Oi demite 850 funcionários e fecha 400 vagas de emprego

Em reestruturação por conta da crise financeira da empresa, Oi reduz quadro de funcionários em 11%; plano de desligamento garante extensão do plano de saúde

Lucas Braga
• Atualizado há 1 ano e 2 meses

A situação financeira da Oi não é das melhores: a operadora enfrenta um longo processo de recuperação judicial e recentemente vendeu o braço de telefonia móvel para as concorrentes Claro, TIM e Vivo. Agora, a operadora demitiu 850 funcionários e fechou 400 vagas de trabalho que estavam em aberto. As ações representam uma redução de 11% no quadro de colaboradores.

Um plano de desligamento foi construído em parceria com a Federação Livre, que reúne trabalhadores de telecomunicações de sete estados brasileiros. Os demitidos receberão um valor de 0,15 salários nominais por ano trabalhado (com limite de seis salários), extensão do plano de saúde por até um ano e extensão do plano odontológico e seguro de vida por mais seis meses.

Ao Mobile Time, a Oi afirma que as demissões foram necessárias para ajustar o quadro funcional devido “a otimização de processos, readequação de áreas e simplificação de tomada de decisão em todos os níveis”.

Essas mudanças também resultaram no migração de parte das equipes da Oi para a empresa de rede neutra V.Tal, que ficará responsável por toda a infraestrutura de fibra óptica construída pela operadora. A redução de posições na estrutura da Oi representa aproximadamente 11% do quadro de funcionários.

Oi teve plano de demissão voluntária em 2020

Esse não é o primeiro corte no quadro de recursos humanos: em outubro de 2020, a operadora anunciou um plano de demissão voluntária com objetivo de reduzir em 15% a quantidade de colaboradores. No mesmo ano, a operadora também demitiu outros 132 profissionais, entre funcionários e executivos.

A grande verdade é que a Oi é uma companhia imensa, mas que mudou completamente o foco desde os últimos planos estratégicos. Um dos principais carros-chefe da operadora era o braço de telefonia móvel, que foi vendido por R$ 16,5 bilhões para Claro, TIM e Vivo. A tele praticamente abandonou a rede de cobre e foca na expansão da fibra óptica, que será feita través da V.tal.

Não duvido que mais demissões surjam nos próximos anos da Oi. Com a venda do braço de telefonia móvel, diversas lojas físicas da empresa nas localidades sem rede de fibra óptica deixam de fazer sentido, assim como boa parte da equipe que trabalha no atendimento telefônico e nos setores técnicos.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.