que o programa Airband visa atender.

A Microsoft não deu detalhes técnicos sobre a parceria com a Viasat, como taxas de largura de banda e níveis de latência esperados. Talvez porque esses parâmetros variarão de acordo com a região atendida.

De todo modo, a meta é audaciosa. A Microsoft fala em oferecer internet banda larga a 250 milhões de pessoas até 2025, 100 milhões somente no continente africano.

Alphabet (Google) e Meta (Facebook) já tentaram

Toda iniciativa para expandir o acesso à internet no mundo é bem-vinda. Citando dados da ONU, a Microsoft explica que 2,7 bilhões de pessoas não têm nenhum tipo de conexão para ficar online.

No entanto, é impossível não nos lembrarmos de que Alphabet e Meta já tiveram programas com o mesmo objetivo, mas que não foram adiante.

O Projeto Loon, para internet via balões, foi encerrado pelo Alphabet no começo de 2021. Aparentemente, os custos operacionais elevados e o risco de os balões poluírem o céu pesaram na decisão.

No caso da Meta, a companhia encerrou o programa de internet de baixo custo Express Wi-Fi no início de 2022. Recentemente, a empresa pôs fim à divisão Connectivity, que lidava com vários projetos de acesso à internet. Um deles envolvia um drone gigante. Outro era baseado em satélite. Nenhum deu certo.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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