Oi encerra recuperação judicial após venda da Oi Móvel e foco na fibra óptica
Juiz encerra processo de recuperação judicial da Oi, que começou em 2016 com dívidas de R$ 65,9 bilhões; operadora chegou a ter 65 mil credores
Juiz encerra processo de recuperação judicial da Oi, que começou em 2016 com dívidas de R$ 65,9 bilhões; operadora chegou a ter 65 mil credores
Foram longos seis anos, mas finalmente a Oi conseguiu sair da recuperação judicial. O juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, decretou o fim do processo e afirmou que todas as obrigações assumidas pela operadora no plano de reestruturação foram cumpridas.
Com dívidas que ultrapassaram R$ 65,9 bilhões e mais de 65 mil credores, o processo de recuperação judicial da Oi chegou a ser o maior da história do Brasil — o Grupo Odebrecht conquistou o pódio em 2019, com débitos de R$ 98 bilhões.
Com presença em 5.570 municípios brasileiros, a Oi é (ou era) a única operadora fixa com presença em diversas cidades do interior do país. Com redes adquiridas na privatização de teles estatais, uma possível falência da Oi causaria impactos em todo o Brasil — mesmo para clientes de outras companhias, que muitas vezes dependem da Oi para algum tipo de tráfego.
“Chega ao fim o mais impactante e relevante processo judicial do judiciário brasileiro, com capilaridade em em todo território nacional e nos diversos setores da sociedade civil, com reflexos não apenas na jurisdição brasileira, como também na jurisdição estrangeira.”
Juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro
Apesar do fim da recuperação judicial, a Oi ainda possui dívidas. Em setembro, a operadora acumulava débitos de R$ 21,9 bilhões. Durante o plano de recuperação judicial, vários credores tiveram a dívida convertida em participação acionária.
A saída da recuperação judicial foi possível após a Oi colocar em prática seu plano de recuperação, aprovado em 2017. Desde então, a tele passou por mudanças estratégicas que ditaram o rumo da companhia.
Dentre os principais destaques, a Oi estabeleceu o foco em internet por fibra óptica e vendeu a operação de telefonia móvel para Claro, TIM e Vivo. Além disso, a operadora apostou na separação dos ativos de fibra, criando a companhia neutra V.tal cujo controle foi vendido para um fundo do banco BTG Pactual.
A reestruturação da Oi também resultou na venda de outros ativos, como torres, datacenters e sua base de clientes de TV para a Sky. Isso também refletiu no corte de mão de obra: em 2020, a operadora anunciou um plano de demissão voluntária para reduzir 15% do quadro de funcionários; novos cortes tornaram a acontecer em 2021, com desligamento de 11% dos colaboradores.
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